sexta-feira, 31 de maio de 2013

Eu estava sozinha

Lembro como se fosse ontem, mas aconteceu há exatos vinte anos. Eu estava sozinha - não havia um único rosto conhecido a menos de um oceano de distância - sentada na beira de um lago. 
Fiquei um tempão olhando pra água, num recanto especialmente bonito. 
Foi então que me bateu uma felicidade sem razão e sem tamanho. 

Deve ser o que chamam de plenitude. Não havia acontecido nada, eu apenas havia atingido uma conexão absoluta comigo mesma. Não há como contar isso sem ser piegas. 
Aliás, não há como contar, ponto. Não foi algo pensado, teorizado, arquitetado: foi apenas um sentimento, essa coisa tão rara.
De lá pra cá, nem hino nacional, nem gol, nem parabéns a você me tocam de fato. Isso são alegrias encomendadas e, mesmo quando bem-vindas, ainda assim são apenas alegrias, que é diferente de comoção. 

O que me cala profundamente é perceber uma verdade que escapou dos lábios de alguém, um gesto que era pra ser invisível mas eu vi, um olhar que disse tudo, uma demonstração sincera de amizade, um cenário esplendoroso, um silêncio que se basta. 
E também sensações íntimas e indivisíveis: você conquistou, você conseguiu, você superou. 

Quem, além de você, vai alcançar a dimensão das suas pequenas vitórias particulares?
Eu disse pequenas? Me corrijo. 

Contemplar um lago, rever um amigo, rezar para seu próprio deus, ver um filho crescer, perdoar, gostar de si mesmo: tudo isso é gigantesco
pra quem ainda sabe sentir.
( Doidas e Santas )   Martha Medeiros


Espelho, espelho meu, quem é mais velha do que eu?

Muitos pacientes me relatam a experiência de sentirem que o mundo deixou de olhar para eles.
A vivência é de um despertencimento.

Esta tem sido a indagação de muitas mulheres ao se olharem no espelho. O conto infantil de "A Branca de Neve e os Sete Anões" combina bem com a realidade que estamos assistindo: um triste e doloroso reconhecimento da dificuldade em aceitar o envelhecimento.

Embora exista muito assunto em torno da longevidade, uma propaganda sobre ser este o momento em que a pessoa está mais livre para decidir sobre as suas escolhas, o vazio que fica no reflexo do espelho é enorme. Estou falando de algo muito profundo que é o olhar da sociedade, ou melhor, o não-olhar aos que envelhecem.

Muitos pacientes me relatam a experiência de sentirem que o mundo deixou de olhar para eles. 
A vivência é de um extremo despertencimento de si mesmo, como se deixassem de existir. 
Sabemos que o olhar dos outros nos mantém vivos e alimentados, na nossa auto-estima, no nosso reconhecimento como indivíduos. Então, a experiência que algumas pessoas vivem, sentindo que estão à margem, é muito difícil.

Agora, voltando ao título desta coluna, como será que nos sentimos frente a este espelho que em nossa solidão nos reflete aquilo que tanto tememos? 
A escritora e feminista Simone de Beauvoir, que fez um tratado sobre a velhice, citou o autor francês Rochefoucauld: “É impossível olharmos direto para o Sol, assim como para a velhice”.

Como podemos pensar em harmonizar este tempo que cobra um lugar, uma passagem e que naturalmente exige um pagamento? Como pensar em contabilizar as alegrias, as histórias, os lugares que tivemos o privilégio de viver? Será que termos construído uma história e termos tido tantas oportunidades não torna “o envelhecer” um pouco mais confortável?

A imagem que o espelho nos reflete talvez não possa ser modificada (lógico que temos toda a tecnologia para auxiliar a aparência física), porque são as nossas verdades que não deveríamos esconder de nós mesmos. 
Elas podem ser o produto do trabalho de reconhecermos a nossa vida, o corpo que nos acompanhou por toda a existência e, talvez, um agradecimento pela oportunidade de podermos ver que, além de nós, existe uma geração mais jovem e bela: nossos filhos e netos.

Este novo olhar nos permite transformar aquilo que parece tão terrível e ameaçador em algo muito lindo e importante.

Dorli Kamkhagi - mestre Doutora em Psicologia Clínica e mestre em Gerontologia pela PUC-SP e psicóloga do Centro de Estimulação Cognitiva e Funcional do Idoso do Programa de Psicogeriatria do Hospital das Clínicas

                               

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Uma questão de merecimento, de aprendizado

"Tem certos momentos que a melhor coisa a se fazer é abstrair, não ler, não ouvir, não se intimidar e muito menos tomar como seu.

Alguns presentes eu não aceito, e se não pego, ele continua sendo de quem me deu.

É uma questão de tempo, de amadurecimento. Vamos aprendendo a lidar com situações assim. Você cria anticorpos para combater maledicências, ironia, energia ruim.

Você finge que não percebeu e se faz de boba. Ou você ataca pra vencer.

Entre atacar e se fazer de boba é necessária uma análise da situação, do fato, de quem, para quem.

Sabe por quê? Porque tem mesquinharias não que merecem nossa atenção, o nosso desgaste em responder.

Compensa mais dar uma risada de menina ou mudar de assunto. Compensa mais deitar na cama e ver seu programa favorito.

Eu quero mais é encher minha mente de pensamentos bons, agradecer por mais um dia, imaginar flores por onde passo, encantar e deixar cores com cada pessoa que encontrar."

(Juliana Sfair)


Uma lição de vida

Havia um homem ambicioso e avarento. Quando seu pai morreu, ele se recusou a comprar um caixão e usou um velho cobertor para enrolá-lo.

No dia da exumação do corpo, seu filho de 10 anos perguntou-lhe:

- Pai, por que o senhor não colocou o vovô num caixão?

