É impossível usar máscara indefinidamente.
Ela pesa, cansa
e, com o uso continuado, pesa e cansa cada vez mais, tornando-se intolerável.
Então, de tempos em tempos é preciso retirá-la.
Aí a horrenda face da realidade
é escancarada, despida de fantasias ideológicas de quaisquer tipos, de
faz-de-conta, de declarações de boas intenções doutrinárias.
A máscara engana
por longos períodos, mas não consegue perpetuar-se porque há interesses que
exigem a interrupção da comédia, um intervalo entre as pantomimas.
E é nesses
intervalos que o homem, retirados os disfarces, exerce a plenitude de sua
verdadeira natureza.
Pelleberto Rogrino
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