segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Sobre a honestidade


Einstein disse que “o destino da humanidade repousa essencialmente e mais do que nunca sobre as forças morais do homem”. E lamentava o fato do progresso entre os homens não ter se efetuado ao mesmo tempo que o progresso sobre as coisas.

Uma verdade é inegável, os homens e mulheres de caráter foram as colunas mestres da sociedade em que viveram e fizeram o desenvolvimento dos povos: Jesus, Ghandi, Lincoln, Santo Agostinho, Mendel, Copérnico, Pasteur, Milikan, Faraday, Gauss...
A verdadeira felicidade só pode ser construída em uma vida de honestidade, caráter, verdade e honradez. Infelizmente, como já dizia Rui Barbosa, “de tanto ver imperar a mentira, a corrupção, a deslealdade, a falta de caráter, o homem chega a rir da honra e ter vergonha de ser honesto”.
Hoje são muitos os maus exemplos por parte de pessoas de poder que sobem às custas da desonestidade e da injustiça. É um péssimo exemplo aos jovens. 

“Afasta-te da injustiça e ela se afastará de ti”, disse alguém. 

Estamos moldando as gerações futuras; os nossos gestos e exemplos se prolongam com repercussões sobre as gerações vindouras.
E, sobretudo vale lembrar aqui que “o lar é a oficina do caráter”. É nele que os pais precisam preparar com zelo as futuras gerações. 
O valor moral não pode ser substituído pelo valor inteligência. Quem perde a honestidade e o nome não tem mais nada que perder

Não basta a instrução literária e acadêmica para formar o caráter; elas por si só não aumentam nem um milímetro a moral de ninguém. 

Sêneca, filósofo romano, dizia que “de nada vale ensinar aos jovens o que é a linha reta, se não o ensinarmos o que é a retidão”.
Não podemos nos submeter a nada e a ninguém que não esteja em sintonia com a verdade. Ghandi dizia que o único tirano que ele aceitava nesse mundo era a “voz baixinha” que falava dentro dele, a voz da consciência. 

Se o homem desprezar ou violentar a sua consciência ele estará esmagando a si mesmo porque estará pisando o que há de mais sagrado dentro dele mesmo. 

Esta “voz baixinha” que fala dentro de cada um de nós, é a própria voz de Deus.

Prof Felipe Aquino

domingo, 27 de outubro de 2013

Recompensas


Pequenos prazeres trazem grandes recompensas. 
Então… satisfaça sua alma primeiro! A Alma é simples e fonte de todo o contentamento. 

Enquanto você procura uma roupa de grife, e chora por não tê-la em seu guarda roupa, a alma se contenta em te ver com uma roupa limpa, bem passada, pois sabe que o corpo vale mais que a vestimenta.

Enquanto você sonha com uma pessoa além do natural, desenha na mente uma pessoa encantada, e chora a solidão do desencontro, a alma se contenta com uma pessoa como você, com defeitos e qualidades, de carne e osso, que possa falar o que você precisa ouvir, e silenciar quando quer desabafar.

Enquanto você sonha com aquele super emprego ou cargo público e chora por não passar no concurso ou na seleção, a alma se sente bem em qualquer trabalho honesto que possa te sustentar, que possa trazer alívio para as despesas que não param.

Enquanto você sonha com o amor que não deu certo, e chora o abandono do que nunca existiu, a alma se contenta com essa pessoa que já convive com você. Talvez você só saiba o valor do que se perde, a alma valoriza o que conquistamos.

Enquanto você se perde em sonhos mirabolantes de riquezas e espera pelo prêmio milionário da Loteria, a alma se contenta com o pouco abençoado pelo suor do seu trabalho e se alegra com o que você pode repartir.

Enquanto você espera, a alma idealiza, enquanto você luta, a alma incentiva, enquanto você cai, a alma ampara, e quando você desiste, a alma chora, lamenta a ilusão que cega os teus olhos.

Durante a noite, quando dormimos e morremos para a vida, ela se ergue em liberdade e mostra onde podemos chegar. 
Mas, por pura tolice e medo de nós mesmos, achamos que tudo não passou de um sonho, e voltamos para a aflição do dia que poderia ser muito melhor, porque nos afligimos com o que não temos, queremos o que não nos pertence, lutamos pelo que não quer mudar, choramos pelos que não reparam nas nossas lágrimas, e escondemos nossos desejos mais simples, em troca de uma ilusão do mundo.

Para sermos felizes precisamos das qualidades divinas: entusiasmo e determinação, coragem e contentamento, firmeza e leveza interior, bondade e compaixão, e muita paciência.

