terça-feira, 27 de dezembro de 2016

NÃO FICO MAIS COM RAIVA: SÓ OLHO, PENSO E ME AFASTO



Para ter força para lidar com situações complicadas devemos aprender a tomar uma certa distância emocional, a questionar o que se apresenta para nós e a pensar antes de tomar qualquer decisão. Como com tudo na vida, para aprender isso é necessário tempo e experiência, muita experiência.

Assim, podemos dizer que a distância emocional é uma regra implícita que nos permite ver e sentir as coisas de uma outra maneira, pois damos tempo para que as emoções como a raiva percam força e podemos então entender melhor nossos sentimentos, os quais nos permitem compreender com mais clareza o que pensamos e como queremos realmente agir.

Ou seja, fazer isso, se distanciar, serve para lidar melhor com nossas emoções e assim conseguir coerência entre nossas opiniões e nossas ações sobre um tema determinado, como por exemplo as atitudes de uma pessoa.

Como se distanciar emocionalmente de uma situação?

Agora, como fazer isso? Como se distanciar emocionalmente de uma situação? Essa resposta não tem uma fórmula mágica, pois depende de muitos fatores pessoais e circunstanciais, assim como fatores relacionais.

Há pessoas às quais damos enorme importância, e nos distanciarmos das emoções que temos quando estamos com elas é, sem dúvida, uma das tarefas mais complicadas que temos que concluir na hora de montar o quebra-cabeça para compreender o que está acontecendo.

Mesmo assim, e mesmo considerando que não temos uma receita perfeita que nos leve a tomar a distância ideal do melhor modo possível, podemos destacar a maior parte dos ingredientes que acabam nos faltando para conseguirmos nos distanciaremocionalmente nas situações mais difíceis para nós.

“Conforme já falamos, é indispensável que respeitemos o tempo, pois tempo é necessário para vermos mais nitidamente nossas emoções. Metaforicamente, podemos ilustrar essa questão com as cores dos semáforos: vermelho, amarelo e verde.”

Diante de uma afronta, provavelmente a luz amarela pisca para rapidamente passar ao vermelho. Ou seja, quando somos invadidos, por exemplo, pela raiva, pela tristeza, pela alegria ou por qualquer outra emoção, nosso semáforo rapidamente se torna vermelho, e nesse momento não devemos tomar decisões.

Com o semáforo vermelho devemos frear nossa reação emocional e esperar um tempo para compreender exatamente o que pensamos, sentimos e o que vamos fazer.

Observe, olhe e afaste-se se for necessário, mas não tome decisões permanentes a partir de emoções que são temporárias, ainda que tenha vontade de dizer muitas coisas em determinadas situações ou de gritar, você pode se manchar para sempre. Dê tempo para que suas emoções se estabilizem novamente, vá dar um passeio, pinte um desenho ou deixe passar uns dias antes de decidir e lidar com a situação ou pessoa que te irritou ou entristeceu.

Quando o tempo passa algumas coisas simplesmente deixam de ter importância, e alguns detalhes que antes eram angustiantes passam a ser amenidades que relativizamos e aceitamos como inerentes às circunstâncias.

Digamos que é graças ao tempo que nos afastamos e deixamos de reagir com intensidade emocional, evitando gerar decepções, expectativas e traições. Conseguir, enfim, não ser controlado por nossas emoções é possível, mas é uma habilidade que se aprende somente com a prática.

Texto retirado do site : https://osegredo.com.br/2016/04/nao-fico-mais-com-raiva-so-olho-penso-e-me-afasto/

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Isso é Natal!

vintage religiouschristmas - Google Search:

Natal é tempo de alegria, paz e esperança!

Todas as mensagens que trocamos nesta época, traduzem o melhor de nós, e a vida se enche de formalidades agradáveis, com troca de presentes, abraços e bons votos.

Mas, quando paramos para pensar, percebemos que a maioria das pessoas não gosta do Natal.
-"É um tempo triste, a ceia é encenação; pessoas que não se suportam e se desentendem o ano todo se reúnem à mesma mesa e fingem que está tudo bem"...
Não é difícil encontrar nesta época pessoas deprimidas, desejando que logo tudo passe e venham as férias... Por que será?

Não será porque há um espírito de Natal que foi esquecido e que precisa ser redescoberto?
Não será porque entre todos, o menos lembrado é o Aniversariante?
Não será porque estamos pagando o preço de uma saudade que não sabemos nomear?
Ora, se o Dono da festa não está presente, que sentido tem festejar?

Muitos e inconfessáveis interesses se colaram ao Natal do Senhor Jesus. Vendem-se sonhos dourados e prazeres infindos para os olhos e para as mãos; tudo comércio...
É natural querermos presentear e ser presenteados; querermos sentar ao redor de uma mesa farta para celebrar a vida e apresentar a Deus nossas aspirações mais íntimas de felicidade. Mas, será mais natural e mais digno presentear e sentar à mesa tendo em mente "Quem"estamos celebrando. Ele não pode ser esquecido.

Só com Ele, nossas roupas novas e adereços natalinos que enfeitam nossas casas terão sentido.
Só com Ele nossos corações serão acariciados pelas mãos de uma Criança que vem para amar, para se doar...
É Ele, o Menino Jesus, o dono da festa!
Não nos esqueçamos de colocá-lo no centro das atenções, pois,é assim que se faz com todo "Aniversariante", não é mesmo?

Artigo do Mensageiro do Coração de Jesus

sábado, 17 de dezembro de 2016

DENTRO DE VOCÊ


E se eu disser que
dentro de você mora um anjo que se reveste de luz
para fazer novos amigos?
E se eu disser que dentro de você existe uma paz infinita que o torna tão amigo e querido?
E se eu disser que dentro de você existe luz e que essa luz apaga a inveja, a discórdia e a guerra?
E se eu disser que
dentro de você existe
um cupido que espalha amor e que flecha meu coração?
E se eu disser que você
é iluminado pelas estrelas e seus olhos parecem reflexo dessa luz?
E se eu disser que você é divinamente concebido
e tem dentro de si tudo o que precisa para viver?
E se eu disser que dentro de você existe uma fera que sabe lutar e defender os seus?
E se eu disser que dentro de você habita uma chama que é capaz de incendiar uma cidade?
E se eu disser que dentro de você mora um inventor
capaz de criar mil maneiras de fazer a mesma coisa?
E se eu disser que dentro de você existe um construtor que é capaz
de criar novos caminhos?
E se eu disser que dentro de você existe um elo de corrente que o liga ao sobrenatural tão facilmente?
E se eu disser que você é um deus, e que possui a chave da vida eterna...
Da alegria que não acaba, dos sonhos que se realizam, da saúde que se perpetua, dos amigos que nunca o esquecem!
Da saudade gostosa, do desejo que realiza, do prazer da vida?
Você é a própria luz.
Acredite nisso e brilhe,
por amor a você e a quem o criou.
Construa, viva, conquiste,
não aceite as derrotas, os "nãos”!
O impossível é apenas uma força te convidando para realizar.
Acredite.
Dentro de você existe um universo em permanente construção.

Paulo Roberto Gaefke

RECORDO AINDA


Recordo ainda... e nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...

Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...

Estrada afora após segui... Mas, aí,
Embora idade e senso eu aparente
Não vos iludais o velho que aqui vai:

Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai!...
Que envelheceu, um dia, de repente!...

Mario Quintana

domingo, 13 de novembro de 2016

Elegância é algo que a gente carrega, não veste!





Ser elegante vai além de ter bom gosto com roupas e saber se vestir. Elegância é algo que a gente carrega e não veste.

Regras de etiqueta da vida e não do armário para uma vida onde elegância é sinônimo de educação e bom comportamento.

Sabe o que é mesmo elegante? Ter bom senso e respeito.

Não é preciso estar em cima de um salto alto ou dentro de um terno caríssimo para ser elegante. As atitudes enfeiam pessoas que não tem bom comportamento.

A elegância está na simplicidade de um bom dia sincero para o porteiro que passou a noite toda acordado, no falar baixo quando o outro está perto, no saber ouvir quando o outro fala, e no saber sorrir quando isso é tudo o que você pode oferecer.

No saber agir sem agredir.
Uma pessoa elegante tem encantamento na voz, fala com propriedade e tem jeito com as palavras. Sabe chamar a atenção sem ser rude, saber observar sem se intrometer, sabe respeitar o espaço alheio.

A elegância está no tom da voz e no silêncio que também comunica. Na forma de se posicionar quando precisa, no jeito de ver o mundo.

Uma pessoa elegante não vive de fofocas, não inventa mentiras e não se mete em baixaria. Quem é elegante tem positividade, atrai pessoas do bem, vibra com a vida, com os sucessos, torce pelo outro, não tem inveja, carrega alegrias e otimismo, e sente com verdade. Não sabe viver de oportunismos, sabe se colocar nas oportunidades e não puxa saco nem tapete.