- Estas coisas são bobagens, se o vovô vai ser queimado, não precisa de caixão. Caixões são muito caros e eu estou economizando para você.

Antes da exumação o menino diz:

- Pai, retire o cobertor do vovô e deixe-me guardá-lo.

O pai espantou-se com aquela atitude do filho e perguntou:

- Mas por que você quer guardar este cobertor que está embrulhando o corpo do teu avô?

A resposta que ele ouviu deixou-o perplexo.

- Porque, assim, quando você morrer eu aproveito e te enrolo nele.

No mundo egoísta de hoje, somos mesquinhos, e com isso damos péssimos exemplos às nossas crianças. Ainda não aprendemos a utilizar de forma correta o dinheiro.

Existem pessoas que, quanto mais dinheiro possuem, mais pobres se tornam. Pobres de espírito, pois em vez de utilizarem esta bênção concedida por Deus para o bem, o progresso e a felicidade de todos, tornam-se mesquinhas, avarentas e infelizes.

O dinheiro pertence a cinco coisas: guerras, inundações, incêndio, filho esbanjador e impostos; só é nosso de verdade, o dinheiro que utilizamos.

Aproveite bem esta dádiva que Deus te deu, e utilize-o de forma benéfica para todos.Veja bem que exemplo você está dando aos seus filhos, parentes, amigos e pessoas que te rodeiam.

Anita Godoy

terça-feira, 28 de maio de 2013

Só se vê bem com o coração

'Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.'
.......
- Vem brincar comigo, propôs o príncipe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar? - É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos.

E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim.

Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo... Mas a raposa voltou a sua ideia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.

E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. 
O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo... 

A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. 
Se tu queres uma amiga, cativa-me!

Os homens esqueceram a verdade
, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

Antoine de Saint Exupéry - O pequeno príncipe

Dito por Clarissa M. Lamega




segunda-feira, 27 de maio de 2013

Para Deus tudo é possível

É de dentro do nosso coração que brotam as inquietações. É de dentro de nós que parte o apelo de que algo nos falta fazer. 
Ao aproximar-se de Jesus aquele jovem sabia que estava vivendo uma vida “correta” procurando seguir os mandamentos, mas mesmo assim ele sentia no seu coração que isso era pouco e que algo ainda precisava acontecer. Por isso, ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. Jesus então, sabendo o que se passava no íntimo daquele homem foi em cima da ferida: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!” 

Nós também vivemos uma vida correta, seguindo as regras do jogo, mas sem perceber, nós esperamos que um dia alguma coisa mude na nossa vida. 
No fundo, nós ansiamos pela hora da graça de Deus, um momento de conscientização em que nos decidiremos radicalmente pelo seguimento de Jesus. 

No entanto, apesar de desejarmos, como aquele homem nós também não queremos nos apartar dos “nossos bens”, que são a nossa vontade própria, o nosso orgulho, o nosso amor próprio, a nossa privacidade, o nosso dinheiro, os bens materiais que possuímos e nos enchemos de tristeza com a proposta de Jesus. 
Jesus sabe o quão difícil é para nós seguir o Seu conselho, mas também sabe que só seremos completamente livres e felizes se fizermos o que Ele nos propõe. 

É difícil um rico entrar no reino dos céus, porque o reino pertence àqueles que estão livres dos apegos mundanos e quanto mais bens nós possuímos mais difícil será para nós usufruirmos da simplicidade do reino dos céus. 
No entanto, Jesus nos consola e anima quando diz que “para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”. 

Peçamos ao Senhor a graça de conseguirmos “vender” os nossos bens para desfrutarmos do Seu reino, desde já, no agora da nossa vida.

Reflexão:  – Você possui muitos bens? – Como você tem viajado, livremente ou absorto com a sua “bagagem”? – O pouco ou muito que você tem atrapalha o seu relacionamento com Deus e com o próximo? – Existe alguma coisa que o seu coração pede para fazer? O quê?

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domingo, 26 de maio de 2013

Nós

Silêncio é ouro e é um grande amigo,
paradoxo, amigo bom não cala nunca.
Amigo é barulho. Barulhinho do bom.
Amigo bom não se faz invisível,
ergue a bola pro amigo, e vice-versa
e versa e vice,
alternâncias de egos aconchegados,
amigo é sempre nós,
nós e laços, presente e abraço,
bem bonitos no retrato,
amigo é bom de papo,
é o melhor lugar no espaço,
é ar puro, é semente, orgânica
de ideias mais leves, compreendidas,
é como uma linha no horizonte
que envolve, abraça e faz um sozinho
sentir-se parte do todo,
quem tem um amigo do lado
não tem como ficar calado
tem que fazer barulho para
lembrá-lo do quanto ele é
a d o r a d o ! . . .

Be Lins

Gente

Eu gosto de gente. E gente é tudo diferente. Gosto de gente contente, de gente que anda pra frente, de gente que acontece na vida por acidente, de repente. Gosto de gente que planta semente, gente que é elo na corrente, de gente que é confidente e fonte de amor crescente. 
Gosto de gente que abre a mente, de gente sempre presente, de gente que é sol nascente, de gente que pensa transparente, de gente que tem brilho de estrela cadente, mas não cai - olha que surpreendente.

Eu gosto de gente que precisa de espaço e que cabe dentro de mim mesmo assim. Eu gosto de gente que é laço, que pisa o meu passo, que é abraço quando me falta um pedaço, mesmo nos mais duros dias de cansaço. Gosto de gente que não escolhe, e sim acolhe. E envolve, absorve, comove. 

De gente que é parceria na hora da alegria, estende a mão nos momentos de solidão e tem sempre uma palavra de clareza e riqueza nos dias de tristeza. 
Eu gosto de gente que não se guarda: se entrega, navega. De gente que se chega, se aconchega. De gente que aceita, de gente que enfeita. Eu gosto de gente que comigo se ajeita.

