domingo, 31 de julho de 2016

Ei qual o problema de eu ser solteira?




As pessoas confundem estar solteira com estar carente ou estar sozinha. Acham que todo mundo que não está em um relacionamento necessariamente sente falta de ter alguém.

Vem cá, deixa eu te falar uma coisa: Há um verso bíblico que diz: ” Tudo tem o seu tempo determinado” – Eclesiastes 3:1 . E eu juro, esse não é tempo de me relacionar com ninguém. Como posso querer entrar em um relacionamento desacreditando tanto do amor desse jeito? Cansada de olhar ao meu redor e ver relacionamentos fracassados por falta de fidelidade, pessoas trocando joias por bijuterias, trocando um amor de verdade por uma atração fajuta.

Como posso pensar em entrar em um relacionamento vendo tanta gente machucada por esse legado do “amor”? Vendo gente sendo enganada, corações sendo destruídos sem dó… Sério, como eu posso entrar em um relacionamento vendo tanta gente confundindo amor com apego, desistindo do amor por qualquer coisa, trocando gente de valor por gente que não valoriza.

Eu sei, eu posso não tem nada a ver com isso, mas eu já fui atingida por mentiras, meu coração já foi alvo e já o quebraram, deixaram em pedaços e eu me recompus. Não foi fácil, acredite. Levei fama de durona, coração de pedra e diziam que eu escolhia demais. Mas ninguém conseguiu ver a dor que estava por detrás de tudo isso, ninguém viu o coração que embora pulsava estava quebrado, tentando se recompor em passos lentos. Ninguém entendia que esse lance de não querer ninguém era uma forma de me defender da dor. Que não querer se envolver era uma forma de não me decepcionar. Ninguém viu que eu precisava desse tempo com Deus, só eu e Ele.

Não é fácil ter um coração quebrado, não é fácil se recompor. Tem dias que a dor faz morada e joga a chave fora, não conseguimos sair. Tem dias que você chora sozinho e tem medo de não conseguir viver nunca uma história dessas bonitas que vemos por aí. Dessas histórias que tem respeito, que tem amor, que tem paciência e lealdade e que a gente acaba achando ser apenas histórias, distantes da nossa realidade.

Pra você que não entende o porque de eu estar solteira, está aí um dos meus poucos motivos. Não posso curar minha dor machucando outra pessoa, criando novas feridas. Não posso tornar isso um ciclo vicioso de tentar, tentar, machucar, reparar o erro. É preciso sabedoria.

Sabe esse tempo pra mim está me fazendo tão bem. Estou lendo livros novos, descobrindo umas séries incríveis, descobrindo novas aptidões, vendo o quanto eu sou forte e capaz de alcançar os meus sonhos e de como a caminhada até o sucesso é longa. Eu estou tendo um relacionamento com Deus como nunca tive antes e tenho conseguido escutar a sua voz. E Ele ainda me diz: “Ei menina, espere, se acalme, o melhor está por vir. Aquieta a sua ansiedade e deixe Eu agir.”

E eu realmente estou deixando, e não estar com ninguém por medo de ficar só ou por carência é a prova disso. Não eu não vou aceitar qualquer coisa, eu não vou me entregar ao primeiro abraço, não vou aceitar o primeiro convite para um jantar… eu não quero ser guiada pelo coração, eu não quero me deixar levar pela aparência, eu não quero viver uma mentira e sofrer as consequências dos meus enganos. Eu não quero um amor raso, dessa vez eu quero mergulhar. E sim, enquanto eu não sentir que posso dar um passo em frente eu vou permanecer aqui, como estou. Primeiro eu preciso conhecer a mim, antes de conhecer alguém, primeiro eu preciso estar inteira não posso ser metade, primeiro eu preciso estar segura para depois poder confiar em alguém.

Sabe quando aquele vendedor passa e você diz: Hoje não, obrigada? Quando me falam de relacionamento eu digo o mesmo: Hoje não, obrigada. Mas, se você quiser, volte amanhã. Não há nenhum erro em não ter ninguém, mas há todo erro do mundo em ter alguém só pra preencher vazio, só pra matar a carência, e se for pra viver uma história de erros eu prefiro viver a minha, assim.

Escrito por: Thamilly Rozendo

domingo, 3 de julho de 2016

O jardim da nossa alma



Ele não podia deixar escapar esta oportunidade. Finalmente tinha encontrado o que procurara com tanto empenho. O preço era fantástico e a casa estava em boas condições. O jardim abandonado fê-lo sonhar com um trabalho que muito o repousava. 

Tinha aprendido, desde pequeno, que cuidar das plantas era o mesmo que descansar. Sempre desejara viver numa casa com jardim, por muito pequeno que ele fosse. Logo que pôde, começou a trabalhar. 