Elegância está no “com licença” e “muito obrigado”. No reconhecimento do esforço, na empatia e na colaboração. Está na mão que ajuda, está também na gratidão

E quanto mais conheço pessoas, mais percebo que a elegância está vestida de simplicidade e não de rótulos e invólucros sociais. Encontrei mais elegância calçada de chinelos que vestida de etiquetas, e isso não tem haver com situação financeira, mas com referência de vida, criação e sabedoria.

Encontrei a elegância no ser e não no ter, e percebi que é mais elegante aqueles que se vestem de amor.

Texto de Anieli Talon


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Divórcio


Meus amigos separados não cansam de perguntar como consegui ficar casado 30 anos com a mesma mulher. As mulheres sempre mais maldosas que os homens, não perguntam a minha esposa como ela consegue ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo. Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo. Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário. Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue:

Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém agüenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade. Eu, na realidade já estou em meu terceiro casamento – a única diferença é que casei três vezes com a mesma mulher.

Minha esposa, se não me engano está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes que eu. O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher.

O segredo no fundo é renovar o casamento e não procurar um casamento novo. Isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal.

De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. De tempos em tempos é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, seduzir e ser seduzido. Há quanto tempo vocês não saem para dançar? Há quanto tempo você não tenta conquistá-la ou conquistá-lo como se seu par fosse um pretendente em potencial?

Há quanto tempo não fazem uma lua-de-mel, sem os filhos eternamente brigando para ter a sua irrestrita atenção?
Sem falar dos inúmeros quilos que se acrescentaram a você depois do casamento. Mulher e marido que se separam perdem 10 kg em um único mês, por que vocês não podem conseguir o mesmo?

Faça de conta que você está de caso novo. Se fosse um casamento novo, você certamente passaria a freqüentar lugares novos e desconhecidos, mudaria de casa ou apartamento, trocaria seu guarda-roupa, os discos, o corte de cabelo, a maquiagem. Mas tudo isso pode ser feito sem que você se separe de seu cônjuge.

Vamos ser honestos: ninguém agüenta a mesma mulher ou o mesmo marido por trinta anos com a mesma roupa, o mesmo batom, com os mesmos amigos, com as mesmas piadas. Muitas vezes não é a sua esposa que está ficando chata e mofada, é você, são seus próprios móveis com a mesma desbotada decoração.

Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um dos prazeres da separação. Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo circuito de amigos.

Não é preciso um divórcio litigioso para ter tudo isso. Basta mudar de lugares e interesses e não se deixar acomodar. Isso obviamente custa caro e muitas uniões se esfacelam porque o casal se recusa a pagar esses pequenos custos necessários para renovar um casamento.

Mas se você se separar, sua nova esposa vai querer novos filhos, novos móveis, novas roupas e você ainda terá a pensão dos filhos do casamento anterior.

Não existe essa tal “estabilidade do casamento” nem ela deveria ser almejada. O mundo muda, e você também, seu marido, sua esposa, seu bairro e seus amigos.

A melhor estratégia para salvar um casamento não é manter uma “relação estável”, mas saber mudar junto. Todo cônjuge precisa evoluir, estudar, aprimorar-se, interessar-se por coisas que jamais teria pensado em fazer no inicio do casamento. Você faz isso constantemente no trabalho, porque não fazer na própria família?

É o que seus filhos fazem desde que vieram ao mundo. Portanto descubra a nova mulher ou o novo homem que vive ao seu lado, em vez de sair por aí tentando descobrir um novo interessante par. Tenho certeza que seus filhos os respeitarão pela decisão de se manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças. Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão: por isso de vez em quando é necessário se casar de novo, mas tente fazê-lo sempre com o mesmo par.

Como vê, NÃO EXISTE MÁGICA – EXISTE COMPROMISSO, COMPROMETIMENTO E TRABALHO – é isso que salva casamentos e famílias.”

Fonte: Citações Arnaldo Jabor

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Maturidadde


Bom Dia! 
Acordando em todos os sentidos, dando ritmo ao corpo, elasticidade aos pensamentos, serenidade ao coração. 
Vamos lá! 

Nova semana: há muito por ser feito! “Maturidade é saber quando é a hora de ir embora em silêncio e nunca mais olhar para trás.” (Joy Leonardo). 
Se fosse possível baixar um decreto ou formular alguns enunciados, a prioridade poderia ser mais ou menos assim: ‘não esqueça de amadurecer!’ 

A imaturidade tem ocupado espaços exagerados em alguns corações, sem contar o elenco das decepções advindas de atitudes impensadas. Viver é rumar à maturidade. 
Os caminhos são muitos, mas a decisão é pessoal. A impressão é que poucos levam a sério a necessidade de encontrar-se, cedo ou tarde, com a maturidade. 

Quantas perdas, quantos dissabores só pelo fato de não querer amadurecer. Num determinado momento é necessário abraçar-se com a mudança e seguir outro caminho ou andar de outro jeito. Nesses momentos, um bom aliado é o silêncio. 

Quem vive a maturidade não usa muitas palavras, não cansa ouvidos alheios. É evidente que alguns limites e determinadas imperfeições não vão bebericar um chá de sumiço. A condição humana impõe saber conviver com determinadas falhas. Mas nem isso diminui a capacidade de superação. Há um ideal de vida registrado em cada pessoa. 
Os sonhos aguardam por espaço, o melhor necessita de implementação. A vida requer clareza e objetividade. 

O que vai se sucedendo ao redor da movimentação, que cada um deve provocar, serve como ornamento, melodia, inspiração. No entanto, algumas experiências podem comprovar: chega um momento em que não convém mais olhar para trás. 
Determinadas lembranças não ajudam na construção de novos caminhos. O tempo pode e deve ser gasto com outras perspectivas, uma vez que o aprendizado já foi assimilado. 

Que a maturidade não necessite pedir licença para ocupar o seu devido lugar e confirmar a eternidade da felicidade. Bênçãos! Paz & Bem! Santa Alegria! Abraço!

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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

“A beleza da virtude da temperança”


"Oxalá tudo aquilo que eu tocasse se transformasse em ouro" ― desejou ardentemente um rei mitológico. 
E o “maravilhoso” dom foi-lhe concedido pelo gênio. Porém, a vida não correu como o velho monarca tinha sonhado. 
Tudo o que tocava se convertia em ouro ― também a comida e a bebida que, desesperadamente, tentava engolir. 
Assustado, tomou nos braços a sua pequena filha e ela transformou-se numa estátua dourada. Os seus empregados fugiam dele a sete pés com medo de terem a mesma “sorte”.

Era o homem mais rico do mundo... e o mais desgraçado. 
«Que infeliz sou! Por amor ao ouro, perdi tudo aquilo que na minha vida tinha mais valor». 
Ao ouvir isto, o génio apiedou-se do “pobre” Midas e mandou-o submergir-se nas águas do rio para purificar-se do malefício. 
E tudo voltou à normalidade. A partir de então, o rei nunca mais se deixou “cegar” pelo afã de riquezas: tinha aprendido que na vida havia coisas com mais valor.

Esta velha história sempre se interpretou como um convite a viver a virtude da temperança. 
Só aquele que vive com uma certa exigência pessoal ― sem se deixar escravizar pelos desejos de possuir e acumular muitas coisas ― aprende a usar corretamente aquilo de que necessita e é capaz de alcançar uma felicidade verdadeira nesta vida. 
Sendo isto tão óbvio, porque é que a temperança é vista por muita gente como algo negativo? Fundamentalmente, porque exige esforço. E o esforço é, para muitos, o inimigo número um da felicidade.

Não é possível vivermos de um modo temperado se não estivermos dispostos a dizer que não a algumas das nossas tendências. 
A beleza da virtude da temperança só se pode compreender quando percebemos que vale a pena. Ela não é uma simples negação daquilo que nos atrai. Vê-la desse modo seria um reducionismo! 

A temperança põe ordem na sensibilidade e na afetividade, nos gostos e nos desejos. No fundo, nas tendências mais íntimas que cada um de nós possui. E possuir ordem nessas tendências é o único caminho para sermos felizes de verdade.

Como qualquer virtude, a temperança é, antes de mais nada, uma afirmação do bem e, só como consequência, uma negação a deixar-se arrastar pelo mal. 
Convém recordar que o mal não estava no ouro, mas no coração desordenado do rei Midas. Necessitamos das nossas tendências, mas elas não podem ter sempre a última palavra no nosso atuar. Porquê? Porque, como reconheceu o rei mitológico, há coisas na nossa vida que possuem mais valor.

Um cristão, que vive na graça de Deus, sabe que leva um tesouro no seu coração. A consciência desse tesouro ― no qual encontra verdade, felicidade e sentido para a vida ― leva-o a viver com delicadeza a virtude da temperança.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Diagnóstico não é destino


Mãe é exagerada. Sempre romantiza a infância do filho. A minha, Maria Carpi, dizia que eu fui um milagre, que enfrentei sérias rejeições, que não conseguia ler e escrever, que a professora recomendou que desistisse de me alfabetizar e que me colocasse numa escola especial.

Eu permitia que contasse essa triste novela, dava os devidos descontos melodramáticos, entendia como licença poética.

