domingo, 26 de maio de 2013

Gente

Eu gosto de gente. E gente é tudo diferente. Gosto de gente contente, de gente que anda pra frente, de gente que acontece na vida por acidente, de repente. Gosto de gente que planta semente, gente que é elo na corrente, de gente que é confidente e fonte de amor crescente. 
Gosto de gente que abre a mente, de gente sempre presente, de gente que é sol nascente, de gente que pensa transparente, de gente que tem brilho de estrela cadente, mas não cai - olha que surpreendente.

Eu gosto de gente que precisa de espaço e que cabe dentro de mim mesmo assim. Eu gosto de gente que é laço, que pisa o meu passo, que é abraço quando me falta um pedaço, mesmo nos mais duros dias de cansaço. Gosto de gente que não escolhe, e sim acolhe. E envolve, absorve, comove. 

De gente que é parceria na hora da alegria, estende a mão nos momentos de solidão e tem sempre uma palavra de clareza e riqueza nos dias de tristeza. 
Eu gosto de gente que não se guarda: se entrega, navega. De gente que se chega, se aconchega. De gente que aceita, de gente que enfeita. Eu gosto de gente que comigo se ajeita.

Eu gosto de gente onde eu posso caber. De gente de peito aberto, sorriso esperto, coração liberto. 
Gente pra mim não tem muros: é casa espaçosa, com jardim de grama verdinha, borboleta batendo asa e cachorro fazendo festa no quintal. 
Gente pra mim é luz acesa, é porta sem tranca, é janela com vista pro mar. Bom mesmo é encontrar gente em quem a gente possa fazer um lar. E morar.

Verônica Fantoni



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