Transformou aquele monte de mato, de pedras e de espinhos num pequeno “oásis”. Que gosto lhe deu esse trabalho! É verdade que tinha demorado o seu tempo. Mas também é verdade que tudo o que vale a pena nesta vida só se consegue com uma generosa dedicação de esforço e de tempo.

Certo dia, enquanto trabalhava na manutenção do seu jardim, passou pela rua uma senhora. Parou e pôs-se a olhar atentamente para as diversas plantas. Enquanto olhava, saiu-lhe um comentário como um suspiro: «Que maravilha! Que coisas tão bonitas faz Deus!». 
Ao ouvir isto, o “jardineiro” não conteve uma observação que, naquele momento, lhe pareceu muito oportuna: «A senhora devia ter visto o aspecto do jardim quando era Ele quem cuidava disto sozinho».

É verdade que Deus faz coisas maravilhosas na nossa vida. Mas também é verdade que Ele conta com a nossa colaboração. 
Ele deseja que o jardim da nossa alma esteja sempre belo e limpo, e dá-nos todas as ajudas necessárias para que isso seja possível. Mas se nós não colaborarmos, respeita a nossa decisão. Se fizesse o contrário, passaria por cima de um dom que foi Ele próprio quem nos deu: a liberdade. 

Por isso, se o jardim da nossa alma está sujo e desleixado, não podemos dizer que a culpa é de Deus. Nem podemos dizer que, ao contrário das outras pessoas, nós não temos jeito para cuidar dele.

Nos dias de hoje, existe um paradoxo muito grande em relação ao modo como se entende a liberdade. Por um lado, exalta-se este dom como se fosse algo absoluto e sem limites. 
Algo que permite ao homem fazer tudo aquilo que lhe apetece sem que ninguém o possa limitar. 

Por outro lado, custa a muitas pessoas aceitar a verdade evidente de que, porque somos livres, somos também responsáveis. 
Somos donos do nosso destino, tanto para o bem como para o mal. É verdade que a liberdade não é absoluta e está condicionada por muitos fatores. Mas também é verdade que ela continua a ser uma liberdade real.

Por isso, negar a existência de dois destinos eternos diferentes – em nome da bondade infinita de Deus – é, na prática, negar a existência da liberdade. 

É verdade que Deus quer que todos os homens se salvem – mas Deus criou o homem livre e responsável. 

Portanto, é o próprio homem quem, com plena autonomia, se exclui voluntariamente da salvação de Deus. Se persistir assim até ao fim, Deus respeitará a sua decisão.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria

sábado, 2 de julho de 2016

Como uma frase ajudou a salvar meu casamento

A vida familiar nem sempre é feliz e despreocupada. No entanto, todos podem fazer algo para melhorá-la, acredita o escritor norte-americano Richard Paul Evans.




— Minha filha mais velha Jenna me disse recentemente:

«Quando eu era pequena, meu maior medo era que você e minha mãe se divorciassem. No entanto, quando fiz 12 anos, pensei que pudesse ser a melhor escolha, pois sempre brigavam!» E depois acrescentou com um sorriso: «Estou contente que agora se deem bem».

Por muitos anos, minha esposa Keri e eu brigamos muito. Olhando para trás, não entendo muito bem como foi que nos casamos, nossas personalidades não eram muito compatíveis. Quanto mais tempo ficávamos casados, mais profundas pareciam ser as nossas diferenças. 
A fortuna e a fama não fizeram a nossa vida mais fácil. Ao contrário, parecia que os problemas foram ficando piores. 
Nossas brigas se tornaram constantes e era difícil até imaginar uma relação pacífica. Estávamos sempre na defensiva, criando fortalezas emocionais em torno de nossos corações. Estávamos prestes a nos divorciar e repetidamente discutimos o assunto.

Estava numa turnê promovendo o meu livro, quando as coisas chegaram ao extremo. Tivemos outra briga séria pelo telefone e Keri desligou na minha cara. Estava sozinho e me sentia sozinho, frustrado e irritado. Tinha atingido o meu limite. 
Estava no chuveiro, em Buckhead, Atlanta Ritz-Carlton, gritando que meu casamento fora um grande erro e que eu já não aguentava mais. Odiava a ideia do divórcio, mas seguir assim me machucaria muito. 
Estava confuso e não conseguia entender por que meu casamento com Keri era tão difícil. No meu coração, sabia que Keri era uma boa pessoa. E eu também era. Então, por que não nos dávamos bem? Por que eu me casei com alguém tão diferente de mim? Por que ela não podia mudar?

No final, rouco e com o coração partido, sentei-me no chuveiro e comecei a chorar. De repente, no fundo do meu ser veio a inspiração. Você não pode mudá-la, Rick. Você só pode mudar a si mesmo. 

No dia seguinte, voltei para casa. Minha esposa mal me cumprimentou. Naquela noite, quando fomos para a cama dormir, os centímetros que nos separavam pareciam quilômetros. Eu sabia que tinha de fazer algo.