Eu gosto de gente onde eu posso caber. De gente de peito aberto, sorriso esperto, coração liberto. 
Gente pra mim não tem muros: é casa espaçosa, com jardim de grama verdinha, borboleta batendo asa e cachorro fazendo festa no quintal. 
Gente pra mim é luz acesa, é porta sem tranca, é janela com vista pro mar. Bom mesmo é encontrar gente em quem a gente possa fazer um lar. E morar.

Verônica Fantoni



sábado, 25 de maio de 2013

Sem Mandamentos

"Hoje eu quero a rua cheia de sorrisos francos
De rostos serenos, de palavras soltas
Eu quero a rua toda parecendo louca
Com gente gritando e se abraçando ao sol
Hoje eu quero ver a bola da criança livre
Quero ver os sonhos todos nas janelas
Quero ver vocês andando por aí
Hoje eu vou pedir desculpas pelo que eu não disse
Eu até desculpo o que você falou
Eu quero ver meu coração no seu sorriso
E no olho da tarde a primeira luz
Hoje eu quero que os boêmios gritem bem mais alto
Eu quero um carnaval no engarrafamento
E que dez mil estrelas vão riscando o céu
Buscando a sua casa no amanhecer
Hoje eu vou fazer barulho pela madrugada
Rasgar a noite escura como um lampião
Eu vou fazer seresta na sua calçada
Eu vou fazer misérias no seu coração
Hoje eu quero que os poetas dancem pela rua
Pra escrever a música sem pretensão
Eu quero que as buzinas toquem flauta-doce
E que triunfe a força da imaginação."

(Oswaldo Montenegro)



Cada um recebe de acordo com o que oferece

O papa Francisco ganhou de imediato a admiração e o respeito de todos, especialmente por sua modéstia e simpatia. Tivesse ele demonstrado arrogância e certamente estaria sendo olhado com desconfiança e desprezo.
Percebe-se que ele não faz nada forçado, mas tem uma pureza natural, que lembra também João Paulo II. 

Essa introdução serve para chamar a atenção sobre a importância de demonstrarmos, em todas as oportunidades, um sorriso franco, em lugar da carranca que afasta as pessoas. 

Ao se levantar, agradeça a Deus por mais um dia, mire-se no espelho com um sorriso e siga para o trabalho lembrando-se sempre daquele provérbio hindu, que nos ensina que a fortuna bate à porta de quem sorri. 
Ao cruzar com as pessoas, a começar das mais simples, cumprimente a todas com alegria, sabendo que isso abre caminhos e desarma os mal-humorados. 

Não seja como tipos arrogantes que devem imaginar que um cumprimento pode diminuí-lo diante de um empregado. 
Se o seu trabalho é direto com o público, deixe seus problemas de fora e procure imitar os sábios, que mesmo com a alma partida, mantêm um sorriso nos lábios. 

Agindo assim, você será considerada uma pessoa simpática e elogiada, em lugar de ser rotulada de arrogante e evitada por todos. 
Comece a agir assim, pois todos sorriem no mesmo idioma.

Valdes Rodrigues

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Recomeçar

Não importa onde você parou,
em que momento da vida você cansou,
o que importa é que sempre é possível
e necessário "Recomeçar". 
Recomeçar é dar uma nova 
chance a si mesmo.
É renovar as esperanças na vida
e o mais importante:
acreditar em você de novo.

Sofreu muito nesse período?
Foi aprendizado.

Chorou muito?
Foi limpeza da alma.

Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia.

Sentiu-se só por diversas vezes?
É por que fechaste a porta até para os outros.

Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora.

Pois é!
Agora é hora de iniciar,
de pensar na luz,
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.

Que tal um novo emprego?
Uma nova profissão?
Um corte de cabelo arrojado, diferente?
Um novo curso,
ou aquele velho desejo de apender a pintar,
desenhar,
dominar o computador,
ou qualquer outra coisa?

Olha quanto desafio.
Quanta coisa nova nesse mundão
de meu Deus te esperando.

Tá se sentindo sozinho?
Besteira!
Tem tanta gente que você afastou
com o seu "período de isolamento",
tem tanta gente esperando apenas um
sorriso teu para "chegar" perto de você.

Quando nos trancamos na tristeza nem
nós mesmos nos suportamos.
Ficamos horríveis.
O mau humor vai comendo nosso fígado,
até a boca ficar amarga.

Recomeçar!
Hoje é um bom dia para começar
novos desafios.

Onde você quer chegar?
Ir alto.
Sonhe alto,
queira o melhor do melhor,
queira coisas boas para a vida.
pensamentos assim trazem para nós
aquilo que desejamos.

Se pensarmos pequeno,
coisas pequenas teremos.

Já se desejarmos fortemente o melhor
e principalmente lutarmos pelo melhor,
o melhor vai se instalar na nossa vida.

E é hoje o dia da Faxina Mental.

Joga fora tudo que te prende ao passado,
ao mundinho de coisas tristes,
fotos,
peças de roupa,
papel de bala,
ingressos de cinema,
bilhetes de viagens,
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados.
Jogue tudo fora.
Mas, principalmente,
esvazie seu coração.
Fique pronto para a vida,
para um novo amor.

Lembre-se somos apaixonáveis,
somos sempre capazes de amar
muitas e muitas vezes.
Afinal de contas,
nós somos o "Amor".

Paulo Roberto Gaefke



Para conquistar amizades sinceras

Eclesiástico 6, 5-17 
Nesta leitura nós aprendemos a distinguir a verdadeira amizade e como atrair amigos e acalmar os inimigos. Por meio de uma palavra amena, de uma linguagem suave, doce e agradável nós podemos conquistar amizades sinceras.
A maneira como nós falamos, revela o sentimento que experimentamos, no entanto, Deus nos dá a graça de saber expressar até a nossa indignação com carinho e doçura. Isso fará toda a diferença até nos momentos decisivos em que temos de nos relacionar com pessoas que têm o pensamento contrário ao nosso. 