Através da paciência, vamos alcançando tudo. A paciência traz frutos como o contentamento, coração sereno, confiança e tranqüilidade da mente.

Se aprendermos a ter paciência, saberemos como comer, como pensar, como trabalhar, como estar sozinho, como fazer amizades, como viver uma vida verdadeira.

Sem paciência, dissipamos nossa energia e ficamos irritados e cansados. Temos que purificar camadas e camadas de nossa mente, descobrindo como podemos ser mais felizes, superando nossas dificuldades; eliminando nossos medos e limitações.

Viva com responsabilidade e leveza de espírito. Sem stress, sem cobranças, sem tantas expectativas, sem a seriedade que é bem peculiar do ego.

Viva aceitando verdadeiramente o momento presente que já é sua colheita. Você é mais feliz quando tem aceitação de si mesmo, aceita os acontecimentos e aprende com eles, extraindo lições.

A chave para ser mais feliz e saborear a vida é aceitar os outros como são e não tentar mudar a ninguém a não ser a você mesmo. Se mudarmos a nós mesmos, poderemos experimentar harmonia e paz, mas se esperarmos que o mundo ou que os outros mudem, com certeza teremos que esperar em vão por muitos séculos.

Como o pensamento tem muito poder é de muita importância pensar de modo positivo a respeito de nós mesmos e dos outros. Nossos pensamentos criam nosso céu e nosso inferno interior; com nossos pensamentos podemos nos valorizar ou nos diminuir.

Quando sua mente está instável, turbulenta e inquieta, quando tem pensamentos negativos todo o tempo, você prejudica a você mesmo e também os outros. 
Ninguém é responsável pelo que você adquire ou o que sente, pois tudo é conseqüência de seu pensamento. Você colhe o que planta. Isto é inexorável.

Não podemos mudar as causas dos acontecimentos, mas podemos mudar os efeitos dos acontecimentos. Podemos mudar nossa atitude interior, o como pensamos, o como falamos, o como agimos. Isto faz toda a diferença.

É importante restaurar a harmonia mental, purificando nossos pensamentos e palavras, realizando ações corretas; gerando o contentamento interior, a bondade, a compaixão, a tolerância, o perdão e principalmente o agradecimento.

Os frutos destas práticas são a sabedoria, a paz interior, mais saúde física, mental e emocional, e a alegria verdadeira que floresce do Ser interior que reside dentro de cada um.

desconheço a autoria


sábado, 26 de outubro de 2013

A vida


Sim, nós sabemos que a vida não é aquele conto de fadas que nos apresentam quando somos crianças. No decorrer da vida, aprendemos (ou ao menos tentamos) a lidar com os problemas que surgem, já na vida adulta.

Aprendemos, também, a aceitar com mais maturidade as perdas, a entender que a ciranda da vida é essa. É assim desde que viemos ao mundo.

E a gente vai vivendo o instante. Sendo feliz com as pequenas coisas e se surpreendendo com o que encontra no caminho. Sendo, quem a gente sempre quis ser. Sendo. Na essência da palavra.

E mesmo que tudo não aconteça da forma como a gente gostaria (e isso de fato será quase impossível) que nada nos impeça de sorrir. Não deixa que a gente se influencie com o peso do mundo, Papai do Céu. Amacia o coração de quem só sabe acreditar. Em quem ainda sonha.

E mesmo os que já perderam essa fé, empresta a tua bondade e traz de volta a ludicidade da infância para essas pessoas. Abençoa, Pai do Céu. E protege essa gente toda de todo o mal.

Bibiana Benites

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O Bordador


Chega um momento em que a gente se dá conta de que, às vezes, para sermos verdadeiros com nós mesmos, precisamos ter o desprendimento para abençoar as tentativas sem êxito, agradecer pelo o que cada uma nos ensinou, e seguir.

De que, às vezes, para se reconstruir, é preciso demolir construções que, por mais atraentes que sejam, não são coerentes com a ideia da nossa vida.

A gente se dá conta do quanto somos protegidos quando estamos em harmonia com o nosso coração.

De que o nosso coração é essencialmente puro.

Essencialmente, amoroso, o bordador capaz de tecer as belezas que se manifestam no território das formas.

De que, sabedores ou não, é ele que tem as chaves para as portas que dão acesso aos jardins de Deus.

E, vez ou outra, quando em plena comunhão criativa, entra lá, pega uma muda de planta e traz para fazê-la florescer no canteiro do mundo.