Até que mexi na estante do escritório materno em busca do meu histórico escolar.

E achei um laudo, de 10 de julho de 1980, assinado por famoso neurologista e endereçado para a fonoaudióloga Zulmira.

“O Fabrício tem tido progressos sensíveis, embora seja com retardo psicomotor, conforme o exame em anexo. A fala, melhorando, não atingiu ainda a maturidade de cinco anos. Existe ainda hipotonia importante. Os reflexos são simétricos. Todo o quadro neurológico deriva de disfunção cerebral.”

Caí para trás. O médico informou que eu era retardado, deficiente, não fazia jus à mentalidade de sete para oito anos. Recomendou tratamento, remédios e isolamento, já que não acompanharia colegas da faixa etária.

Fico reconstituindo a dor dela ao abrir a carta e tentar decifrar aquela letra ilegível, espinhosa, fria do diagnóstico. Aquela sentença de que seu menino loiro, de cabeça grande, olhos baixos e orelhas viradas não teria futuro, talvez nem presente.

Deve ter amassado o texto no bolso, relido sem parar num cantinho do quintal, longe da curiosidade dos irmãos.

Mas não sentiu pena de mim, ou de si, foi tomada de coragem que é a confiança, da rapidez que é o aperto do coração. Rejeitou qualquer medicamento que consumasse a deficiência, qualquer internação que confirmasse o veredito.

Poderia ter sido considerada negligente na época, mas preferiu minha caligrafia imperfeita aos riscos definitivos do eletroencefalograma. Enfrentou a opinião de especialistas, não vendeu a alma a prazo.

Ela tirou licença do trabalho para me ensinar a ler e escrever, criou jogos para me divertir com as palavras e dedicou seus dias a aperfeiçoar minha dicção.

Em vez de culpar o destino, me amou mais.

Na vida, a gente somente depende de alguém que confie na gente, que não desista da gente. Uma âncora, um apoio, um ferrolho, um colo. Se hoje sou escritor e escrevo aqui, existe uma única responsável: Maria Carpi, a Mariazinha de Guaporé, que transformou sua teimosia em esperança. E juro que não estou exagerando.


Veja o meu depoimento emocionado no programa Encontro com Fátima Bernardes, da Rede Globo, nesta quarta (21/9):
http://gshow.globo.com/programas/encontro-com-fatima-bernardes/videos/t/programa/v/fabricio-carpinejar-teve-diagnostico-de-retardo-mental-aos-8-anos/5321109

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Felicidade



Para mim o que é a felicidade?

Diria que, sobretudo, é uma satisfação íntima, interior, que me traz tranquilidade.

Parece uma definição simples e pouco elaborada
.
Não cedo à tentação de entrar em considerandos mais ou menos subjetivos – mas nem por isso menos verdadeiros – e volto, portanto a afirmar: ser feliz é estar tranquilo.

É que, na verdade, não me parece, que possa existir uma coisa sem a outra, ou, talvez melhor dito, não é possível ser feliz sem estar tranquilo.

A tranquilidade pode resumir-se na certeza de que o que faço, penso ou desejo, é exequível, está ao meu alcance, não num futuro qualquer que não sei se existirá, mas hoje, agora!

Assim, o que possa desejar será, em princípio absolutamente legítimo mas, mais que isso, lógico porque se trata de que o que sinto – sei de certeza - me faz falta para ficar mais coerente, humano, atingindo a unidade de vida com que sonho.

Repito: faz-me falta!

Talvez que aqui esteja a “chave” da questão: o que me faz falta para ser o que desejo ser.

Logo, para mim, a felicidade, é este conhecimento, esta certeza: Unidade de vida!

(ama, reflexões, 23.06.2016) Spdeus

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

VOCÊ SABE OUVIR A VOZ DE DEUS?


Você já ouviu Deus falar contigo? Eu já!
São nesses momentos que eu não sinto mais meus medos, as batalhas estão ali, mas Ele está do meu lado me segurando para seguir em frente e me diz sussurrando ao pé do ouvido “Vai filho, você é capaz”.

Quando sinto que Deus fala comigo, eu apenas fecho os olhos e sinto a sua paz, bem-estar que só Ele sabe dar. 
Você é teimoso? Eu também! Mas mesmo quando teimo em não ouvir, sei que Deus fala comigo. Vejo em cada ato, que Ele está me dizendo “Pode estar difícil, mas acredite, vai melhorar”. 

Deus me faz ver que não preciso ser melhor do que ninguém, eu só preciso ser melhor que eu mesma. E não tem problema se eu tropeçar e cair, Deus me segura, não me abandona nas fraquezas, está sempre pronto a ouvir os meus problemas. 

Deus é o único caminho, a única direção. 
Dele vem à mão que ajuda a levantar, Dele é o seio que nos acolhe ao chorar. 

Quando Deus fala comigo, sinceramente não sei o que dizer, eu só sei agradecer. Ele é o único que você pode contar o que quiser, Ele não te julga apenas de escuta. 
Sua infinita bondade permite que recomecemos, mas também nos ensina que colhemos aquilo que plantamos e que somos responsáveis pelas escolhas que fazemos permitindo que aprendamos com os nossos erros. 

Deus não fala só comigo, fala contigo também! Deus é onipotente, está sempre presente, ao seu lado e dentro de você. 
Mas apesar de estar sempre presente ele não grita para que possamos ouvir, por isso temos que prestar atenção. 
Deus fala com todos, mas ele só consegue entender quem sabe ouvir com o coração.

Escrito por: Camila Quintili -25, Estudante de Direito, apaixonada por leitura e descobrindo que escrever é uma das melhores formas de abrir a alma, falar com Deus e colocar tudo o que te prende para fora.

domingo, 31 de julho de 2016

Ei qual o problema de eu ser solteira?




As pessoas confundem estar solteira com estar carente ou estar sozinha. Acham que todo mundo que não está em um relacionamento necessariamente sente falta de ter alguém.

Vem cá, deixa eu te falar uma coisa: Há um verso bíblico que diz: ” Tudo tem o seu tempo determinado” – Eclesiastes 3:1 . E eu juro, esse não é tempo de me relacionar com ninguém. Como posso querer entrar em um relacionamento desacreditando tanto do amor desse jeito? Cansada de olhar ao meu redor e ver relacionamentos fracassados por falta de fidelidade, pessoas trocando joias por bijuterias, trocando um amor de verdade por uma atração fajuta.

Como posso pensar em entrar em um relacionamento vendo tanta gente machucada por esse legado do “amor”? Vendo gente sendo enganada, corações sendo destruídos sem dó… Sério, como eu posso entrar em um relacionamento vendo tanta gente confundindo amor com apego, desistindo do amor por qualquer coisa, trocando gente de valor por gente que não valoriza.

Eu sei, eu posso não tem nada a ver com isso, mas eu já fui atingida por mentiras, meu coração já foi alvo e já o quebraram, deixaram em pedaços e eu me recompus. Não foi fácil, acredite. Levei fama de durona, coração de pedra e diziam que eu escolhia demais. Mas ninguém conseguiu ver a dor que estava por detrás de tudo isso, ninguém viu o coração que embora pulsava estava quebrado, tentando se recompor em passos lentos. Ninguém entendia que esse lance de não querer ninguém era uma forma de me defender da dor. Que não querer se envolver era uma forma de não me decepcionar. Ninguém viu que eu precisava desse tempo com Deus, só eu e Ele.

Não é fácil ter um coração quebrado, não é fácil se recompor. Tem dias que a dor faz morada e joga a chave fora, não conseguimos sair. Tem dias que você chora sozinho e tem medo de não conseguir viver nunca uma história dessas bonitas que vemos por aí. Dessas histórias que tem respeito, que tem amor, que tem paciência e lealdade e que a gente acaba achando ser apenas histórias, distantes da nossa realidade.

Pra você que não entende o porque de eu estar solteira, está aí um dos meus poucos motivos. Não posso curar minha dor machucando outra pessoa, criando novas feridas. Não posso tornar isso um ciclo vicioso de tentar, tentar, machucar, reparar o erro. É preciso sabedoria.

Sabe esse tempo pra mim está me fazendo tão bem. Estou lendo livros novos, descobrindo umas séries incríveis, descobrindo novas aptidões, vendo o quanto eu sou forte e capaz de alcançar os meus sonhos e de como a caminhada até o sucesso é longa. Eu estou tendo um relacionamento com Deus como nunca tive antes e tenho conseguido escutar a sua voz. E Ele ainda me diz: “Ei menina, espere, se acalme, o melhor está por vir. Aquieta a sua ansiedade e deixe Eu agir.”

