quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Momentos especiais


A vida presenteia a todos nós com momentos especiais, únicos!

Alguns não percebem quando eles chegam e simplesmente os ignoram, perdendo a alquimia existencial. 
Outros os vivem profundamente, sabendo o quanto eles deixarão saudades... 

Todos têm momentos mágicos que podem ser vividos em janeiro, junho, julho ou em um doce novembro. 
Independente de datas eles surgirão e se estivermos despertos os guardaremos, feito tesouros, para todo o sempre! 

Essa é a grande diferença entre quem vê a vida em preto e branco e quem a vê colorida, com poesia, perfume e música...

Lígia Guerra

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O que é a vida?

O que é a vida? 
A vida é a nossa participação na história. 



Como as estações do ano ou como as paisagens, 
a vida vai mudando e nós com ela. 
Mas nós também mudamos a história. 
A história era diferente antes de nós 
e não será igual depois de nós. 
Nós mudamos a história com a nossa vida: 
as nossas acções, boas e más, 
as nossas palavras, 
as nossas opiniões 
e as nossas decisões, 
os nossos amores e os nossos ódios... 
Tudo é vida, tudo é história.

Mas a vida não se cruza só com a história. 
Na nossa vida temos factos e temos pessoas. 

Cruzamo-nos com os outros, 
que também têm as suas vidas e as suas histórias. 
Como os castelos. 
Pedra sobre pedra, 
fortalezas, onde só entra quem deixamos, 
o sítio de encontro, 
o lugar da segurança, 
para os que amam, o lugar do amor. 

Bem situados, 
normalmente nos altos das vilas ou das cidades, 
de lá nós vemos quem se aproxima: 
amigos que nos querem bem, 
os mal intencionados, 
que nos deixam assustados, 
os desconhecidos que nos visitam, 
os amores que vêm à procura do nosso coração...

O que é a vida? 
É mostrar-se e esconder-se, 
é arriscar e recuar, 
observar e participar, 
é duvidar e acreditar.

E é amar. 
Amar tudo e todos, é certo, é cristão,
mas amar quem vive no nosso coração. 
Grande castelo o nosso coração! 
Amamos com mais ou menos intensidade, 
com mais ou menos paixão, 
mais presentes ou mais ausentes, 
mas amamos os que trazemos dentro de nós. 
Com esses, 
muitos ou poucos, que importa?, 
construímos a nossa vida de cada dia. 
Porque nascemos para amar, 
vivemos a amar 
e morremos amados.

O que é a vida? 
É o livro do qual se é o autor 
e talvez o seu único leitor. 
São as páginas que lemos, 
escrevemos 
e voltamos a ler 
para ver o que ficou escrito lá atrás 
e que já não nos lembramos; 
são os capítulos que o ordenam, 
lhe dão sentido e força, 
são os outros personagens, 
os que estão sempre em cena 
e os que vão e vêm; 
são as folhas por escrever, 
desafios desconhecidos numa história em construção.

No livro da vida não há ficção. 
Tudo aconteceu, 
tudo é real, tal e qual, 
não adianta ter vergonha.

O que é a vida? 
É ler o seu próprio livro: 
chorar, rir, sonhar... 
E não desistir de amar.


Fr. Filipe


Pense em mim


Pense em mim
Se você me ama,

Não chore...

Se você conhece o mistério insondável do céu onde me encontro...

Se você pudesse ver e sentir o que eu sinto e vejo nestes horizontes sem fim e nesta luz
que tudo alcança e penetra você jamais choraria por mim.

Estou agora absorvida pelo encanto de Deus, pelas suas expressões de infinita beleza.

Em confronto com esta nova vida, as coisas do tempo passado são pequenas e insignificantes.

Conservo ainda todo o meu afeto por você
e uma ternura que jamais lhe pude, em verdade, revelar.

Amamo-nos ternamente em vida,
mas tudo era então muito fugaz e limitado.