Ana Jácomo

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Esqueça


Esqueça os dias de nuvens escuras...

Mas lembre-se das horas passadas ao sol .

Esqueça as vezes em que você foi derrotado...

Mas lembre-se das suas conquistas e vitórias.

Esqueça os erros que já não podem ser corrigidos...

Mas lembre-se das lições que você aprendeu.

Esqueça as infelicidades que você enfrentou...

Mas lembre-se de quando a felicidade voltou.

Esqueça os dias solitários que você atravessou...

Mas lembre-se dos sorrisos amáveis que encontrou...

Esqueça os planos que não deram certo...

Mas lembre-se de

SEMPRE TER UM SONHO...

desconheço a autoria

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Se é bom ou se é mau...


Quero contar para vocês a estória que mais tenho contado - não aconteceu nunca, acontece sempre.

Um homem muito rico, ao morrer, deixou suas terras para os seus filhos. Todos eles receberam terras férteis e belas, com a exceção do mais novo, para quem sobrou um charco inútil para a agricultura. 
Seus amigos se entristeceram com isso e o visitaram, lamentando a injustiça que lhe havia sido feita. Mas ele só lhes disse uma coisa: "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá." 

No ano seguinte, uma seca terrível se abateu sobre o país, e as terras dos seus irmãos foram devastadas: as fontes secaram, os pastos ficaram esturricados, o gado morreu. Mas o charco do irmão mais novo se transformou num oásis fértil e belo. Ele ficou rico e comprou um lindo cavalo branco por um preço altíssimo. Seus amigos organizaram uma festa porque coisa tão maravilhosa lhe tinha acontecido. Mas dele só ouviram uma coisa: "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá." 

No dia seguinte seu cavalo de raça fugiu e foi grande a tristeza. Seus amigos vieram e lamentaram o acontecido. Mas o que o homem lhes disse foi: "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá." Passados sete dias o cavalo voltou trazendo consigo dez lindos cavalos selvagens. Vieram os amigos para celebrar esta nova riqueza, mas o que ouviram foram as palavras de sempre: "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá."

No dia seguinte o seu filho, sem juízo, montou um cavalo selvagem. O cavalo corcoveou e o lançou longe. O moço quebrou uma perna. Voltaram os amigos para lamentar a desgraça. "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá", o pai repetiu. 

Passados poucos dias vieram os soldados do rei para levar os jovens para a guerra. Todos os moços tiveram de partir, menos o seu filho de perna quebrada. Os amigos se alegraram e vieram festejar. O pai viu tudo e só disse uma coisa: "Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá..."

Assim termina a estória, sem um fim, com reticências... 

Ela poderá ser continuada, indefinidamente. E ao contá-la é como se contasse a estória de minha vida.

Tanto os meus fracassos quanto as minhas vitórias duraram pouco. 
Não há nenhuma vitória profissional ou amorosa que garanta que a vida finalmente se arranjou e nenhuma derrota que seja uma condenação final. 
As vitórias se desfazem como castelos de areia atingidos pelas ondas, e as derrotas se transformam em momentos que prenunciam um começo novo. 

Enquanto a morte não nos tocar, pois só ela é definitiva, a sabedoria nos diz que vivemos sempre à mercê do imprevisível dos acidentes. "Se é bom ou se é mau, sé o futuro dirá."

Rubem Alves

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Onde anda meu sorriso?


Sabe Deus...
Não tem sido fácil
Trago tantas dores no peito
Tantas batalhas
Por vezes, olho o sol
Tão lindo!
Tão mágico! A me sorrir!
E me pergunto?
Onde anda meu sorriso?

Sabe Deus...
Não tem sido fácil
Tenho tantos medos
Tanta insegurança em meu coração
Por vezes, olho a rosa
Tão linda!
Tão perfumada! A me encantar
E então, concluo
Se ela é tão efêmera
E é capaz de tanto
Eu também quero ser assim.

Sabe Deus...
Não tem sido fácil
E sei que não será
Mas Coloquei minhas lutas em suas mãos
E sei que tens tanto pra mim
Por que me conheces tão bem
E a paz me devolverá!

Eu sei que tens planos pra minha vida
E colocaste Anjos
Pra me cuidarem sempre...
E fiz Contigo um Compromisso
Sorrir novamente.

(Sirlei L. Passolongo)

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Olhe-se


É muito fácil nos perdermos do essencial quando não enxergamos, apenas vemos.

Se não tomarmos cuidado, a vida passará por nós e não a perceberemos. Enxergar é saber observar o que realmente importa, o que realmente nos convém.