E eu realmente estou deixando, e não estar com ninguém por medo de ficar só ou por carência é a prova disso. Não eu não vou aceitar qualquer coisa, eu não vou me entregar ao primeiro abraço, não vou aceitar o primeiro convite para um jantar… eu não quero ser guiada pelo coração, eu não quero me deixar levar pela aparência, eu não quero viver uma mentira e sofrer as consequências dos meus enganos. Eu não quero um amor raso, dessa vez eu quero mergulhar. E sim, enquanto eu não sentir que posso dar um passo em frente eu vou permanecer aqui, como estou. Primeiro eu preciso conhecer a mim, antes de conhecer alguém, primeiro eu preciso estar inteira não posso ser metade, primeiro eu preciso estar segura para depois poder confiar em alguém.

Sabe quando aquele vendedor passa e você diz: Hoje não, obrigada? Quando me falam de relacionamento eu digo o mesmo: Hoje não, obrigada. Mas, se você quiser, volte amanhã. Não há nenhum erro em não ter ninguém, mas há todo erro do mundo em ter alguém só pra preencher vazio, só pra matar a carência, e se for pra viver uma história de erros eu prefiro viver a minha, assim.

Escrito por: Thamilly Rozendo

domingo, 3 de julho de 2016

O jardim da nossa alma



Ele não podia deixar escapar esta oportunidade. Finalmente tinha encontrado o que procurara com tanto empenho. O preço era fantástico e a casa estava em boas condições. O jardim abandonado fê-lo sonhar com um trabalho que muito o repousava. 

Tinha aprendido, desde pequeno, que cuidar das plantas era o mesmo que descansar. Sempre desejara viver numa casa com jardim, por muito pequeno que ele fosse. Logo que pôde, começou a trabalhar. 

Transformou aquele monte de mato, de pedras e de espinhos num pequeno “oásis”. Que gosto lhe deu esse trabalho! É verdade que tinha demorado o seu tempo. Mas também é verdade que tudo o que vale a pena nesta vida só se consegue com uma generosa dedicação de esforço e de tempo.

Certo dia, enquanto trabalhava na manutenção do seu jardim, passou pela rua uma senhora. Parou e pôs-se a olhar atentamente para as diversas plantas. Enquanto olhava, saiu-lhe um comentário como um suspiro: «Que maravilha! Que coisas tão bonitas faz Deus!». 
Ao ouvir isto, o “jardineiro” não conteve uma observação que, naquele momento, lhe pareceu muito oportuna: «A senhora devia ter visto o aspecto do jardim quando era Ele quem cuidava disto sozinho».

É verdade que Deus faz coisas maravilhosas na nossa vida. Mas também é verdade que Ele conta com a nossa colaboração. 
Ele deseja que o jardim da nossa alma esteja sempre belo e limpo, e dá-nos todas as ajudas necessárias para que isso seja possível. Mas se nós não colaborarmos, respeita a nossa decisão. Se fizesse o contrário, passaria por cima de um dom que foi Ele próprio quem nos deu: a liberdade. 

Por isso, se o jardim da nossa alma está sujo e desleixado, não podemos dizer que a culpa é de Deus. Nem podemos dizer que, ao contrário das outras pessoas, nós não temos jeito para cuidar dele.

Nos dias de hoje, existe um paradoxo muito grande em relação ao modo como se entende a liberdade. Por um lado, exalta-se este dom como se fosse algo absoluto e sem limites. 
Algo que permite ao homem fazer tudo aquilo que lhe apetece sem que ninguém o possa limitar. 

Por outro lado, custa a muitas pessoas aceitar a verdade evidente de que, porque somos livres, somos também responsáveis. 
Somos donos do nosso destino, tanto para o bem como para o mal. É verdade que a liberdade não é absoluta e está condicionada por muitos fatores. Mas também é verdade que ela continua a ser uma liberdade real.

Por isso, negar a existência de dois destinos eternos diferentes – em nome da bondade infinita de Deus – é, na prática, negar a existência da liberdade. 

É verdade que Deus quer que todos os homens se salvem – mas Deus criou o homem livre e responsável. 

Portanto, é o próprio homem quem, com plena autonomia, se exclui voluntariamente da salvação de Deus. Se persistir assim até ao fim, Deus respeitará a sua decisão.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria

sábado, 2 de julho de 2016

Como uma frase ajudou a salvar meu casamento

A vida familiar nem sempre é feliz e despreocupada. No entanto, todos podem fazer algo para melhorá-la, acredita o escritor norte-americano Richard Paul Evans.




— Minha filha mais velha Jenna me disse recentemente:

«Quando eu era pequena, meu maior medo era que você e minha mãe se divorciassem. No entanto, quando fiz 12 anos, pensei que pudesse ser a melhor escolha, pois sempre brigavam!» E depois acrescentou com um sorriso: «Estou contente que agora se deem bem».

Por muitos anos, minha esposa Keri e eu brigamos muito. Olhando para trás, não entendo muito bem como foi que nos casamos, nossas personalidades não eram muito compatíveis. Quanto mais tempo ficávamos casados, mais profundas pareciam ser as nossas diferenças. 
A fortuna e a fama não fizeram a nossa vida mais fácil. Ao contrário, parecia que os problemas foram ficando piores. 
Nossas brigas se tornaram constantes e era difícil até imaginar uma relação pacífica. Estávamos sempre na defensiva, criando fortalezas emocionais em torno de nossos corações. Estávamos prestes a nos divorciar e repetidamente discutimos o assunto.

Estava numa turnê promovendo o meu livro, quando as coisas chegaram ao extremo. Tivemos outra briga séria pelo telefone e Keri desligou na minha cara. Estava sozinho e me sentia sozinho, frustrado e irritado. Tinha atingido o meu limite. 
Estava no chuveiro, em Buckhead, Atlanta Ritz-Carlton, gritando que meu casamento fora um grande erro e que eu já não aguentava mais. Odiava a ideia do divórcio, mas seguir assim me machucaria muito. 
Estava confuso e não conseguia entender por que meu casamento com Keri era tão difícil. No meu coração, sabia que Keri era uma boa pessoa. E eu também era. Então, por que não nos dávamos bem? Por que eu me casei com alguém tão diferente de mim? Por que ela não podia mudar?

No final, rouco e com o coração partido, sentei-me no chuveiro e comecei a chorar. De repente, no fundo do meu ser veio a inspiração. Você não pode mudá-la, Rick. Você só pode mudar a si mesmo. 

No dia seguinte, voltei para casa. Minha esposa mal me cumprimentou. Naquela noite, quando fomos para a cama dormir, os centímetros que nos separavam pareciam quilômetros. Eu sabia que tinha de fazer algo.

Na manhã seguinte, perguntei a Keri: «O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

Keri olhou para mim com raiva: «O que?»

«O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

«Nada», disse ela. «Por que você pergunta?»

«Porque eu realmente quero isso», disse. «Eu só quero saber o que eu posso fazer para tornar o seu dia melhor».

Ela olhou para mim com ironia. «Você quer fazer alguma coisa? Bem, vá limpar a cozinha».

Certamente pensava que eu ficaria bravo. Em vez disso, apenas assenti. «Ok». Levantei-me e limpei a cozinha.

No dia seguinte, perguntei a mesma coisa. «O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

«Limpe a garagem».

Respirei profundamente. Tive um dia agitado e sabia que ela só disse isso para me irritar. Mas somente disse: «Ok». Levantei-me e passei duas horas seguidas limpando a garagem. Keri não sabia o que pensar.

Na manhã seguinte perguntei: «O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

«Nada!», ela disse. «Você não pode fazer nada. Por favor, pare de perguntar».

«Desculpe», respondi. «Mas não posso. Fiz uma promessa a mim mesmo. O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

«Porque você faz isso?»

«Porque eu me importo», lhe disse. «E eu me preocupo com o nosso casamento».

Na manhã seguinte, perguntei novamente. E continuei perguntando. 
Na segunda semana, um milagre aconteceu. Quando fiz a mesma pergunta, os olhos de Keri se encheram de lágrimas. Começou a chorar. 
Quando conseguiu falar, disse: «Por favor, pare de me perguntar. Você não é o problema. Sou eu. Sou uma pessoa difícil de aguentar. Não sei por que você ainda está comigo».

Gentilmente levantei seu queixo para que pudesse me olhar nos olhos. «Porque eu amo você», eu disse. «O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

«Eu é quem devia lhe perguntar isso».

«Certo», eu disse. «Mas não agora. Agora eu preciso mudar. Quero que você saiba o quanto significa para mim».

Ela colocou a cabeça no meu peito. «Perdoe-me por me comportar tão mal».

«Eu amo você», eu disse.

Eu amo você«, respondeu.

«O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

Ela me olhou com carinho.

«Podemos simplesmente sair juntos?»

Sorri, «Adoraria!».

Continuei perguntando por mais de um mês. E as coisas realmente mudaram. As brigas acabaram. Em seguida, Keri começou a perguntar: «O que eu posso fazer para ser uma boa esposa?»

O muro entre nós caiu, começamos a ter conversas profundas e significativas sobre o que queríamos da vida e como poderíamos nos fazer felizes. Não, nós não resolvemos todos os nossos problemas. Não posso dizer que nunca mais voltamos a brigar. Mas a natureza de nossas discussões mudou. Não só se tornaram menos frequentes, mas também lhes faltava força. Cortamos o seu oxigênio. Paramos de permitir que nos feríssemos.