Pense em mim assim.
Nas suas lutas, pense nesta maravilhosa morada, onde, juntos, viveremos no enlevo mais puro e mais intenso, junto à fonte inesgotável de alegria e do amor.

Se você verdadeiramente me ama, não chore mais por mim.

"Eu estou em paz."

do site: http://www.paulinas.org.br/

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Pedido


Ouço os sinos:
Dobram, redobram,
Anunciando aos homens
A chegada do Menino.

Onde estão os homens?

Olho a estrela:
Brilha, rebrilha,
Indicando aos homens
O caminho do Menino.
E onde os homens estão?

Vejo o Menino esperando,
Deitadinho entre as palhas,
E renascendo, a cada ano...
E cansando de esperar.

Menino, não te vás embora,
Espera mais um pouquinho!
Sei de uma estrela enorme
Que brilha no alto da noite
Saudando a Tua chegada.

Menino, não te vás embora,
Espera um pouquinho mais!
Sei de três nobres senhores
Que, partindo do Oriente
E seguindo a Estrela-Guia,
Logo Te irão encontrar,
E com ouro, mirra e incenso,
Irão e Te presentear.
E sei também de pastores 
Que, seguindo a Fé e a Palavra,
Logo Te irão adorar.

(Não nos shoppings,
Nem nas luzes
De outras muitas estrelas,
Geradas nas mãos dos homens.
- Eis os homens! -
Não nas mil e uma caixas
Vestidas de ouros e pratas
Que se amontoam nas lojas,
Nas casas, nos olhos...
E em muitos corações.
Não no farfalhar das sedas
Ou nos laços de celofane
Que se compram e se vendem
- Filas enormes! - 
Em mercados vazios de Fé).

Não, Menino, não vás embora:
Fica e me mostra o caminho
Da Tua estrela luminosa.
Revela-me a paz do Teu ninho.
Envolve-me no hálito-agasalho
Do Amor, 
Da confiança na essência do Homem.

Não, Menino, não vás embora:
Fica. E me mostra o caminho
Que leva ao singelo, à ternura,
Às palhas da manjedoura;
A novo sopro de esperança
No humano coração.

Eis o que procuro
Nas madrugadas nebulosas 
(Onde a Estrela?) 
Destes dias seculares:
O espírito do Teu Natal.
Hoje tão difícil... tão difícil...
Ah, Menino, não te vás!

Eny Miranda

domingo, 14 de dezembro de 2014

Ler o mundo


Fui convidada pela Juliana, da Escola Dante Guedini, que faz um belo trabalho, na Sala de Leituras, para dois encontros com uma escritora (eu) e os alunos, basicamente das 7ª e 8ª séries. 

Pedi que os alunos me ajudassem com perguntas e elas foram ótimas: 
qual o meu sonho; 
como começou a minha paixão por ler; 
qual a primeira dificuldade minha ao escrever; 
como lido com o tema e com o título do que escrevo (escrevo o que realmente sinto e penso?); 
quais as minhas referências como escritora-leitora. 
Perguntas que me ajudaram a conhecê-los.

Lembrei-me, antes de encontrá-los, da minha experiência como alfabetizadora. Descobri maravilhas sobre o ato de ler, tantos anos atrás. 
Cada um aprende a ler segundo uma experiência íntima, particular. 
Vi uma criança aprender, pelo som da letra, o método fonético desenvolvido (e criticado) por Maria Montessori. 
Na época era popular o método global, de Paulo Freire, na alfabetização dos adultos (o famoso MOBRAL, extinto pela ditadura militar, considerado subversivo). 
Muitas crianças eu vi aprenderem a ler com frases e até mesmo textos criados, oralmente, por elas, seguindo Freire.

Mas também vi criança aprendendo pelo antiquado método silábico, usado nas cartilhas. 
As cartilhas eram criticadas, nos idos dos anos 70, como método arcaico de alfabetização, que impedia a criatividade da criança. 
Mas vi criança se alfabetizar com a junção de letras: “b” + “a” = “ba”, considerado um péssimo método.