Com mansidão nós podemos conquistar a terra. Todavia, sabemos que nem todas as pessoas serão aqueles amigos fiéis e escolhidos por Deus para nos orientar. 
Podemos ter milhões de amigos, saudá-los com alegria e carinho, no entanto, nem todos podem ser nosso conselheiro. 

“Um amigo fiel é poderosa proteção quem o encontra, encontrou um tesouro,” nos diz a Palavra de Deus. 

Sabemos avaliar isso, quando passamos por momentos de aflição, de carência, de pobreza, de fracasso. 
Os amigos fiéis nós os adquirimos no temor ao Senhor, quando comungamos do pensamento de Deus e vivemos em unidade com a Sua Palavra e os Seus ensinamentos. 
Quando não conseguimos que todos sejam nossos amigos e alguns se tornam nossos inimigos, podemos guardar distância deles sem ter necessidade de querer enfrenta-los. 

Quem ama e respeita os conselhos do Senhor sabe conduzir bem as suas amizades e não há que temer aqueles que lhe são contrários. Todavia, antes mesmo de nos perguntarmos se temos amigos, devemos sim, questionar-nos se realmente estamos sendo amigos de alguém, 

A amizade é uma das formas do amor. É uma maneira de expressarmos o Amor de Deus que há no nosso coração. 
Os nossos maiores problemas são em vista dos maus relacionamentos que cultivamos, erradamente. 

Para nossa reflexão....
– Você tem sabido cultivar amizades? – Você costuma abrir o seu coração para toda pessoa a quem considera amigo? – Você sabe ajudar a seus amigos na hora do infortúnio? – Você coloca suas amizades sob o crivo da Palavra de Deus?

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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Almas perfumadas

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. Ao lado delas,pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.

Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, porque acredito que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os seus dedos de energia. Minha avó era alguém assim. Ela perfumou muitas vidas com sua luz e suas cores. A minha, foi uma delas. E o perfume era tão gostoso, tão branco, tão delicado, que ela mudou de frasco, mas ele continua vivo no coração de tudo o que ela amou. E tudo o que eu amar vai encontrar, de alguma forma, os vestígios desse perfume de Deus, que, numa temporada, se vestiu de Edith, para me falar de amor.

Ana Cláudia Saldanha Jácomo



Seu silêncio pode adoecer o amor!

Somos os únicos seres vivos que se comunicam por meio das palavras, da linguagem falada. Isso deve ter alguma importância bastante relevante. Porém, infelizmente, muitas vezes temos praticado esse dom – o da fala – de modo extremamente negligente, exagerado, distorcido e equivocado.

Ditos populares sobre esse tema, além do essencial equilíbrio entre falar e ouvir, existem vários: “Falar é prata, mas calar é ouro”, “Quem muito fala dá bom dia a cavalo”, “Quem muito fala, muito terá de se justificar”, entre outros. Um pensamento de que gosto muito é de Antoine de Saint-Exupéry: “A linguagem é uma fonte de mal entendidos”.

Ou seja, parece que a sabedoria nos sugere mais silenciar do que falar. Como se o silêncio fosse a forma mais inteligente de solucionar os conflitos. É verdade que pode haver muita paz no silêncio, mas penso que é urgente aprendermos a gigantesca diferença entre o silêncio que apazigua e pacifica do silêncio que ensurdece, que grita, mente e perturba. Aliás, existem silêncios tão perturbadores que podem enlouquecer um ser humano.

Acima de tudo, precisamos aprender a falar com um propósito. Não falar só para jogar sobre o outro as nossas frustrações ou falar só para ofender e impor razões e vontades. Não se trata de vociferar, mas de se expressar, de mostrar ao outro quem somos e o que queremos. E no exercício diário do amor, estou cada dia mais certa de que não pode haver modo mais eficiente de resolver conflitos, aplacar a ansiedade e desfazer mal entendidos do que por meio do uso de uma comunicação clara, direta e sem joguinhos.

Mas, lamentavelmente, por não saberem ou por medo e até covardia, muitas pessoas adotam o silêncio como principal forma de comunicação. Calam-se para “deixar bem claro” que estão bravas, tristes ou insatisfeitas. Recusam-se a falar porque concluem que é óbvio o que está acontecendo e o que estão sentindo e que, além disso, o outro já deveria saber. Há ainda os que prolongam a mudez apostando que o tempo simplesmente resolverá as mágoas e as incertezas. Como se sentimentos não precisassem ser elaborados e digeridos.

Não exagerei quando disse que o silêncio pode enlouquecer uma pessoa. Existimos a partir da linguagem. Descobrimos que somos únicos e separados do outro a partir do momento em que nascemos e por meio da linguagem, do que o outro diz sobre nós, sobre como estamos no mundo e o que provocamos nelas. É assim que nos constituímos, que nos reconhecemos e que nos criamos internamente. É assim que se forma nossa autoimagem.

Claro que quanto mais amadurecemos, mais confiança ganha nossa própria voz, nossas percepções e capacidade de compreender o que acontece fora e dentro de nós. Mas o fato é que relacionar-se com alguém que não se mostra, que não revela o que pensa, sente e quer, é altamente frustrante, desgastante e deprimente. Não há troca verdadeira. Não há encontro de almas. Não há sintonia possível!

Não falar é, muitas vezes, uma forma de torturar o outro, de fazê-lo padecer e sentir a dor do inexplicável, do incompreensível, do imponderável. Sei que a vida não nos dá garantias e que não existem certezas entre dois corações. Sei também que não temos todas as respostas, mas quando podemos olhar para a pessoa que amamos e sentir que no espaço que separa uma alma da outra existe uma voz que acolhe, demonstra, abraça, acaricia e confessa o que ali pulsa e vibra, aí sim descobrimos o que é amor de verdade!