Keri e eu estamos há mais de trinta anos casados. Não só amo minha esposa, mas gosto de estar com ela. Preciso dela. Adoro ela. Muitas das nossas diferenças se tornaram nossos pontos fortes. Aprendemos como cuidar um do outro e, o mais importante, temos vontade disso.

O casamento é difícil. Mas ser pai, fazer exercício, escrever livros e tudo o mais que importa na vida também. Ter uma parceira é um presente significativo. Eu também aprendi que o casamento pode ajudar-nos a aceitar as características que não gostamos em nós.

Com o tempo eu aprendi que a nossa experiência foi uma ilustração de outra lição, ainda maior do que o casamento. A pergunta que todos aqueles que estão em um relacionamento devem fazer a seus parceiros é a seguinte: «O que posso fazer para melhorar a sua vida?» É o amor. 

Os romances (escrevi alguns) são sobre o desejo e têm sempre um final feliz, mas esse «final feliz» não vem do desejo. 
O verdadeiro amor não se trata de desejar a pessoa, mas honestamente desejar que seja feliz, às vezes às custas de nossa própria felicidade. 

O verdadeiro amor não é conseguir uma cópia de você como companheiro. É expandir nossas habilidades de tolerância e procurar fazer com que seu parceiro se sinta bem. O resto é apenas uma farsa de interesse egoísta.

Eu não quero dizer a minha experiência funcione para todas as relações. Nem dizer que todos os casamentos no mundo devem ser salvos. Mas eu, pessoalmente, sou incrivelmente grato pela inspiração dada a mim naquele dia. 
Sou grato à vida porque minha família ainda está intacta e ainda tenho a minha esposa, minha melhor amiga na cama todas as manhãs ao acordar. E estou feliz porque, mesmo agora, décadas depois, ainda nos perguntamos: «O que posso fazer para melhorar o seu dia?» Isso faz com que valha a pena acordar de manhã.


Autor: Richard Paul Evans
Tradução e adaptação: Incrível.club

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Melhor ainda é ter raízes

 Que lindo texto, nossa vida é tão passageira não vale a pena viver de aparências... que as raízes do nosso viver sejam profundas para que nada possa abalar o nosso viver.


Um pouco pensativo, como sempre...

Não é distração... Como é bom provocar o encontro da emoção com a razão! 

“Talvez você esteja buscando nos galhos o que só encontramos nas raízes.” (Rumí). 

Voltar o olhar à vida é uma tarefa corriqueira, para quem decidiu não viver de qualquer jeito. Reservar um tempo diário para dar contorno aos pensamentos é uma maneira interessante de equilibrar a pressa com o desejo de viver intensamente. 

Nenhuma vida deveria ficar mais tempo na superficialidade e pouco tempo na interioridade. Um tanto impossível identificar, ao longo da história, quem foi o iniciador desse movimento que quase obriga as pessoas a investir exageradamente na aparência. 

Olhar atentamente para os galhos, não é nada exigente, não requer esforço. Dar-se conta de que o essencial está nas raízes, deixou de ser uma reflexão filosófica para tornar-se meta, objetivo, busca profunda. As raízes escondem o segredo, aquele algo a mais que os galhos não conseguem demonstrar. 

A superficialidade é atraente, aproxima do fascínio, cria padrões, determina gostos. Enquanto isso, as raízes fornecem a seiva necessária para restabelecer a paz e impulsionar a esperança. 

Quem permanece nos galhos está mais próximo da fragilidade. Não são poucos os galhos que se quebram com pequenos movimentos. 

As raízes são determinadas: buscam as profundezas, desconhecem barreiras. 

A grande maioria, que prova diariamente da insatisfação, ainda não se deu conta de que é possível chegar às raízes. 
A vida só é verdadeiramente vida quando experimenta o que vai nas profundezas do existir. O cansaço visita frequentemente quem fica nos galhos, isto é, na superficialidade. 
Bom mesmo é ir às raízes, melhor ainda é ter raízes.

Frei Jaime Bettega

sábado, 11 de junho de 2016

O DIA EM QUE EU MORRI…


Estranho? Nem tanto. Se depois de ler esse texto você achar que ainda está vivo, ótimo!

Caso contrário, é bom repensar se ainda existe algum sopro de vida aí dentro. Vou contar como tudo aconteceu.

A minha primeira parcela de morte aconteceu quando acreditei que existiam vidas mais importantes e preciosas do que a minha. O mais estranho é que eu chamava isso de humildade. Nunca pensei na possibilidade do auto abandono.

Morri mais um pouquinho no dia em que acreditei em vida ideal, estável, segura e confortável.

Passei a não saber lidar com as mudanças. Elas me aterrorizavam.

Depois vieram outras mortes. Recordo-me que comecei a perder gotículas de vida diária, desde que passei a consultar os meus medos ao invés do meu coração. Daí em diante comecei a agonizar mais rápido e a ser possuída por uma sucessão de pequenas mortes.

Morri no dia em que meus lábios disseram, não. Enquanto o meu coração gritava, sim! Morri no dia em que abandonei um projeto pela metade por pura falta de disciplina. Morri no dia em que me entreguei à preguiça. No dia em que decidir ser ignorante, bulímica, cruel, egoísta e desumana comigo mesma. Você pensa que não decide essas coisas? Lamento. Decide sim! Sempre que você troca uma vida saudável por vícios, gulodice, sedentarismo, drogas e alienação intelectual, emocional, espiritual, cultural ou financeira, você está fazendo uma escolha entre viver e morrer.


Morri no dia em que decidi ficar em um relacionamento ruim, apenas para não ficar só. Mais tarde percebi que troquei afeto por comodismo e amor por amargura. Morri outra vez, no dia em que abri mão dos meus sonhos por um suposto amor. Confundi relacionamento com posse e ciúme com zelo.

Morri no dia em que acreditei na crítica de pessoas cruéis. A pior delas? Eu mesma. Morri no dia em que me tornei escrava das minhas indecisões. No dia em que prestei mais atenção às minhas rugas do que aos meus sorrisos. Morri no dia que invejei , fofoquei e difamei. Sequer percebi o quanto havia me tornado uma vampira da felicidade alheia. Morri no dia que acreditei que preço era mais importante do que valor. Morri no dia em que me tornei competitiva e fiquei cega para a beleza da singularidade humana.

Morri no dia em que troquei o hoje pelo amanhã. Quer saber o mais estranho? O amanhã não chegou. Ficou vazio… Sem história, música ou cor. Não morri de causas naturais. Fui assassinada todos os dias. As razões desses abandonos foram uma sucessão de desculpas e equívocos. Mas ainda assim foram decisões.

O mais irônico de tudo isso?
As pessoas que vivem bem não tem medo da morte real.
As que vivem mal é que padecem desse sofrimento, embora já estejam mortas. É dessas que me despeço.

Assinado,

A Coragem

Fonte: Escrito por Lígia Guerra
https://osegredo.com.br

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Cuida de mim, mesmo que às vezes eu pareça não precisar


Cuida um pouquinho de mim, porque eu ando meio esquecida de como fazer isso.

Cuida um pouquinho de mim, mesmo que eu pareça não precisar.
Eu tenho esse jeito de quem dá conta de tudo. E dou conta de muita coisa mesmo. Só que não é de tudo, não. E muita coisa eu até posso dar conta, mas careço de algum gesto de carinho na alma. Porque tenho sido muito dura comigo, e o teu cuidado ajuda-me a amolecer um pouco quando eu mais preciso.

Diz-me que o meu cabelo está bonito, enrosca os teus dedos entre os fios e podes demorar-te à vontade, deixa eu saber que tu gostas de me dar carinho, porque gostas da textura que eu tenho, do meu cheiro e da temperatura de nós dois juntos.

Pergunta como foi o meu dia e se eu não disser muito, pergunta algo mais e continua com os olhos em mim, com aquele silêncio cheio de presença.

Quando eu estiver cansada abre os braços e convida-me para me aninhar.

Diz que viste algo que te fez lembrar de mim. Alguém que deu uma risada solta, uma folha leve a cair de uma árvore, uma música que tocou no rádio.

Traz aquele chocolate que eu amo, observa-me a fazer festa enquanto tu sorris e me dizes que só o trouxeste porque adoras ver-me assim.

Diz que vai ficar tudo bem, se eu acordar a chorar por um pesadelo que eu não sei explicar.

Podes ligar-me a meio do dia para me contares alguma história à toa ou só para ouvires a minha voz e deixares eu ouvir a tua.

Presta atenção no que eu digo e no que eu não digo, e conta-me de vez em quando que tu estás sempre aqui, ao meu lado, para me apoiar.

Quando eu estiver irritada, podes dizer-me que preciso respirar, que o jeito com que eu estou a levar as coisas não é o mais correto, traz-me para a realidade, porque às vezes eu viajo mesmo.

Dá um sorrisão para mim, dá a mão, dá o teu ombro, dá abrigo, dá o teu beijo, dá um cheiro e um abraço, dá silêncio e dá as tuas histórias.

