sábado, 28 de janeiro de 2012

Não se iluda


Não se iluda com meus olhos firmes e profundos,
eles ainda sabem sonhar e vagar sem rumo por aí.
 
Não se iluda com meus muros intransponíveis,
eles se desmancham no ar, ao mais leve e sutil dos toques.
 
Não se iluda com tamanha determinação,
ela pode se afogar no poço mais raso da minha insegurança.
 
Não se iluda com o sorriso estampado no rosto,
ele pode esconder o sabor amargo de mais um adeus.
 
Não se iluda com a imagem de heroína invencível, ela é frágil, sonhadora,
e carrega lembranças pelos cantos a suspirar!
 
São olhos, ruínas, fraquezas e lágrimas...
Verdades tão comuns de uma mulher, com tempos de menina...
Sobrevivente de antigas desilusões e aberta a novas emoções.
 
Não se iluda...
Ainda sou essa simples criatura que sabe e precisa amar,
mas que de tempos em tempos se permite chorar.
 
Andréa Maia

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