Aceita-me como sou! Não tente me mudar! Eu nasci assim,
cresci assim e provavelmente vou morrer assim. Se você me ama... deve me
aceitar como sou!
Alguém já ouviu isso? Já disse isso?
É uma súplica. É, na verdade, uma maneira de dizer, sem usar
palavras, que não aceitamos mudanças, nem queremos que nos mudem.
Nós somos o que somos e pronto!
Mas se todo mundo se mantiver nessa posição, cada um vai
ficar isolado.
Porque na realidade, não podemos mudar a nós e nossa
personalidade por causa de ninguém, nem deixar que façam o que querem de nós,
mas é tremendamente egoísta dizer "aceita-me como sou" que significa
de fato "não estou disposto(a) a fazer nenhum esforço para me adaptar ao
"seu" jeito de ser.
Relacionamentos são compromissos. Se não há flexibilidade de
parte e de outra e uma disposição para se guardar e ao mesmo tempo se adaptar à
personalidade do outro, não há relacionamento que funcione.
E se essa predisposição a se adaptar só ocorre de um lado,
também não funciona.
Se devemos aceitar a outra pessoa exatamente como ela é, mas
nós devemos nos ajustar a ela para que continuemos juntos, não há equilíbrio na
relação. E é injusto.
Em todo relacionamento é preciso que haja
contrabalanceamento.
Cada um se esforça um pouco, põe o orgulho e as idéias fixas
do lado e ambos encontram um meio de continuar no mesmo caminho.
Somos humanos e podemos ser flexíveis se nosso coração nos
pede.
Isso não nos diminui, mas pelo contrário, nos engrandece.
Que ninguém nos molde!
Que não sejamos também marionetes!
Mas que tenhamos amor suficiente no coração para
reconhecermos sozinhos os pontos aos quais podemos ceder para a felicidade da
pessoa que convive conosco.
Se ambos tiverem a riqueza de espírito de pensar assim, a
caminhada juntos será longa, eternamente longa...
Letícia Thompson
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