Cuida um pouquinho de mim, porque eu ando meio esquecida de como fazer isso.

Porque mesmo que não pareça, há momentos em que tudo o que eu preciso é só de um gesto teu que me mostre que tu me vês, que estás comigo nessa e que eu posso ser quem eu sou. 

Porque, de verdade, há momentos em que eu me esqueço de oferecer isso para mim. 
Podes dar-me esse lembrete, levantar-me o queixo, suavemente, olhar-me nos olhos e relembrar-me o gosto bom do amor que vem de mansinho e nos aquece por dentro.

TEXTO DEPatrícia Lemos
http://www.sabiaspalavras.com

terça-feira, 7 de junho de 2016

DEIXEM-ME ENVELHECER


Deixem-me envelhecer sem compromissos e cobranças,

Sem a obrigação de parecer jovem e ser bonita para alguém,

Quero ao meu lado quem me entenda e me ame como eu sou,

Um amor para dividirmos tropeços desta nossa última jornada,

Quero envelhecer com dignidade, com sabedoria e esperança,

Amar minha vida, agradecer pelos dias que ainda me restam,

Eu não quero perder meu tempo precioso com aventuras,

Paixões perniciosas que nada acrescentam e nada valem.

Deixem-me envelhecer com sanidade e discernimento,

Com a certeza que cumpri meus deveres e minha missão,

Quero aproveitar essa paz merecida para descansar e refletir,

Ter amigos para compartilharmos experiências, conhecimentos,

Quero envelhecer sem temer as rugas e meus cabelos brancos,

Sem frustrações, terminar a etapa final desta minha existência,

Não quero me deixar levar por aparências e vaidades bobas,

Nem me envolver com relações que vão me fazer infeliz.

Deixem-me envelhecer, aceitar a velhice com suas mazelas,

Ter a certeza que minha luta não foi em vão: teve um sentido,

Quero envelhecer sem temer a morte e ter medo da despedida,

Acreditar que a velhice é o retorno de uma viagem, não é o fim,

Não quero ser um exemplo, quero dar um sentido ao meu viver,

Ter serenidade, um sono tranquilo e andar de cabeça erguida,

Fazer somente o que eu gosto, com a sensação de liberdade,

Quero saber envelhecer, ser uma velha consciente e feliz!!!

Silvana Freygang

terça-feira, 3 de maio de 2016

Mães E Filhas: O Vínculo Que Cura, O Vínculo Que Fere


Cada filha leva consigo a sua mãe. É um vínculo eterno do qual nunca poderemos nos desligar. Porque, se algo deve ficar claro, é que sempre teremos algo de nossa mãe.

Para termos saúde e sermos felizes, cada uma de nós deve conhecer de que maneira nossa mãe influenciou nossa história e como continua influenciando.

Ela é a que, antes de nascermos, ofereceu nossa primeira experiência de carinho e de sustento. 
E é através dela que compreendemos o que é ser mulher e como podemos cuidar ou descuidar do nosso corpo.
“Nossas células se dividiram e se desenvolveram ao ritmo das batidas do coração; nossa pele, nosso cabelo, coração, pulmões e ossos foram alimentados pelo sangue, sangue que estava cheio de substâncias neuroquímicas formadas como resposta a seus pensamentos, crenças e emoções. 

Quando sentia medo, ansiedade, nervosismo, ou se sentia muito aborrecida pela gravidez, nosso corpo se inteirou disso; quando se sentia segura, feliz e satisfeita, também notamos”.
Christiane Northrup


O legado que herdamos de nossas mães

“A maior herança de uma mãe para uma filha é ter se curado como mulher”.
Christiane Northrup

Qualquer mulher, seja ou não seja mãe, leva consigo as consequências da relação que teve com sua progenitora. 
Se ela transmitiu mensagens positivas sobre seu corpo feminino e sobre a maneira como devemos trabalhá-lo e cuidá-lo, seus ensinamentos sempre irão fazer parte de um guia para a saúde física e emocional.

No entanto, a influência de uma mãe também pode ser problemática quando o papel exercido for tóxico, devido a uma atitude negligenciada, ciumenta, chantagista ou controladora.

Quando conseguimos compreender os efeitos que a criação teve sobre nós, começamos a compreender a nós mesmas, a nos curarmos, e a sermos capazes de assimilar o que pensamos de nosso corpo ou a explorar o que consideramos possível conseguir na vida.
A atenção materna, um nutriente essencial para toda a vida
Quando uma câmera de TV filma alguém do público em algum evento esportivo ou qualquer outro acontecimento… O que as pessoas costumam gritar? “Oi, mãe!”

Quase todos nós temos a necessidade de sermos vistos por nossas mães, buscamos sua aprovação. 
Na origem, esta dependência obedece às questões biológicas, pois precisamos delas para sub existir durante muitos anos; no entanto, a necessidade de afeto e de aprovação é forjada desde o primeiro minuto, desde que olhamos nossa mãe para sabermos se estamos fazendo algo certo ou se somos merecedores de uma carícia.

Assim como indica Northrup, o vínculo mãe-filha está estrategicamente desenhado para ser uma das relações mais positivas, compreensivas e íntimas que teremos na vida. 
No entanto, isso nem sempre acontece assim…

Com o passar dos anos, esta necessidade de aprovação pode se tornar patológica, gerando obrigações emocionais que propiciam que nossa mãe tenha o poder sobre nosso bem-estar durante quase toda a nossa vida.
O fato de que nossa mãe nos reconheça e nos aceite é um sede que temos que saciar, mesmo que tenhamos que sofrer para conseguir isso. Isso supõe uma perda de independência e de liberdade que nos apaga e nos transforma.

Não podemos escapar desse vínculo, pois seja ou não saudável, sempre estará ali para observar nosso futuro.

Por Portal Raízes
http://www.portalraizes.com/1maes-e-filhas-o-vinculo-que-cura-o-vinculo-que-fere/

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Nunca tivemos uma geração tão triste


Augusto Cury, o famoso psiquiatra que tem livros publicados em mais de 70 países e dá palestras para multidões no Brasil e lá fora, lançou recentemente uma versão para crianças e adolescentes do seu best-sellerAnsiedade – Como Enfrentar o Mal do Século. 
O autor conversou com a gente sobre os desafios de se criar os filhos hoje e não poupou críticas à maneira como a família e a escola têm educado os pequenos. Confira!

Excesso de estímulos
“Estamos assistindo ao assassinato coletivo da infância das crianças e da juventude dos adolescentes no mundo todo. 
Nós alteramos o ritmo de construção dos pensamentos por meio do excesso de estímulos, sejam presentes a todo momento, seja acesso ilimitado a smartphones, redes sociais, jogos de videogame ou excesso de TV. Eles estão perdendo as habilidades sócio-emocionais mais importantes: se colocar no lugar do outro, pensar antes de agir, expor e não impor as ideias, aprender a arte de agradecer. 
É preciso ensiná-los a proteger a emoção para que fiquem livres de transtornos psíquicos. Eles necessitam gerenciar os pensamentos para prevenir a ansiedade. Ter consciência crítica e desenvolver a concentração. 
Aprender a não agir pela reação, no esquema ‘bateu, levou’, e a desenvolver altruísmo e generosidade.”




Geração triste

“Nunca tivemos uma geração tão triste, tão depressiva. Precisamos ensinar nossas crianças a fazerem pausas e contemplar o belo. 
Essa geração precisa de muito para sentir prazer: viciamos nossos filhos e alunos a receber muitos estímulos para sentir migalhas de prazer.
O resultado: são intolerantes e superficiais. O índice de suicídio tem aumentado. A família precisa se lembrar de que o consumo não faz ninguém feliz.
Suplico aos pais: os adolescentes precisam ser estimulados a se aventurar, a ter contato com a natureza, se encantar com astronomia, com os estímulos lentos, estáveis e profundos da natureza que não são rápidos como as redes sociais.”

Dor compartilhada
“É fundamental que as crianças aprendam a elaborar as experiências.
Por exemplo, diante de uma perda ou dificuldade, é necessário que tenham uma assimilação profunda do que houve e aprender com aquilo.
Como ajudá-las nesse processo?
Os pais precisam falar de suas lágrimas, suas dificuldades, seus fracassos. 
Em vez disso, pai e mãe deixam os filhos no tablet, no smartphone, e os colocam em escolas de tempo integral.
Pais que só dão produtos para os seus filhos, mas são incapazes de transmitir sua história, transformam seres humanos em consumidores. 
É preciso sentar e conversar: ‘Filho, eu também fracassei, também passei por dores, também fui rejeitado. Houve momentos em que chorei’.
Quando os pais cruzam seu mundo com os dos filhos, formam-se arquivos saudáveis poderosos em sua mente, que eu chamo de janelas light: memórias capazes de levar crianças e adolescentes a trabalhar dores perdas e frustrações.”