Dra. Rosana Braga


quarta-feira, 22 de maio de 2013

Até abraçar desaprendemos

" Abraço tem q ser devagarinho... sentindo coração com coração..."
Até abraçar desaprendemos. Ninguém mais abraça com vontade. Com sinceridade de velório.
Odeio abraço falso, como aquele beijo de frígida, no qual a face bate na face e os lábios se transformam em beiço. 
Abraço tem que ter pegada, jeito, curva. Aperto suave, que pode virar colo. Alento tenso, que pode virar despedida. 

É pelo abraço que testo o caráter do outro. 
Não confio em quem logo dá tapinhas nas costas. A rapidez dos toques indica a maldade da criatura. Não sou porta para bater. Nem madeira para espantar azar. Abraço com toquinho é hipócrita. É abraço de Judas. De traidor. O sujeito mal encosta a pele e quer se afastar. Pede espaço porque não suporta os pecados dos pensamentos.

Devemos fechar os olhos no abraço, respirar a roupa do abraçado, descobrir o perfume e a demora no banho. 
Abraço não pode ser rápido senão é empurrão. Requer cruzamento dos braços e uma demora do rosto no linho. Abraço é para atravessar o nosso corpo. Ir para a margem oposta. Nadar para ilha e subir ao topo da pedra pela gratidão de sopro. 

Sou adepto a inventar abraços. Criar abraços. Inaugurar abraços. Realizar um dicionário de abraços. Um idioma de abraços. O meu é o de cadeira de balanço. Giro nas pontas dos pés. Não largo, os primeiros minutos são para sufocar, os demais servem para o enlaçado se recuperar do susto. 

Não entendo onde terminará o abraço. Se a pessoa vai chorar ou vai rir. Abraço é confissão. Dez minutinhos de sol e de liberdade.

Fabricio Carpinejar



segunda-feira, 20 de maio de 2013

19.000 visitas


Dicionário infantil

Um professor colombiano passou dez anos coletando definições de seus alunos e, como resultado, obteve um dicionário com verbetes ao mesmo tempo puros, lógicos e reais

Para ele, as crianças têm uma lógica diferente, uma maneira própria de entender o mundo e de revelar muitas coisas que os adultos já esqueceram. 
                                                             OS VERBETES

Adulto: Pessoa que em toda coisa que fala, fala primeiro dela mesma (Andrés Felipe Bedoya, 8 anos)

Ancião: É um homem que fica sentado o dia todo (Maryluz Arbeláez, 9 anos)

Água: Transparência que se pode tomar (Tatiana Ramírez, 7 anos)

Branco: O branco é uma cor que não pinta (Jonathan Ramírez, 11 anos)

Camponês: um camponês não tem casa, nem dinheiro. Somente seus filhos (Luis Alberto Ortiz, 8 anos)

Céu: De onde sai o dia (Duván Arnulfo Arango, 8 anos)

Colômbia: É uma partida de futebol (Diego Giraldo, 8 anos)

Dinheiro: Coisa de interesse para os outros com a qual se faz amigos e, sem ela, se faz inimigos (Ana María Noreña, 12 anos)

Deus: É o amor com cabelo grande e poderes (Ana Milena Hurtado, 5 anos)

Escuridão: É como o frescor da noite (Ana Cristina Henao, 8 anos)

Guerra: Gente que se mata por um pedaço de terra ou de paz (Juan Carlos Mejía, 11 anos)

Inveja: Atirar pedras nos amigos (Alejandro Tobón, 7 anos)

Igreja: Onde a pessoa vai perdoar Deus (Natalia Bueno, 7 anos)

Lua: É o que nos dá a noite (Leidy Johanna García, 8 anos)

Mãe: Mãe entende e depois vai dormir (Juan Alzate, 6 anos)

Paz: Quando a pessoa se perdoa (Juan Camilo Hurtado, 8 anos)

Sexo: É uma pessoa que se beija em cima da outra (Luisa Pates, 8 anos)

Solidão: Tristeza que dá na pessoa às vezes (Iván Darío López, 10 anos)

Tempo: Coisa que passa para lembrar (Jorge Armando, 8 anos)

Universo: Casa das estrelas (Carlos Gómez, 12 anos)

Violência: Parte ruim da paz (Sara Martínez, 7 anos)

Criança: é um amigo que tem o cabelo curtinho, não toma rum e vai dormir mais cedo.

Do livro “Casa das estrelas: o universo contado pelas crianças”
Autor: Javier Naranjo


Toda a sabedoria vem do Senhor

Deus é a própria SABEDORIA e ninguém no mundo poderá explicar a origem e os mistérios do universo. Toda a sabedoria vem do Senhor!

Por mais que se esforce para decifrar os enigmas de Deus e mesmo que em alguns terrenos o homem já tenha progredido existem coisas tão simples que ele nunca poderá imaginar como se fará: 
o perfume de uma rosa, 
a cor da noite e do dia, 
o amanhecer, 
o anoitecer, 
o dia da sua morte, 
o que virá amanhã…. 

Ninguém poderá medir a altura do céu, a extensão da terra , no entanto, Deus derramou a Sua sabedoria sobre todas as Suas obras e em cada ser humano, segundo a Sua bondade. 
A Palavra de Deus é fonte de Sabedoria para nós e, por intermédio dela com o auxílio do Espírito Santo muitos segredos nos são revelados. 
A presença da Sabedoria de Deus também é real na natureza e em toda a Sua criação e todos nós que O tememos e acreditamos no Seu poder temos a capacidade para intuir os Seus ensinamentos. 

