Texto do Padre Fábio de Melo sobre o CD Iluminar.
Em outros tempos as cidades precisavam dos acendedores de
lampiões.
Eram eles que acendiam as pequenas chamas que iluminavam as
ruas e vielas dos lugarejos.
Penso minha opção de vida a partir deles. É assim que me interpreto.
Tudo o que faz parte do meu contexto sacerdotal não tem
outro objetivo senão acender luzes.
Todos os desdobramentos de meus atributos humanos eu os
coloco na vivência feliz de esparramar luzes pelos caminhos por onde ando.
Por vezes consigo, por vezes não. Mas não desisto.
Tenho gravado na alma as marcas da Luz Suprema. É na direção
dela que ouso colocar o meu rumo.
Sou filho da esperança que brotou do Sepulcro Vazio, lugar
onde a vida prevaleceu sobre a morte e a luz triunfou sobre as sombras.
Sou filho deste novo tempo.
Trago na alma os estigmas da Luz que Cristo acendeu na
história. É dele que recebo o ofício que considero semelhante aos acendedores
de lampiões.
É minha alegria esparramar a luz recebida.
Tenho consciência que a ação de Deus no mundo passa o tempo
todo pelas escolhas humanas.
A humanidade é o lugar teológico, espaço privilegiado da
ação divina. Deus é a luz.
Nós somos seus lampiões. Mas somos também seus acendedores.
Uma vez iluminados precisamos acender aqueles que permanecem
apagados, porque desconhecem a fonte que tudo clareia.
Este é o movimento que pode transformar o mundo.
Movimento de acender luzes, iluminar.
Porque onde esta luz estiver acesa lá estará a verdade, a
justiça, a fraternidade, o respeito e a paz.
Queira a luz.
Nas pequenas coisas, prefira a luz.
Penetre nas arestas do mundo, polvilhe com grãos de
claridade os subterrâneos tão envolvidos pela sombra e pelo abandono.
A mística que a humanidade precisa passa o tempo todo pela
metáfora da luz. Iluminados e iluminantes.
Queiramos.
Iluminuras, sinais luminosos, arandelas pelas ruas do mundo.
Sejamos...
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