Intimidade

“Pais que não cruzam seu mundo com o dos filhos e só atuam como manuais de regras estão aptos a lidar com máquinas. É preciso criar uma intimidade real com os pequenos, uma empatia verdadeira.
A família não pode só criticar comportamentos, apontar falhas. A emoção deve ser transmitida na relação. Os pais devem ser os melhores brinquedos dos seus filhos. 
A nutrição emocional é importante mesmo que não se tenha tempo, o tempo precisa ser qualitativo. 
Quinze minutos na semana podem valer por um ano. 
Pais têm que ser mestres da vida dos filhos. As escolas também precisam mudar. 
São muito cartesianas, ensinam raciocínio e pensamento lógico, mas se esquecem das habilidades sócio-emocionais.”

Mais brincadeira, menos informação

“Criança tem que ter infância. Precisa brincar, e não ficar com uma agenda pré-estabelecida o tempo todo, com aulas variadas. É importante que criem brincadeiras, desenvolvendo a criatividade.
Hoje, uma criança de sete anos tem mais informação do que um imperador romano. São informações desacompanhadas de conhecimento.
Os pais podem e devem impor limites ao tempo que os filhos passam em frente às telas. Sugiro duas horas por dia.
Se você não colocar limite, eles vão desenvolver uma emoção viciante, precisando de cada vez mais para sentir cada vez menos: vão deixar de refletir, se interiorizar, brincar e contemplar o belo.”

Parabéns!

“Em vez de apontar falhas, os pais devem promover os acertos. Todos os dias, filhos e alunos têm pequenos acertos e atitudes inteligentes.
Pais que só criticam e educadores que só constrangem provocam timidez, insegurança, dificuldade em empreender. 
Os educadores precisam ser carismáticos, promover os seus educandos. Assim, o filho e o aluno vão ter o prazer de receber o elogio. Isso não tem ocorrido. 
O ser humano tem apontado comportamentos errados e não promovido características saudáveis.”


Conselho final para os pais

“Vejo pais que reclamam de tudo e de todos, não sabem ouvir não, não sabem trabalhar as perdas.
São adultos, mas com idade emocional não desenvolvida. Para atuar como verdadeiros mestres, pai e mãe precisam estar equilibrados emocionalmente.
Devem desligar o celular no fim de semana e ser pais. Muitos são viciados em smartphones, não conseguem se desconectar. 
Como vão ensinar os seus filhos e fazer pausas e contemplar a vida?
Se os adultos têm o que eu chamo de síndrome do pensamento acelerado, que é viver sem conseguir aquietar e mente, como vão ajudar seus filhos a diminuírem a ansiedade?”


Escrito por Liliane Prata – Via MdeMulher
https://osegredo.com.br/2015/09/nunca-tivemos-uma-geracao-tao-triste/

domingo, 24 de abril de 2016

Apreciemos A Vida Até Que Morte Chegue


Um homem, viajando pelo campo, encontrou um tigre. Ele correu, o tigre em seu encalço. Aproximando-se de um precipício, tomou as raízes expostas de uma vinha selvagem em suas mãos e pendurou-se na beira do abismo.

O tigre o farejava acima. Tremendo, o homem olhou para baixo e viu, no fundo do precipício, um outro tigre a espera-lo. Apenas a vinha o sustinha. Mas, ao olhar para a planta, viu dois ratos, um negro e outro branco, roendo aos poucos sua raiz.

Nesse momento, seus olhos perceberam um belo morango vicejando perto. Segurando a vinha com uma mão, ele pegou o morango com a outra e o comeu.

– Que delícia! – ele disse.

***
Essa é uma das analogias sobre a vida humana. Estamos fugindo de um animal que pode nos matar, presos por um fio – o qual está sendo roído pela morte e pelo dia (os ratos branco e preto) -, e apreciamos a doçura do momento. O que mais haveria para ser feito?

A morte é certa, mas até morrer podemos apreciar a vida.

Você aprecia a sua existência? Mesmo com dificuldades, problemas, insatisfações, doenças e mortes? Percebe também a doçura de um nascer do sol, de uma flor ou de uma criança?

Sorri à lua e às estrelas? Reconhece o som dos pássaros e da alegria?

Não veja apenas o lado sombrio, veja a luz, pois sem ela nem a sombra existiria.

Monja Coen

Por Portal Raízes

“Dia desses, ainda viro mar”

“Há uma santidade nas lágrimas. 
Não são marcas de fraqueza, mas de força. 
São mensageiras da dor incontrolável e de amor indescritível.” Washington Irving


Daqui, ando com um choro pouco religioso. Meu choro é calado, mora apertado no peito. 
Tem momentos que eu o sinto revirando-se desajeitado, procurando um lugar mais confortável para ficar. Porém não escorre. É choro acrobata, conhece a complexidade da vida, contorce-se, mas não fica onde deveria estar e não encontra o caminho do rio onde as lágrimas vão de encontro ao sol.

Somos amigos antigos e ele se lembra de cada dia em que a vida o fez pulsar e aumentar seu volume. Ele é sensível, é poeta que rima dentro de mim.

Às vezes luto para que ele se vá, encontre as portas do olhar que lhe abrirão horizontes, mas meu choro é confuso, teme o abismo da liberdade que a expressão do sentimento proporciona.

Ah, choro carente, não percebe que sua gota é semente, que seu sal é força e que sua queda pode ser voo?

Mas hei de me programar e guia de um choro perdido serei. E chorarei. Por três dias e três noites em tempestade e calmaria. Até que a pressão termine, até que o coração se acalme, até que a vida se lembre que ser sensível para fora também é uma opção.

Um dia desses, ainda viro mar.

Josie Conti


domingo, 3 de abril de 2016

GRATIDÃO: UMA PONTE ENTRE NÓS E TODO O UNIVERSO!


Hoje meditei sobre a gratidão, e como ela influencia em vários aspectos de nossa vida. A gratidão tem um poder enorme em nossa vida, de transformar em plenitude e abundância. Atrai pensamentos e energias positivas, e traz leveza ao coração.

Quantas e quantas vezes dedicamos horas a sofrer com algum problema, algo que deu errado. Quantas vezes dedicamos uma postagem em uma rede social, a reclamar de um dia de chuva, ou de sol, ou de nuvens. 

O ser humano muitas vezes não sabe para onde quer ir, aonde quer chegar, gasta energia com situações que o levarão a lugar nenhum.

Não temos tempo para nada, para nossa família, amigos. 
Não temos tempo para ler um livro, assistir a um filme, ou qualquer situação que nos conecte com nos mesmos. 
Passamos nossos dias justificando nossas ações, encontrando culpados, se vitimizando quando nos colocam contra a parede. 
Quando somos vítimas, somos automaticamente ingratos com todo o sistema. 
Nos colocamos em posição de coitados, não enxergando um palmo de ante do nariz.

Certa vez li um trecho do encontro de Alexandre, o grande, e o mendigo nu. Refleti sobre a gratidão e plenitude na vida de uma pessoa, veja:

“Alexandre, o grande, encontrou Diógenes que era um mendigo nu, com apenas uma lâmpada, sua única posse. E mantinha sua lâmpada acesa mesmo durante o dia. 
Ele se comportava de maneira muito estranha, e Alexandre teve de lhe perguntar: – Por que está mantendo essa lâmpada acesa durante o dia? Diógenes levantou sua lâmpada, olhou para o rosto de Alexandre e disse: – Estou procurando pelo homem de verdade dia e noite e não o encontro.

Alexandre ficou chocado por um mendigo nu poder dizer esse tipo de coisa a ele, um conquistador do mundo. No entanto ele notava que Diógenes era muito belo em sua nudez. 
Os olhos eram tão serenos, o rosto tão pacifico, suas palavras tinham tanta autoridade, sua presença era tão tranqüila, que o próprio Alexandre parecia um mendigo ao lado dele. 
Ele escreveu em seu diário: ‘ Pela primeira vez senti que a riqueza é algo diferente de ter dinheiro. Eu vi um homem rico.”
E se você acordasse hoje apenas com as coisas as quais agradeceu ontem? 

Eu te faço essa pergunta e peço que reflita um pouco sobre a história de Alexandre, o grande, conquistador do mundo, e Diógenes que foi um grande filosofo que perambulava por Atenas apenas com uns trapos e sua lâmpada.

Note que ser ele como é simples diante dos olhos dos outros, mas há uma linha de pensamento grandiosa. 
Observe que estar grato é muito maior que simplesmente agradecer ao porteiro do prédio, por abrir a porta do elevador para você. 

Estar, ser grato é maior que tudo isso. É ser e agradecer pelo que tem, e pelo que é. 
Nós usamos nossa energia para pedir, reclamar, justificar. 

E eu te pergunto, se dedicássemos a mesma energia da ingratidão, na gratidão?

Para que nossos desejos sejam manifestados, precisamos estar em sincronicidade com as leis universais. A sincronicidade não é um fenômeno que apresenta somente soluções grandiosas, espetaculares. 
Ela se apresenta no dia a dia em nossa vida, com pequenos detalhes, como aquele chinelo “esquecido” na porta de casa, bem naquele dia chuvoso em que tudo que você precisava era tirar os sapatos. 
Ou como aquele abraço apertado, vindo de uma pessoa querida, naquele dia em que parece que tudo deu errado.