Desta forma, nós podemos nos tornar co-participantes da Sua glória aqui na terra vivendo em harmonia com o universo que foi criado para nós. 
É sábio aquele que reconhece que Deus é a fonte de sabedoria para que tenhamos uma vida feliz.

Para refletir:
Existem coisas no mundo para as quais você ainda não encontrou justificativa?
 – Quando você contempla a natureza a quem você atribui toda a beleza? 
– Você se acha uma pessoa sábia e inteligente? 
– A quem você agradece por isto?

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Memória


A memória por vezes, é uma maldição. Meu querido amigo Amilcar Herrera confessou “Eu desejaria, um dia, acordar havendo me esquecido do meu nome…” 
Não entendi. Esquecer o próprio nome deve ser uma experiência muito estranha. 
Aí ele explicou: “Quando me levanto e sei que meu nome é Almicar Herrera, sei também tudo o que se espera de mim. 
O meu nome diz o que deve ser, o que devo pensar, o que devo falar. 
Meu nome é uma gaiola em que estou preso. Mas se, ao acordar, eu tiver me esquecido do meu nome, terei me esquecido também de tudo que se espera de mim. 
Se nada se espera de mim, estou livre para ser aquilo que nunca fui. Começarei a viver minha vida a partir de mim mesmo e não a partir do nome que me deram e pelo qual sou conhecido”.

Rubem Alves 

terça-feira, 14 de maio de 2013

Não teme. Crê somente!

A paz que supera toda dor...
Muitas vezes, quando a doença chega à nossa porta, quando a situação econômica é ruim, quando uma desgraça ou uma tragédia acontece, somente nessa hora é que o nosso interior se abre e coloca-se sensível a Jesus.

Nós, apenas na hora das dificuldades somos quebrantados.

Isso é uma graça, pois, na hora do desespero, o nosso orgulho cai por terra e quebra-se todo; é quando a angústia, a depressão, a injustiça, a traição nos abatem e a dor chega ao nosso coração.

Nesta hora, o nosso orgulho vai ao chão e, então, procuramos Jesus.

O Senhor nos alcança pelo amor e, então, a graça é derramada.

É isso que devemos fazer: cairmos aos pés de Jesus.

Que bom seria se tivéssemos mais necessidades para buscar Jesus e deixar de sermos autossuficientes!

Deixe-se tomar por essas palavras, pois o Senhor já está agindo em sua vida.

Ele toca em seu coração.
......
E você, por qual situação está orando, por que você está buscando esta pregação?

Coloque, diante de Jesus, o seu pedido e deixe que a graça vinda das Santas Chagas de Jesus atinja você.

Saiba que curas já estão acontecendo, que situações difíceis já estão sendo solucionadas, pois Jesus está agindo.

A Palavra de Deus cura, é caminho para resolver os problemas.
......
"Jesus é capaz de fazer aquilo que nos parece impossível.", ensina monsenhor Jonas

Quantos de nós estamos assim corroídos pelos problema, pois a coisa aconteceu e não se solucionou.

O seu casamento, sua empresa, seu dinheiro, sua família, algo que você perdeu - talvez o namoro ou uma decepção - e pode até estar com a dor daquele impacto e se tornou uma pessoa desiludida.

Talvez isso tenha acontecido com a Igreja, com padres, com amigos.

Mas Jesus se volta para você e lhe diz: "Não temas, crê somente".

Aquela mulher tocou somente no manto de Jesus e lhe bastou.

Você toca em Jesus pela Palavra e esta toca em seus ouvidos.

A pregação é a Palavra de Deus e ela tem o Seu poder.

Posso dizer, sem medo, que Jesus está dizendo: 'Quem tocou na minha Palavra?'.

E Ele acrescenta:
 'O problema, a tristeza da sua alma é dissipada, pois Eu o toco agora, toco a sua alma, os seus sentimentos'".

Você anda em frangalhos, em farrapos, porque continua com os sentimentos de inimizade, de rancor e mágoa por falta de perdão - neste momento, você tem a graça de optar pelo perdão.

E agora, Jesus, que significa "Deus salva", está tocando você.

O nome de Jesus tem poder, porque salva, cura, perdoa, abre para o perdão, faz a obra que é preciso acontecer em nós.

Graças a Deus, estamos como crianças diante dEle, nossa autossuficiência caiu diante de Jesus e Ele está podendo agir.

Nós estávamos enrijecidos, impermeáveis, mas agora tudo quebra diante de Jesus.

Assim como aquela mulher ficou curada, também Jesus nos curou.

Ele está dizendo:

"Meu filho, minha filha, a tua fé te salvou, eu precisava quebrar o vaso que não permitia a cura, mas a tua fé te salvou, vai em paz".

A primeira coisa que Jesus nos deu é a paz que supera toda dor.

A paz que faz permanecer n'Ele.

Você tem a sua realidade e, ao mesmo tempo, a Palavra de Jesus está ressoando em seu interior.

Talvez a situação que você vive não foi solucionada ainda, porque depende de outras coisas.

Mas assim como Jesus ressucitou a filha de Jairo, curou a mulher com hemorragia.

Ele é capaz de fazer aquilo que nos parece impossível.

Monsenhor Jonas Abib


Para a minha e para todas as mães, com amor

Eu ainda não sou mãe.

E talvez eu precise ser para entender de verdade como é que um dia poderei ser capaz de amar mais outro alguém do que amo a mim mesma.

Quem sabe eu precise carregar por nove meses uma vida dentro de mim pra poder sentir de onde vem essa força que só as mães têm de nos cuidar mesmo quando são elas que precisam de cuidado; de nos perdoar mesmo quando as magoamos profundamente; e de nos amar mesmo quando ainda nem tínhamos nascido.

Talvez só o amor de mãe me explique o porquê da felicidade delas depender totalmente da nossa. E por que a dor de um filho fere antes o coração da mãe.