Na manhã seguinte, perguntei a Keri: «O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

Keri olhou para mim com raiva: «O que?»

«O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

«Nada», disse ela. «Por que você pergunta?»

«Porque eu realmente quero isso», disse. «Eu só quero saber o que eu posso fazer para tornar o seu dia melhor».

Ela olhou para mim com ironia. «Você quer fazer alguma coisa? Bem, vá limpar a cozinha».

Certamente pensava que eu ficaria bravo. Em vez disso, apenas assenti. «Ok». Levantei-me e limpei a cozinha.

No dia seguinte, perguntei a mesma coisa. «O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

«Limpe a garagem».

Respirei profundamente. Tive um dia agitado e sabia que ela só disse isso para me irritar. Mas somente disse: «Ok». Levantei-me e passei duas horas seguidas limpando a garagem. Keri não sabia o que pensar.

Na manhã seguinte perguntei: «O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

«Nada!», ela disse. «Você não pode fazer nada. Por favor, pare de perguntar».

«Desculpe», respondi. «Mas não posso. Fiz uma promessa a mim mesmo. O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

«Porque você faz isso?»

«Porque eu me importo», lhe disse. «E eu me preocupo com o nosso casamento».

Na manhã seguinte, perguntei novamente. E continuei perguntando. 
Na segunda semana, um milagre aconteceu. Quando fiz a mesma pergunta, os olhos de Keri se encheram de lágrimas. Começou a chorar. 
Quando conseguiu falar, disse: «Por favor, pare de me perguntar. Você não é o problema. Sou eu. Sou uma pessoa difícil de aguentar. Não sei por que você ainda está comigo».

Gentilmente levantei seu queixo para que pudesse me olhar nos olhos. «Porque eu amo você», eu disse. «O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

«Eu é quem devia lhe perguntar isso».

«Certo», eu disse. «Mas não agora. Agora eu preciso mudar. Quero que você saiba o quanto significa para mim».

Ela colocou a cabeça no meu peito. «Perdoe-me por me comportar tão mal».

«Eu amo você», eu disse.

Eu amo você«, respondeu.

«O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

Ela me olhou com carinho.

«Podemos simplesmente sair juntos?»

Sorri, «Adoraria!».

Continuei perguntando por mais de um mês. E as coisas realmente mudaram. As brigas acabaram. Em seguida, Keri começou a perguntar: «O que eu posso fazer para ser uma boa esposa?»

O muro entre nós caiu, começamos a ter conversas profundas e significativas sobre o que queríamos da vida e como poderíamos nos fazer felizes. Não, nós não resolvemos todos os nossos problemas. Não posso dizer que nunca mais voltamos a brigar. Mas a natureza de nossas discussões mudou. Não só se tornaram menos frequentes, mas também lhes faltava força. Cortamos o seu oxigênio. Paramos de permitir que nos feríssemos.

Keri e eu estamos há mais de trinta anos casados. Não só amo minha esposa, mas gosto de estar com ela. Preciso dela. Adoro ela. Muitas das nossas diferenças se tornaram nossos pontos fortes. Aprendemos como cuidar um do outro e, o mais importante, temos vontade disso.

O casamento é difícil. Mas ser pai, fazer exercício, escrever livros e tudo o mais que importa na vida também. Ter uma parceira é um presente significativo. Eu também aprendi que o casamento pode ajudar-nos a aceitar as características que não gostamos em nós.

Com o tempo eu aprendi que a nossa experiência foi uma ilustração de outra lição, ainda maior do que o casamento. A pergunta que todos aqueles que estão em um relacionamento devem fazer a seus parceiros é a seguinte: «O que posso fazer para melhorar a sua vida?» É o amor. 

Os romances (escrevi alguns) são sobre o desejo e têm sempre um final feliz, mas esse «final feliz» não vem do desejo. 
O verdadeiro amor não se trata de desejar a pessoa, mas honestamente desejar que seja feliz, às vezes às custas de nossa própria felicidade. 

O verdadeiro amor não é conseguir uma cópia de você como companheiro. É expandir nossas habilidades de tolerância e procurar fazer com que seu parceiro se sinta bem. O resto é apenas uma farsa de interesse egoísta.

Eu não quero dizer a minha experiência funcione para todas as relações. Nem dizer que todos os casamentos no mundo devem ser salvos. Mas eu, pessoalmente, sou incrivelmente grato pela inspiração dada a mim naquele dia. 
Sou grato à vida porque minha família ainda está intacta e ainda tenho a minha esposa, minha melhor amiga na cama todas as manhãs ao acordar. E estou feliz porque, mesmo agora, décadas depois, ainda nos perguntamos: «O que posso fazer para melhorar o seu dia?» Isso faz com que valha a pena acordar de manhã.


Autor: Richard Paul Evans
Tradução e adaptação: Incrível.club