Agradecer é a forma mais limpa e forte de se conectar com o Divino. 
Tenha certeza de que quanto maior nossa gratidão, mais bênçãos de amor, alegria, paz, virtudes positivas e prosperidade ele nos enviará.

A gratidão tem o poder de transformar nossa vida, desbloqueando-a em plenitude.

As pessoas costumam procurar a fórmula da felicidade, e não sabem que ela existe! Veja: quando agradecemos cada momento feliz e dedicamos ao menos 5 minutos a este momento, acabamos por cultivar a felicidade, abrindo espaço para que ela seja parte de nossa vida. 

Quando buscamos uma vida plena, precisamos dedicar tempo a ela, o mesmo tempo que normalmente dedicamos a reclamações e justificativas, poderia ser colocado nos momentos de plenitude e felicidade. Para que ser torne parte de nosso dia a dia.
...

A gratidão transforma negação em aceitação, caos em ordem, confusão em clareza, transforma uma refeição em um banquete, uma casa em um lar, um estranho em um amigo.

Para citar Brian Tracy, “Desenvolva uma atitude de gratidão e dê graças por tudo o que acontece com você, sabendo que cada passo em frente é um passo para alcançar algo maior e melhor do que a sua situação atual”.


Queli Rodrigues
https://osegredo.com.br/2016/01/gratidao-uma-ponte-entre-nos-e-todo-o-universo/

Apreciemos a vida até que a morte chegue


Um homem, viajando pelo campo, encontrou um tigre. Ele correu, o tigre em seu encalço. Aproximando-se de um precipício, tomou as raízes expostas de uma vinha selvagem em suas mãos e pendurou-se na beira do abismo.

O tigre o farejava acima. Tremendo, o homem olhou para baixo e viu, no fundo do precipício, um outro tigre a espera-lo. Apenas a vinha o sustinha. Mas, ao olhar para a planta, viu dois ratos, um negro e outro branco, roendo aos poucos sua raiz.

Nesse momento, seus olhos perceberam um belo morango vicejando perto. Segurando a vinha com uma mão, ele pegou o morango com a outra e o comeu.

– Que delícia! – ele disse.

***

Essa é uma das analogias sobre a vida humana. Estamos fugindo de um animal que pode nos matar, presos por um fio – o qual está sendo roído pela morte e pelo dia (os ratos branco e preto) -, e apreciamos a doçura do momento. O que mais haveria para ser feito?

A morte é certa, mas até morrer podemos apreciar a vida.

Você aprecia a sua existência? Mesmo com dificuldades, problemas, insatisfações, doenças e mortes? Percebe também a doçura de um nascer do sol, de uma flor ou de uma criança?

Sorri à lua e às estrelas? Reconhece o som dos pássaros e da alegria?

Não veja apenas o lado sombrio, veja a luz, pois sem ela nem a sombra existiria.

Texto da Monja Coen

sexta-feira, 11 de março de 2016

O camponês e o burro


Era uma vez um camponês que tinha um burro. 
Um dia o animal caiu acidentalmente num poço e não conseguia sair de lá. O camponês tentou várias vezes libertar o burro, mas não era possível. 

Pediu ajuda a uns amigos, mas mesmo assim não conseguiram nada. Ao fim de vários dias desistiu. 
O poço estava seco, o burro estava velho e a única solução era enterrá-lo lá.

Pegou numa pá e começou a deitar terra no poço. O burro ficou desesperado ao aperceber-se do que estava a acontecer. 
Começou a zurrar cheio de amargura. Fazia dó ao camponês, mas ele não via outra solução. Até que num momento determinado deixou de ouvir o animal. 
Aproximou-se com temor da boca do poço para contemplar o cemitério. Com espanto viu algo insólito. 
Cada vez que o burro recebia a terra em cima, sacudia-a com decisão e pisava sobre ela. Com esta operação, na qual estava profundamente concentrado, já tinha subido mais de um metro dentro do poço. 
O camponês sorriu. Continuou a deitar terra e em pouco tempo o burro estava cá fora.


Todos nós temos dificuldades na vida. A diferença está no modo como reagimos diante delas. 

Existem pessoas que passam a existência a queixar-se, deixando-se soterrar pelas contrariedades. São pessimistas por natureza. 
Olham com ironia para aqueles que parecem felizes. Pensam que são ingênuos, doidos, que ainda não descobriram que esta vida não tem nenhum sentido. 

Não respeitam nada. Para eles não há nada que seja sagrado. Tudo se pode banalizar, ridicularizar, porque nada tem sentido. 
E se tem, não pensam dedicar nem cinco minutos a pensar nele. 

Talvez tivessem que mudar de vida, de atitude. Isso exige esforço e dá trabalho. Nada vale a pena, porque a alma é pequena.

Um cristão sabe que isso não é verdade. 
Sabe que foi criado por Deus por amor e que está chamado a viver com Ele para sempre na eternidade. 
Sabe que a sua vida tem um sentido e que as dificuldades que lhe surgem também. 

Tem uma profunda confiança em Deus e não duvida que, como diz São Paulo, “tudo é para bem”. 

Esta certeza fá-lo encarar as contrariedades como aquilo que são: uma oportunidade para crescer. 
Crescer no amor a Deus e crescer no amor ao próximo. 

Por isso, quando as dificuldades aparecem, sacode-as de cima com oração, esforço e otimismo. 

Também com a serenidade de quem sabe que a felicidade em plenitude não pode ser alcançada nesta vida. Está reservada para a futura.

E depois pisa essas dificuldades e assim robustece a sua fé e aproxima-se mais da vida que não terá fim. 

Diante das contradições não perde a paz, porque sabe que tudo procede do amor. Tudo está ordenado à salvação do homem, e Deus, que é Amor, não permite nada que não seja com essa finalidade.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

A voz da avó



Entrei no pequeno apartamento, gostava dele. Apanhava bastante luz do sol, tinha uma vista incrível da basílica, especialmente ao entardecer.

Aos poucos, fui tornando-o meu. Porta-retratos carregados de amores, sapatos espalhados, livros abertos no chão, temperinhos na cozinha. Depois de uma semana, já era a minha casa.

Noite fria, sentei-me em frente ao computador, santo Skype, tocou, tocou e ela atendeu. No primeiro “alô”, senti como se sua voz, tão doce quanto esganiçada, começasse a se espalhar pelo piso e subisse lentamente pelas paredes, como uma tinta coral aveludada, impregnando cada um daqueles poucos metros quadrados com sua presença, que mais se parecia com um abraço quente.

Não importava o quanto eu gastasse com a decoração. Foi a voz dela que finalmente transformou aquela casa num lar.

A voz da avó. Coisa poderosa. Não importa qual é o timbre, se é estridente, rouca ou tremida. Não importa se é mansa ou gritada. Não importa se é ou não capaz de entoar canções de ninar.

A voz da avó pode dizer tudo o que quiser sem que soe como exigência, afronta ou desaforo. A voz da avó tem carta branca e livre trânsito, não nos acua e mesmo quando pergunta o que não deve, não provoca qualquer sentimento de reprovação.

A voz da avó soa sempre como cuidado, como demonstração genuína de afeto, ainda que, às vezes, por vias tortas.

A mesma frase, na voz da mãe e na voz da avó soa completamente diferente.

“Você não comeu?”

Na voz da mãe é cobrança, na voz da avó é oferta. Na voz da mãe é preocupação, na voz da avó é cuidado. Na voz da mãe é ordem, na voz da avó é doce.

“Você está sem casaco?”

Na voz da mãe, vem bronca, na voz da avó, vem lã. Na voz da mãe é gripe, na voz da avó é chocolate quente. Na voz da mãe é “eu canso de falar pra você se agasalhar”, na voz da avó nunca tem cansaço, mesmo com as cordas vocais já tão gastas.

Longe de ser uma acusação às mães. Muito pelo contrário. Mães são o que tem que ser: educação, firmeza, base. Já avós, podem se dar o luxo de ser o que querem ser: delícia, leveza, afago.

Nem sempre elas dirão coisas boas. Às vezes vão dar seus gritos, seus resmungos, suas reclamadas. Porque são humanas. Aliás, são deliciosamente humanas.

Um dia, quando criança, fiz qualquer bobagem e minha avó me chamou de “sua merdinha”. 
Achei a maior graça. Acabei até gostando. Incrível como até merda, na voz da avó, vira amor. Incrível como só elas podem dizer certas coisas.

Feche os olhos, ouça sua voz.

Faça uma gravação imaginária. Guarde na sua melhor gaveta. Ouça de novo. Garanta que não esquece. Elas não duram para sempre. Mas a voz delas sim. A voz delas marca- e fica. 
Ouça enquanto pode e guarde naquela sua gaveta. 
Na melhor gaveta de todas, já que não podemos simplesmente atracá-las ao peito.

RUTH MANUS