Aprendi, como alfabetizadora, que a gente aprende a ler, de maneira pessoal, da mesma maneira como se bebe, ou se come, ou se cheira e se toca o mundo ao redor. 
Há os detalhistas que, enquanto não veem todos os detalhes, não conseguem apreender a experiência e dar nome a ela. 
Há o que precisa de uma visão panorâmica, para situar o detalhe senão se perde, sem perceber o contexto.

Há pessoas que necessitam viver sensações: a experiência tem de ser concreta, sensorial, para conseguirem registrar experiência: são incapazes de abstrair. 

Em geral, crianças pequenas precisam de experiências sensoriais, antes de alcançar a abstração, e apreendem as experiências por “tentativa e erro”.

Outros apreendem um padrão e, através dele, encontram um sentido na experiência, organizando a sua percepção e, finalmente, alcançam o aprendizado.

Alfabetizar revela os diferentes tipos, humanos, de inteligência. 

Ler cria o futuro escritor e suas diferentes escritas também. 

É milagroso, para o alfabetizador, ver pipocar, um aqui, outro acolá, o leitor e o escritor futuros da nossa língua portuguesa. 

Quando nada parece estar a acontecer, silenciosa metamorfose vai ocorrendo. 
Alguém cego e surdo para os sinais crípticos, misteriosos, se torna, finalmente, alguém letrado e culto: cidadão da própria língua.

Obrigada, turma da E.E. Dante Guedini pela conversa sobre leitura/escritura: meu mundinho se alfabetizou mais, em leitura e escrita, com a experiência de nosso encontro. 

Alfabetização é um processo infinito, quando queremos ler o mundo, mais do que ler livros.


Maria Luiza Salomão, psicóloga, psicanalista

Quatro conselhos dos santos para a educação dos seus filhos


“Como poderão os filhos ser bons, se os pais não prestam? Só por milagre”. 
Com essa frase, Santo Afonso de Ligório resume a grave responsabilidade dos pais na formação da consciência de seus filhos. 

Como ensinou Nosso Senhor, pelos seus frutos os conhecereis. São muitíssimos os nomes de santos que tiveram pais ou mães igualmente virtuosos: Santo Agostinho e Santa Mônica, São Gregório Magno e Santa Sílvia, Santa Catarina da Suécia e Santa Brígida… e a lista se estende. 
São verdadeiramente almas gigantes, que só puderam se elevar porque receberam uma educação exemplar de seus pais.

Vão aqui quatro conselhos dos santos para você educar os seus filhos. Nem todas são exortações muito agradáveis aos ouvidos, mas, com certeza todas serão de grande valor para a sua família.

1. Ser obediente a Deus


“ Se queremos saber mandar, temos primeiro de saber obedecer, procurando impor-nos mais com o amor do que com o temor.” (São João Bosco)
Antes de impor a autoridade sobre os filhos, é preciso lembrar que há uma autoridade à qual todos os homens devem obedecer. 
Tanto maior será o respeito dos filhos por seus pais, quanto maior for o respeito destes ao Pai dos céus. 
O filho que vê o pai trabalhando, tratando com respeito a sua mulher, cuidando das necessidades da casa e rezando - em suma, cumprindo o seu dever de cristão e pai de família -, não só será dócil às suas instruções, como seguirá o seu exemplo, ao crescer. 
Portanto, em primeiro lugar, o Reino de Deus, isto é, o cumprimento da Palavra. 
As outras coisas virão por acréscimo.

