sábado, 4 de agosto de 2012

Uma vida… duas vidas… um sorriso…


A história abaixo, contada sucintamente, evidencia mais uma vez que o amor é o maior de todos os sentimentos. Ele gera compaixão e atitudes nobres…

Antoine de Saint-Exupéry, o autor de “O Pequeno Príncipe”, conta que lutara ao lado dos espanhóis que preservavam a democracia e um dia caíra nas mãos dos adversários,tendo sido preso e condenado à morte. Na véspera de sua execução, fora despido de todos os seus haveres e atirado em uma cela miserável. O guarda era muito jovem. Mas, por certo, já assassinara muitas pessoas. Mostrava o semblante frio.

A ordem era atirar para matar, em caso de fuga. Exupéry tentou conversar com ele, altas horas da madrugada, suas últimas horas de vida. Era inútil. Porém, quando o guarda o olhou, ele sorriu.
Sorriso de pavor e ansiedade. Mas, sorriso… E perguntou timidamente:
- Você é pai?
Ele fez um movimento de cabeça, afirmativo.
- Eu também… Mas, há uma enorme diferença entre nós. Amanhã, estarei assassinado e você voltará para casa e abraçará seu filho. Meus filhos não têm culpa de meus atos. Porém, não mais os abraçarei no corpo físico. Quando o dia clarear, eu morrerei…
Quando for abraçar o seu filho, fale-lhe de amor. Diga-lhe: “Amo você. Você é a razão da minha vida.” Você é guarda, está ganhando dinheiro para manter a sua família, não é?
O guarda continuava imóvel. Parecia um cadáver que respirava.
Exupery concluiu:
- Então, leve a mensagem que eu não poderei dar ao meu filho.
As lágrimas escorreram de seus olhos, notou que o guarda também chorava. Parecia ter despertado do torpor. Não disse nada; pegou.uma chave e abriu o cadeado. Com uma outra, chave abriu a lingüeta, abriu a porta da cela, deu-lhe um sinal.
O condenado à morte saiu depressa, depois correu, saindo da fortaleza. O vigilante lhe apontou a direção das montanhas, deu-lhe as costas e voltou.
O carcereiro salvou-lhe a vida.
Saint-Exupéry retornou à França e escreveu uma página tão inesquecível: Uma vida, duas vidas, um sorriso.

Tantas vezes podemos sorrir e apresentamos a face fechada, indiferente.
Sejamos nós aqueles que cantemos a doce melodia do amor, em todo lugar, nos corações.
Hoje mais do que ontem, agora mais do que na véspera, quebremos todos os impedimentos para amar.

Do blog: http://pensamentostextospoesias.blogspot.com.br

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