Que amor é esse que faz uma fêmea dócil e gentil se tornar mais agressiva criatura quando ameaçam sua cria? Que amor é esse que a faz maior e mais forte que um exército para salvar os seus?

Talvez, por eu ainda não ser mãe não entenda o porque de “ser avó é ser mãe com açúcar” ou “é ser mãe duas vezes” como dizem por aí. E nem compreenda, muito embora pressinta, a dor dilacerante da perda de um filho, que é semelhante à morte da própria mãe.

Eu não sei explicar, pois ainda não sou uma mãe.

Mas devo agradecer, com todo meu amor, por cada gesto desses que me faz sentir a pessoa mais importante do mundo.

E agradeço a Deus a vida da minha e de todas as mães, pois vocês são a mais fiel e pura tradução do amor e de sua eternidade.

Agradeço a Deus também por ter me dado o privilégio de ser mulher e assim ter me dado a chance de, quiçá um dia, descobrir por mim mesma o que é sentir esse (inexplicável) amor de mãe.

Nossas Letras > Letras, Arte e Cia > Josiana Borges


Voe, beija-flor, voe!

Sou um jardim extemporâneo onde as memórias desabrocham de vez em quando, sem cerimônia e totalmente fora da estação. Tem dia que o sereno da saudade cai tão morno e perfumado sobre mim, que um beija-flor ávido por ração e descanso pousa nos meus ramos e fica ali, estudando a paisagem e se balançando ao sabor da brisa suave que os meus “ontens” ainda sopram.

Tem dia que a minha saudade floresce como uma primavera inopinada, e o mesmo beija-flor de outrora vem sobrevoar os meus canteiros, remexer as minhas histórias e sugar a seiva doce das recordações que eu guardo junto ao peito. Não há vento e nem chuva capaz de demovê-lo desse bater de asas ao meu redor. E assim, segue ele em sua busca indiscreta por segredos escondidos em meus estames, como pólen do tempo, bebericando doçuras entre pétalas descerradas em manhãs que ficaram para trás.

Então, eu o afugento: “Voe, beija-flor, voe! Voe e me permita inventar outro destino”!

E, quase obediente, ele voa para longe... Voa, mas sempre volta. Volta sempre que as sementes esquecidas ao chão germinam e trazem viço ao que parecia morto, e dão novas cores ao que desbotou com o passar do tempo. Ele volta sempre que uma flor nostálgica se abre dentro de mim e lança o seu perfume através dos desvãos da minha alma.

E, quando isso acontece, eis que, de flor em flor, com suavidade e leveza, aquele beija-flor vem zunir suas asas junto aos meus desejos e beijar os meus pensamentos distantes com a máxima ternura e delicadeza. Lembrança boa é assim: tem o cheiro, o gosto e a textura de quem foi embora para sempre, sem jamais se deixar ser esquecido.

Renée Venâncio

O rio do teu amor

Uma lágrima cai sobre a terra,
empapando-a de água,
água viva,
que fará germinar a semente da árvore da vida,
que crescerá e dará fruto,
fruto de vida,
e vida em abundância.

É a gota de água que cai do teu lado,
Senhor,
depois de vertido todo o teu Sangue,
dado à e pela humanidade,
gota de água repassada do teu amor,
que lava, perdoa e purifica
e assim faz brotar a vida nova,
dada ao homem na tua Cruz e Ressurreição.

Essa água do teu lado,
Senhor,
corre agora como um rio caudaloso,
manso e humilde,
cruzando os caminhos da terra
e recebendo como afluentes o sangue dos mártires,
que por teu amor se entregaram,
e entregam,
dando testemunho da vida nova.

E é esse rio que faz crescer a Igreja,
fruto da tua graça,
testemunho dos teus Apóstolos,
fidelidade dos teus discípulos,
entrega dos teus irmãos na humanidade,
anónimos no mundo,
mas com nome inscrito no Céu.

E eu,
Senhor,
pobre de mim,
peregrino no mundo à tua procura,
quero banhar-me nesse rio,
para que se for de tua vontade,
também eu,
por tua graça,
engrosse com o sangue da vida que me deste,
o caudal do rio do teu amor.

Pelos meus irmãos,
Senhor,
para tua glória,
só para tua maior glória!

Joaquim Mexia Alves


A prática correta do bem

Praticar o bem não é fazer tudo pelo outro.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos contrariar uma pessoa e deixar que ele faça algo sozinha.

Para fazer o bem, algumas vezes precisamos deixar que a pessoa caminhe por si mesma.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos saber dizer não na hora certa, e não nos submetermos aos caprichos do outro.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos deixar nossos filhos errarem sozinhos, pois só pela dura experiência do erro cometido é que virá o aprendizado e o amadurecimento.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos não responder uma pergunta, mas estimular uma reflexão e deixar que o outro chegue a resposta sozinho.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos mostrar a verdade ao outro, por mais doloroso que seja para ele.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos dizer a pessoa que ela está sendo invasiva e impor alguns limites.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos terminar uma relação que já está desgastada e dissolver antigas raízes de apego ao outro.

Para fazer o bem, algumas vezes devemos elucidar comportamentos inoportunos que o outro insiste em praticar.

Para fazer o bem, algumas vezes é necessário retirar regalias, privilégios e confortos, para provocar um movimento que levará a pessoa sair do comodismo.

Fazer o bem é dar com amor, mas o amor também pressupõe retirar algo para que a pessoa aprenda a conquistar sozinha.

Autor: Hugo Lapa


domingo, 12 de maio de 2013

Crônica: O Mundo Não é Maternal

É bom ter mãe quando se é criança, e também é bom quando se é adulto.

Quando se é adolescente a gente pensa que viveria melhor sem ela, mas é erro de cálculo.

Mãe é bom em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco.

O mundo não se importa se estamos desagalhados e passando fome.