2. Corrigir por amor, não por ira
“ Tome-se como regra nunca pôr as mãos num filho enquanto dura a ira ou cólera; espere-se até que se tenha aquietado por completo.” (Santo Afonso de Ligório)

“Quando, porém, se tornarem necessárias medidas repressivas, e consequentemente a mudança de sistema, uma vez que certas índoles só com o rigor se podem dominar, cumpre fazê-lo de tal maneira que não apareça o mínimo sinal de paixão.” (São João Bosco)

Os conselhos de Santo Afonso e São João Bosco são o mesmo conselho do Autor Sagrado: “Vós, pais, não provoqueis revolta nos vossos filhos” (Ef 6, 4). 
Se é verdade que, como adverte o Livro dos Provérbios, “quem poupa a vara, odeia seu filho” (13, 24), também é verdade que toda correção deve ser feita de modo racional e equilibrado, inspirada pelo amor, não pela ira. 
Caso contrário, também a criança aprende a irar-se, sem que mude de comportamento. 
Aqui, é importante evitar não só as agressões físicas, mas também os gritos e as palavras exasperadas, que mais servem para intimidar as pessoas que para melhorar o seu caráter.

3. Dar bom exemplo

“ Os pais estão igualmente obrigados a dar bom exemplo a seus filhos. 
Estes, principalmente quando pequenos, imitam tudo o que veem, com a agravante de seguirem mais facilmente ao mal, ao qual nos sentimos inclinados por natureza, que o bem, que contraria nossas inclinações perversas. 
Como poderão os filhos comportar-se irrepreensivelmente, se ouvirem seus pais blasfemar a miúdo, falar mal do próximo, injuriá-lo e desejar-lhe mal, prometer vingar-se, conversar sobre coisas indecentes e defender máximas ímpias, como estas: Deus não é tão severo como dizem os Padres; ele é indulgente com certos pecados, etc.? 
O que se tornará a filha que ouve sua mãe dizer: É preciso deixar-se ver no mundo e não se enclausurar como uma freira em casa? 
Que bem se pode esperar dos filhos que veem o pai o dia inteiro sentado na taberna e, depois, chegar bêbado a casa, ou então visitar casas suspeitas, confessando-se uma só vez no ano ou só muito raramente? 

S. Tomás diz que tais pais, de certo modo, obrigam seus filhos a pecar.” (Santo Afonso de Ligório)

As palavras de Santo Afonso são suficientemente claras. 
Aqueles que dão mau exemplo de vida, “de certo modo, os obrigam seus filhos a pecar”. 
Se essa sentença é verdade para o mal, também o é para o bem. 
Pais que vivem uma vida de oração e virtudes excitarão o coração de seus filhos para o serviço de Deus e das almas. 
O casal de beatos Luís Martin e Zélia Guérin educou tão bem suas cinco filhas, que todas elas se tornaram religiosas, entre elas Santa Teresinha do Menino Jesus, que é doutora da Igreja.

O pai que, lendo essas linhas, lamentou não ter dado uma boa educação a seus filhos - pois não tinha conhecido Nosso Senhor quando começou a sua família - deve, antes, louvar a Deus pelo conhecimento que agora tem e ainda pode dar a seus filhos, por meio de conselhos. 

É preciso, agora, buscar a conversão da própria família, sobretudo com uma vida de muita oração e penitência, evitando inquietações e escrúpulos desnecessários, afinal, Deus não nos pede conta daquilo que ignoramos. 
Uma vez conscientes da Sua vontade, todavia, é importante trabalhar com temor e tremor na própria salvação e na dos outros, sabendo que a quem muito foi dado, muito será cobrado.

4. Agir com prudência e vigilância

“Os pais são os culpados, pois quando se trata de seus cavalos, eles mandam aos cavalariços que cuidem bem deles, e não deixam que cresçam sem serem domados, e desde cedo põem neles freio e outros arreios. Mas quando se trata de seus filhos jovens, deixam-nos soltos por todas as partes durante muito tempo, e assim perdem a castidade, se mancham com desonestidades e jogos, e desperdiçam o tempo com espetáculos imorais. (...)

Cuidamos mais de nossos asnos e de nossos cavalos, do que de nossos filhos. 
O que possui uma mula, se preocupa em encontrar um bom cuidador, que não seja nem rude, nem desonesto, nem ébrio, mas um homem que conheça bem o seu ofício. Todavia, quando se trata de procurar um professor para a alma da criança, contratamos o primeiro que aparece. 
E, no entanto, não há arte superior a esta. 
O que é comparável à arte de formar uma alma, de plasmar a inteligência e o espírito de um jovem? 

