"(... ) Carrego, portanto, a certeza de que o maior
sedutor não é malandro, não é o esperto, mas o monogâmico. O fiel.
O que tem olhos apenas para sua patroa.
Ele não pescará decotes mais profundos na vizinhança.
Deslizará protetor em sua mulher, com calma oriental,
comovido, o olfato sinceramente interessado. Acompanhará as mãos com o corpo.
No fim, se aproximará dos ouvidos para sussurrar uma
barbaridade. (...)"
F. Carpinejar
"(...) Quem aspira ao conforto que se conserve
solteiro.
Eu me entrego para dependência.
Não há nada mais agradável do que misturar os defeitos com
as virtudes e perder as contas na partilha.
Não há nada mais valioso do que trabalhar integralmente para
uma história.
Não raciocinar outra coisa senão cortejá-la: avisá-la para
espirar a lua cheia, recordar do varal quando começa a chover, decorar uma
música para surpreendê-la, sublinhar uma frase para guardá-la.
Sou doido, mas doido varrido. Bem limpo.
Aprendi a usar a furadeira e agora entro fácil em parafuso.
(...)
F.Carpinejar
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