Não liga se virarmos a noite na rua, não dá a mínima se estamos acompanhados por maus elementos. O mundo quer defender o seu, não o nosso.

O mundo quer que a gente fique horas no telefone, torrando dinheiro. Quer que a gente case logo e compre um apartamento que vai nos deixar endividados por vinte anos. O mundo quer que a gente ande na moda, que a gente troque de carro, que a gente tenha boa aparência e estoure o cartão de crédito.

Mãe tb quer que a gente tenha boa aparência, mas está mais preocupada com o nosso banho, com os nossos dentes e ouvidos, com a nossa limpeza interna: não quer que a gente se drogue, que a gente fume, que a gente beba.

O mundo nos olha superficialmente. Não consegue enxergar através. Não detecta nossa tristeza, nosso queixo que treme, nosso abatimento.

O mundo quer que sejamos lindos, sarados e vitoriosos para enfeitar ele próprio, como se fôssemos objetos de decoração do planeta. O mundo não tira nossa febre, não penteia nosso cabelo, não oferece um pedaço de bolo feito em casa.

O mundo quer nosso voto mas não quer atender nossas necessidades. O mundo, quando não concorda com a gente, nos pune, nos rotula, nos exclui. O mundo não tem doçura, não tem paciência, não pára pra nos ouvir.

O mundo pergunta quantos eletrodomésticos temos em casa e qual é o nosso grau de instrução, mas não sabe nada dos nossos medos de infância, das nossas notas no colégio, de como foi duro arranjar o primeiro emprego.

Para o mundo, quem menos corre voa. Quem não se comunica se trumbica. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. O mundo não quer saber de indivíduos, e sim de slogans e estatísticas.

Mãe é de outro mundo. É emocionalmente incorreta: exclusivista, parcial, metida, brigona, insistente, dramática, chega a ser até corruptível se oferecermos em troca alguma atenção.

Sofre no lugar da gente, se preocupa com detalhes e tenta adivinhar todas as nossas vontades, enquanto que o mundo propriamente dito exige eficiência máxima, seleciona os mais bem-dotados e cobra caro pelo seu tempo.

Mãe é de graça.

Martha Medeiros



sábado, 11 de maio de 2013

Ser mãe: missão para a vida!

Não existe a mãe ideal, mas sim a mãe possível e disponível...

Os desafios de uma sociedade que passa por mudanças é uma das maiores preocupações trazidas pelas mulheres ao buscarem a maternidade.

Inseguranças, desejos, expectativas sobre os filhos, futuro: uma imensidão de pensamentos invade o imaginário das futuras mamães ou daquelas que fazem esse plano.

Mas, vamos pensar juntos: será que existe um “modelo ideal de mãe”?

A missão de mãe da mulher inicia-se no momento da concepção, a partir disso, todos os ideais vão sendo construídos.

Não existe a mãe ideal, mas sim a mãe possível e disponível; isso, sim, é importante!

Muitas vezes, constrói-se o ideal da "mãe perfeita", da "mãe que não erra".

Mas o que seria positivo para a criação de um filho?

Ter o equilíbrio para cuidar dele, para protegê-lo, para educá-lo, para apoiá-lo, para prover-lhe as necessidades físicas e materiais, mas, especialmente, para prover as necessidades de afeto.

Dar o consolo necessário, estar disponível e disposta a olhar, a conversar, ser empática, ou seja, a entender ou a colocar-se no lugar dos filhos e do seu momento de vida são algumas das formas de construir a missão de ser mãe.

É claro que a vida não é estática nem oferece condições que fazem com que tudo esteja bem o tempo todo: para isso, é necessário que saibamos nos observar para não transferirmos as experiências negativas vividas em nossa formação para a formação de nosso filho.

Como diz o título de um livro, é importante que cada mãe possa “falar para seu filho ouvir e ouvir para seu filho falar (do livro: Falar para seu filho ouvir e ouvir para seu filho falar de Adele Faber e Elaine Mazlish).

Recusar os sinais que ele dá, não olhar nos olhos dele, desconfiar dele, não dar peso às coisas que ele fala, não o ajuda em nada.

É importante que saibamos ensinar, mas que também saibamos confiar e dar autonomia e possibilidade para que nosso filho amadureça com pessoa.

Estar bem emocionalmente faz que que possamos contribuir para o crescimento e o desenvolvimento saudável de nossos filhos do ponto de vista psicológico.

Faço aqui uma observação especial para as mães: cuide dos outros, mas também cuide de si.

Viver em harmonia com sua dimensão espiritual, afetiva, social, biológica, é essencial para que você possa cuidar bem dos outros e consiga lidar com as alegrias, tristezas, conquistas e dificuldades próprias da vida.

Lembre-se de que, em primeiro lugar, você é mulher, e com isso, toda a beleza do ser mulher virá com esses cuidados, que depois se farão extensão ao cuidado com o outro, com seu marido, com os filhos.

Mães aprendem a todo momento: desde o choro do bebê que identifica fome ou dor, aprendem também a ligação íntima e profunda que têm com seus filhos.

Aprendem pela experiência do ser mãe e, sendo mães, reformulam, superam e vivem positivamente conflitos passados em sua vida.

Há uma ligação tão profunda e poderosa existente entre mães e filhos que esta sobrevive para sempre em algum lugar muito além das palavras e é algo de uma beleza indescritível.

Você, mãe, trocaria essa beleza e o poder dessa ligação materna por alguma coisa?

Ser mãe é ser a todo tempo, a toda hora, sem limites.

Os limites de uma mãe sempre serão testados, colocados à prova, mas o dom, o amor e a missão farão sempre com que esta supere tudo aquilo que seja lhe dado como prova, bem como a fará experimentar todas as alegrias que esta missão lhe concede!

Muito obrigada a você, mãe, por este e por todos os dias de sua missão!

Elaine Ribeiro


Dia das Mães