Uma pessoa que não se enxerga, não avança, não cresce, não supera, fica estacionada, porque tem a incapacidade de se ver.

Preste atenção em você, em quem você é. Permita que o olhar que você tem sobre si seja verdadeiro. Pare de exigir de você aquilo que não tem para oferecer, pois, a partir do momento em que você reconhece a sua verdade, tem a capacidade de crescer.

Quando temos dificuldade de olhar para nós mesmos, corremos o risco de assumir um personagem que não somos.

Olhe-se. Não tenha medo de quem você é, abandone as suas ilusões e as substitua por esperança.

Mas se você não se olha, não lida com sua verdade, corre o risco de desperdiçar sua vida com ilusões que não se realizam.

Se você quiser realmente chegar ao profundo dos seus valores, das regras que te regem como ser humano, retire os seus excessos. Muitas vezes os nossos excessos nos impedem de conhecer a nossa verdade fundamental.

Padre Fábio de Melo

domingo, 6 de outubro de 2013

A didática das mudanças


As coisas mudam. Aliás é antiquíssima a teoria da mutação. Tudo está em movimento, em transformação permanente e silenciosa. A árvore que admirei ontem à tarde não é a mesma de hoje. Durante a noite, suas moléculas, numa velocidade espantosa, arranjaram-se de tal forma que hoje talvez haja menos ou mais folhas, talvez um fruto tenha amadurecido ou surgido, algum galho apodrecido e caído, o tronco pode apresentar uma frincha, uma pequena fenda que ontem não havia.

É da própria natureza a mutação das coisas, a transformação lenta e inexorável: o dia, a noite, as estações do ano, os ciclos da vida, a vida e a morte...

De todas as transformações, a que mais aprecio é aquela que se opera no interior das pessoas. Principalmente quando elas se transformam em pessoas melhores, amenizando o humor, abrandando a ira, derrubando a inveja e a soberba, vencendo o orgulho. É reconfortante saber que tantos pensam e apregoam a idéia de que somos, primordialmente, pedra bruta, e que está em nós mesmo a capacidade de transformá-la em pedra polida.

Conheci um daqueles homens que lutam pelo sucesso muito depois de o ter conseguido; que ainda ficam jogando quando as arquibancadas já estão vazias, o outro time já saiu do campo e as sombras começam a descer em sua direção. Aos poucos a vida foi-lhe ensinando que a busca da felicidade tem alguns limites e lições. Esse amigo teimava em permanecer no mesmo método de busca da felicidade, e sentia-se frustrado porque a felicidade que ele almejava nunca era completa. Pensava, por exemplo, que sua vida estaria completa quando se aposentasse. Aposentou-se, mas ainda havia tanto por fazer! Então a felicidade seria quitar a casa própria. Quitou-a, mas ainda continuava muito grande a lista de coisas a fazer, a conquistar. Pensou que a educação completa dos filhos e sua autonomia seria a felicidade. Chegou esse tempo, mas vieram os netos e a história das esperanças recomeçou, a esposa passou a merecer mais carinho, mais atenção; enfim, a felicidade ainda não havia chegado.

Não é interessante a cegueira de alguns? Talvez a felicidade não seja propriamente algo a ser alcançado, mas sim o percurso para se alcançá-la.

Bravo, não?

E não estou sozinho nesta percepção: o romancista espanhol Miguel de Cervantes dizia algo parecido a isto: a felicidade não se encontra no final da viagem, mas sim no seu caminhar, nos pequenos hotéis e tavernas à beira da estrada, as pessoas novas que se conhecem, a paisagem, os animais soltos no campo, o soar de um pequeno sino de igrejinha de uma aldeia...

Enfim, aquele meu conhecido transformou-se, como se transformam todas as coisas do mundo. Passou a exercitar uma sabedoria da qual nunca tivera conhecimento. Passou a pensar que o próprio sucesso é uma espécie de fracasso. Por exemplo: quando chegamos ao pé do arco-íris, verificamos que ele não existe. Se ganhássemos um castelo na Espanha, descobriríamos que não haveria água encanada.

E aí está a magia da vida: desafiar-nos sempre para que sempre estejamos em ação, em busca do melhor. O passado é referência histórica, o presente é o momento de ação e no futuro estão nossas metas. Sucede que quando chegamos ao futuro, estaremos num outro presente e haverá um novo futuro. E a cada dia que nasce, novas ferramentas são postas em nossas mãos para que possamos polir a nossa parte bruta. E aprimorar o nosso interior.

