segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Corpos com recheio

A jornalista carioca Claudia Penteado fala de como nós, mulheres, no enjaulamos em modelos pré-concebidos daquilo que os homens gostam.
Outro dia assistia a um episódio de Two and a Half Men (série americana) que mostrava uma mulher reatando com o ex-marido, aliviada, ávida por poder voltar a simplesmente deitar e dormir ao lado de um homem, despreocupadamente.
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A graça desse episódio é não só reconhecer a dor e a delícia dos relacionamentos, em que o equilíbrio é uma medida utópica, mas também a grande loucura que se apossa de nós, mulheres, na busca enlouquecida pela juventude eterna.
Muitas vezes nos enjaulamos nos modelos pré-concebidos daquilo que provoca ou mata o desejo nos homens. Simplesmente não conseguimos ver encanto algum nos defeitinhos e nas imperfeições que estamos cansadas de avistar, porque não, em nossos próprios parceiros. Neles, não nos incomodam.
Estamos convencidas de que nossos homens – tenham eles a idade que tiverem – contarão os furinhos da nossa pele, as marquinhas das estrias,  as ruguinhas que despontam ao redor dos nossos olhos ou aquelas benditas gordurinhas que não conseguimos enxugar na malhação.

A vida pode ser mais simples. E é. O mais provável é que eles – nossos parceiros ou parceiras – amem nossos corpos profundamente, simplesmente porque eles nos pertencem e não a qualquer outra mulher, e são parte do que nos torna únicas, insubstituíveis.
E que não se importem se não sabemos sambar, não temos 1,70m ou o cabelo esvoaçante da Gisele Bünchen.
E fiquem loucos com um certo jeito de beijar a nuca, massagear os pés, preparar um sanduíche no meio da madrugada, contar como foi o dia.
Corpos têm recheios essenciais: nós mesmas.
O mais importante é, sempre, respeitar o próprio desejo e não se deixar violentar somente para agradar o outro.
E não esquecer, jamais, que relacionamentos são construções delicadas e que demandam muito carinho e sobretudo respeito mútuo.
Não importa o que se diga, ando mesmo defendendo que cuidemos bem mais do recheio.
Sem esquecer, claro, do bumbum, nem pensar deixá-lo despencar deliberadamente!

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