Entre as dezenas de justificativas para se colocar fim a uma
história,você simplesmente escolheu nenhuma. Apenas uma despedida fria e... um
silêncio incompreensível e inexplicado.
Nas memórias dos casais desfeitos há sempre para narrar aos
amigos um último olhar, um derradeiro toque, um beijo melancólico de despedida
ou mesmo uma apocalíptica discussão.
Entre nós, contudo, nada de olhares. Nenhum toque ou beijo,
tampouco um bate-boca. Sem acusações ou mea-culpa, sem choro ou ironia, em meio
a evasivas você tão somente saiu de cena.
Os bits do ambiente virtual onde nos conhecêramos foram
calmamente se enchendo de caracteres até que surgisse, completa e inexorável, a
frase que seus lábios me negaram dizer pessoalmente: ‘Sim, estou colocando um
fim na nossa história. Tchau. Fica com Deus.’
Destoando completamente do imenso respeito que tivemos o
tempo todo um pelo outro, apenas assisti, perplexo, à desconsideração de sequer
poder argumentar ou cobrar uma explicação.
O calor de todos os nossos beijos, aquele arrepio suave
provocado pelos toques de carinho. O som, ao mesmo tempo firme e doce, da sua
voz. Tudo foi substituído pela secura de um teclado morto. E o fim descrito
como uma sentença no monitor sem alma.
Nos dias seguintes, inutilmente esperei que emergisse
daquela tela luzente uma nova mensagem, que desmentisse o mal entendido. Ou
mesmo uma ligação que dissesse: ‘Seu beijo me faz falta!’
O celular e o computador, porém, ficaram inúteis. Tanto
quanto têm sido inúteis as inúmeras perguntas que torturam meu pensamento sem
descanso.
Como pode decidir sozinha que ficaríamos melhor separados?
Nossas
Letras
Letras,
Arte e Cia
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