Temos em cada ano, em cada mês, em cada semana, em cada dia, em cada hora, em cada minuto, em cada segundo uma nova oportunidade para melhorar a nossa vida. Enfim, parece que o universo todo conspira para que as mudanças tragam uma mensagem e mesmo um exercício natural: elas existem visando o aprimoramento.

Se você se sente idoso e com tendência a rebater essa idéia, pensando apenas em quanto o seu corpo mudou para pior, os esquecimentos, os “brancos” mentais e capilares, lembre-se que foi necessário todo esse tempo de sua vida para você ter alcançado conquistas inúmeras: os filhos, os filhos dos filhos, a sabedoria, a paz interior, a sensação indescritível de missão cumprida, ou quase isso...

A didática das mudanças. Pense em retornar ao início... Inimaginável, porque impossível. O que implica dizer que mudança é progresso, é ir adiante, é passar por novas experiências, é crescer, é aproximar-se cada vez mais de tudo o que seja inerente ao aprimorado, de tudo que seja mesmo transcendente à condição humana.

Vencemos desafios, perdemos algumas lides, deixamos lições e nos autoprimoramos.

Há desvios de rota. Se na natureza, a teoria das cordas explica, se no homem a história das civilizações ou a própria antropologia cultural usualmente aponta fatores que, no futuro, haverão de ser transpostos.

As lições das mudanças. Isto não é maravilhoso?

Everton de Paula,
cadêmico e editor. Escreve para o Comércio há 43 anos

sábado, 5 de outubro de 2013

Amar é isso

A pessoa que ama é uma pessoa espontânea. 
A pessoa que ama não tem necessidade de ser perfeita, apenas humana.


Amar é sentir forças pra lutar
Seguir sem medo de recomeçar
Amar é, é se entregar de coração, sem esperar gratidão.
Amar é Ter sorrisos no olhar, ter fé, na amizade acreditar
Amar, força que move a canção, essência da emoção.
Amar é isso e muito mais.
Só no amor pode este mundo sentir paz.
É saber sorrir, é saber se dar, é saber seguir,
Sem volta esperar, é a doação,
Nunca dizer não, prá fazer feliz outro coração.
Amar é isso e muito mais.
Só no amor pode este mundo sentir paz.
É a força que move a vida,
Faz crer que um dia pára a tempestade,
Ver a rosa perfumada entre espinhos,
Ver a luz no fim do túnel no caminho.
Amar é isso e muito mais
Só no amor pode este mundo sentir paz
É a força que move a vida
Faz crer que um dia pára a tempestade
Ver a rosa perfumada entre espinhos
Ver a luz no fim do túnel no caminho.
Amar é isso e muito mais
Só no amor pode este mundo sentir paz
É a força que move a vida
Faz crer que um dia pára a tempestade
Ver a rosa perfumada entre espinhos
Ver a luz no fim do túnel no caminho.

Vera Lúcia

Eu não sou tão triste assim...



Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz?
Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?

Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.

Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. 
Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. 
Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.

A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. 
Estar triste não é estar deprimido.

Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. 
Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.

“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down…” 

Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. 

Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. 

Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. 
Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.

Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. 
Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.

Martha Medeiros

Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada - Clarice Lispector

Artesãos da vida


Artesãos da vida somos.
Minha vida daria um livro! A vida de todo mundo daria um livro!
Somos todos obras-de-arte modeladas pelo Grande Artesão.
Ninguém passa por aqui como uma folha de papel em branco, isso não teria sentido. Seria preciso vegetar no dia-a-dia e, ainda assim, algo seria escrito. Por mais apagada que uma pessoa possa parecer, por menos que ela pareça importante, sua história se escreve a cada minuto.
E, criados à imagem de Deus, somos todos artesãos da nossa própria existência, modelando momentos aqui e outros lá, tirando um pouquinho, acrescentando outro e dando formas, bonitas ou não, ao que se passa ao nosso redor.
Todos os nossos risos e nossas lágrimas são letrinhas da nossa história. Nossos grandes momentos são capítulos, uns mais interessantes, outros menos.
A natureza é a decoração que com bondade o Senhor colocou à nossa disposição e a família e amigos são os protagonistas com os quais nos presenteou.
Não é preciso ser artista, político, rei ou gente conhecida para sermos alguém. Isso já somos! Ninguém não existe!...
E tenho certeza que cada um de nós, nem que seja por uma vez na vida, já foi o protagonista do livro da vida de alguém. E isso não é importante?!

Letícia Thompson