Ouvimos repetidamente dizer, sobre a Missa, a tantos
católicos: que demorou muito, que não teve interesse, que o sacerdote não falou
bem, que não se cantou, que se cantou, etc., etc.
Às vezes até chegamos a dizer que assim a Igreja vai perder
mais fiéis, que assim não cativa os jovens, e toda uma série de ditos, que nada
constroem, mas apenas destroem.
Penitencio-me também por, algumas vezes o pensar e pior
ainda, algumas vezes o dizer, também.
É velha a ideia já transmitida, que a atenção dos católicos
na Missa é tal, (refiro uma prática geral, onde existem felizmente muitas exceções),
que se à saída da igreja lhes perguntassem sobre as leituras, a maior parte não
saberia responder.
Ora isto revela que, muitos católicos ainda “vão à Missa”,
ou seja, não participam na/da Missa, não celebram o Sacramento da Eucaristia,
que é memorial da Paixão de Cristo.
Ou seja, muitos de nós, (eu incluído, algumas vezes),
estamos na Missa por obrigação e não por amor ou devoção.
Ora tudo o que é feito por obrigação tende a tornar-se
incómodo, cansativo e longo, por muito curto que seja.
Se a minha disposição quando vou participar em algum evento
é de obrigação, e a minha vontade era estar noutro lugar a fazer qualquer outra
coisa, a minha permanência nesse evento vai revestir-se de um incómodo
permanente, contando todos os minutos e segundos, à espera que o mesmo acabe.
No entanto, se a minha vontade é de total interesse em
participar desse evento, a minha atenção vai ser redobrada, tudo o que for
feito e dito despertará a minha atenção, e quando chegar o fim, eu desejarei
que ainda não tivesse acabado.
Infelizmente, e muitas vezes para tentarmos “conquistar” os
jovens para a fé, (mesmo nas catequeses), vamos concordando com eles que a
Missa é uma “seca”, que devia ser mais rápida e sobretudo mais animada, o que
em “termos jovens” significa qualquer coisa como divertida!
Mas a Missa não é uma diversão, pois não?
É que divertir significa distrair, recrear, desviar a
atenção de, etc., etc.
A Missa é uma celebração, ou seja, é realizar com
solenidade, é efetuar, comemorar, exaltar, é, no caso específico da Eucaristia,
celebrar o memorial da Paixão de Cristo, o que significa tornar presente a
Paixão de Cristo, (não uma nova Paixão “atualizada”), mas a mesma e única
Paixão de Cristo, que Ele sofreu na Sua entrega total por nós.
Como posso eu, como podemos nós, como podem infelizmente
alguns sacerdotes, tratar tão displicentemente, em atos e palavras, a Missa, a
celebração da Eucaristia?
Como se pode conceber uma catequese, um caminho de
descobrimento e edificação da fé, (graça de Deus), não dando o valor único,
imprescindível, infinito e eterno, à participação viva da/na celebração da
Eucaristia?
É que se constata que alguns pais, (a pedido ou não dos
filhos), procuram centros de catequese onde, por força da falta de sacerdotes,
não há celebração da Missa Dominical, para a catequese, todas as semanas,
deixando assim os catequizandos de participarem nessa celebração.
Será que uma fé viva e atuante, (porque procurada e vivida),
não transmite forçosamente um amor à Eucaristia de tal ordem, que a
participação/celebração da mesma, se torna mais importante do que tudo na vida
de um católico?
E se assim for, (e deve ser), não será um desejo, uma
vontade imensa, (tocada por Deus), a procura diária da Missa, para o encontro
“perfeito” com o nosso Deus que se entrega por nós, e também, como alimento
divino?
Joaquim Mexia Alves
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