Quem professa esta ciência deve proceder com mais cuidado que um pintor ou um escultor ao realizar sua obra.” (São João Crisóstomo)
São João Crisóstomo viveu no século IV, mas esse conselho é válido sobretudo para os nossos tempos, em que as crianças são entregues a um sistema educacional corrompido, muitas vezes com a displicência dos pais, que querem passar toda a sua responsabilidade de educá-las para o Estado.

“Quando se trata de procurar um professor para a alma da criança, contratamos o primeiro que aparece”. Essa sentença convida todos os pais a um exame de consciência: como me relaciono com a escola dos meus filhos? 
Sei ou procuro saber o que os professores estão passando para eles, quais livros estão sendo usados para a sua instrução e como é o ambiente em que convivem? 
Em casa, deixo os meus filhos jovens “soltos por todas as partes”, deixando que façam o que querem, sem freios e sem disciplina? 
Converso com eles com frequência, agindo verdadeiramente como pai? 
O exame deve incluir, evidentemente, o propósito de agir com mais pulso e cuidado na orientação da prole.

É preciso empregar muita diligência nesses exames, pois, como diz Santa Teresinha do Menino Jesus, as crianças “são como uma cera mole sobre a qual se pode depositar tanto as impressões das virtudes como do mal”, e os primeiros responsáveis por moldar essas pequenas almas são justamente os pais. 

A santa religiosa de Lisieux exclamava: “Ah! quantas almas chegariam à santidade se fossem bem dirigidas!...”

Lembremo-nos sempre que Deus pedirá conta daquilo que fizemos com as almas de nossos filhos e peçamos a Sua graça para imitarmos a Sagrada Família de Nazaré, na qual Nosso Senhor cresceu, rodeado de carinho, atenção e amor.

Padre Paulo Ricardo
https://padrepauloricardo.org

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Sinto-me completa


O meu rosto parece-te enrugado?
São as cicatrizes das feridas
que a vida vai-me deixando...
São as marcas de experiências vividas...

Nem tudo é sombra,
nem tudo é sol...

A minha alma machucasse 
e ao mesmo tempo sente-se acarinhada...

perguntas-me se trocava a leveza do sentir,
pela dureza daquilo que me marcou?

Não... Amei tudo o que vivi até aqui...
Nada teria sentido se fosse de outra forma...

Aprendi, ensinei, 
sorri, chorei, 
doei de mim...
Umas vezes sem retorno,
noutras tantas, também recebi...
perdi, ganhei...

E agora queres também saber se valeu a pena?
Valeu e continua a valer, 
com toda a certeza!
Valeu por tudo o que foi e não volta mais...
Vale por tudo o que é...vivido... Sentido...
Valerá, talvez, por tudo o que ainda está para vir, 
enquanto Deus assim mo permitir!

Sou enrugada pela vida... É certo, 
carrego no peito dores, desalentos, desamores...
Alegrias, euforias, emoções e contentamentos...
Memórias intemporais que não se perdem no tempo...

Mas acima de tudo,
sou imensamente feliz com as rugas
que me tornam mais completa...

Com elas aprendi o milagre 
de sentir,
de sofrer, 
de sorrir 
de viver! 

(Rómy Pinto)

O tamanho das pessoas


Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento...

Uma pessoa é enorme para ti, quando fala do que leu e viveu, quando te trata com carinho e respeito, quando te olha nos olhos e sorri .

É pequena para ti quando só pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade, o carinho, o respeito, o zelo e até mesmo o amor

Uma pessoa é gigante para ti quando se interessa pela tua vida, quando procura alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto contigo. E pequena quando se desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.

Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos da moda.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas.

Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande.
Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. O nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de acções e reacções, de expectativas e frustrações.

Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente torna-se mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande... é a sua sensibilidade, sem tamanho...

Martha Medeiros