Uma delas comentou rapidamente sobre a beleza do homem. E as
outras foram respondendo uma a uma, a mesma coisa: “Ah, sou mais a barriguinha
do meu amor”; “meu marido tem uma pancinha, mas é mais lindo”; “prefiro homem
de verdade, essas barrigas de tanquinho são muito estranhas”.
Até a que tinha comentado sobre os atributos físicos do
rapaz concordou com as outras: homem “normal” é o que há. Imperfeições são “um
charme”.
Eu mais do que concordo.
Mas fiquei me perguntando: por que nós, mulheres,
conseguimos ser tão condescendentes com as imperfeições de nossos homens e não
com as nossas?
Por que somos tão generosas com barriguinhas, ruguinhas,
dentinhos e cabelos brancos deles e tão malvadamente perfeccionistas com nossos
corpos, rostos, cabelos? Se eles são tão amados do jeito que são, porque nós
não seríamos?
Não é, na minha opinião, culpa dos homens.
A maioria dos que
eu conheço exalta as mulheres que não se deixaram levar por obsessões pela
magreza ou pelos cabelos chapados ou pela malhação excessiva.
Somos nós mesmas
que não nos perdoamos.
Por que?
Martha Mendonça
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