quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A compreensão no amor

A maior escola da vida é o convívio.
O contato entre as pessoas sempre traz a oportunidade de aprendizado e, sobretudo, maturação. 
Todo tipo de relacionamento é proveitoso nesse sentido, porém, há um em que as experiências costumam ser todas ainda mais intensas. 
É o caso do relacionamento amoroso, tipo de relação em que o convívio tende a ser muito maior e mais complexo, conseqüentemente, envolvendo desarmonias maiores do que os outros.

Um dos maiores causadores de desentendimentos na vida de um casal é a falta de compreensão de um com o outro.
É comum que as pessoas se julguem corretas em uma discussão e se limitarem apenas a defender suas posições. 
Tudo acaba se resumindo em quem deve assumir a culpa, até que a próxima desavença apareça. 
Contudo, um relacionamento nunca deve ser entendido como uma situação na qual o que prevalece é a defesa do interesse individual frente ao outro. 
Utilizar-se da fala e da argumentação em detrimento da audição e da compreensão é completamente oposto à união e ao compartilhamento que uma relação demanda.

O bem-estar de um relacionamento é antagônico ao egoísmo ou a um simples juízo de quem está certo ou errado. 
Não há vantagem alguma em se ter razão em uma discussão quando a harmonia do convívio está em risco. Relacionar-se significa compartilhar, crescer de forma conjunta, só havendo benefícios quando ambos estão bem. 
Desta forma, deve-se sempre optar pelo esforço de entender o que motivou as ações do parceiro, por mais que este realmente esteja errado. 
Esta compreensão transpõe as frágeis barreiras dos dispensáveis julgamentos de culpa, constituindo-se na melhor ferramenta para que o parceiro supere seus problemas e erros, já que este passa a sentir que suas dificuldades estão de fato sendo enfrentadas a dois. 
Deve-se ainda assumir a importância da sinceridade e da confiança em todo este processo, pois só tais elementos podem fundamentar diálogos verdadeiros e construtivos entre o casal.

Assim, quando a percepção e a boa vontade de um fazem o outro superar ou pelo menos lidar melhor com um problema, tem-se em sua melhor forma um relacionamento amoroso, embora se possa considerar que tais fundamentos são passíveis de aplicação a quaisquer outros tipos de relações sociais.

Paulo Mortari Araújo Correa

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