Outro dia assistia a um episódio de Two and a Half Men
(série americana) que mostrava uma mulher reatando com o ex-marido, aliviada,
ávida por poder voltar a simplesmente deitar e dormir ao lado de um homem,
despreocupadamente.
......
A graça desse episódio é não só reconhecer a dor e a delícia
dos relacionamentos, em que o equilíbrio é uma medida utópica, mas também a
grande loucura que se apossa de nós, mulheres, na busca enlouquecida pela
juventude eterna.
Muitas vezes nos enjaulamos nos modelos pré-concebidos daquilo
que provoca ou mata o desejo nos homens. Simplesmente não conseguimos ver
encanto algum nos defeitinhos e nas imperfeições que estamos cansadas de
avistar, porque não, em nossos próprios parceiros. Neles, não nos incomodam.
Estamos convencidas de que nossos homens – tenham eles a
idade que tiverem – contarão os furinhos da nossa pele, as marquinhas das
estrias, as ruguinhas que despontam ao
redor dos nossos olhos ou aquelas benditas gordurinhas que não conseguimos
enxugar na malhação.
A vida pode ser mais simples. E é. O mais provável é que
eles – nossos parceiros ou parceiras – amem nossos corpos profundamente,
simplesmente porque eles nos pertencem e não a qualquer outra mulher, e são
parte do que nos torna únicas, insubstituíveis.
E que não se importem se não sabemos sambar, não temos 1,70m
ou o cabelo esvoaçante da Gisele Bünchen.
E fiquem loucos com um certo jeito de beijar a nuca,
massagear os pés, preparar um sanduíche no meio da madrugada, contar como foi o
dia.
Corpos têm recheios essenciais: nós mesmas.
O mais importante é, sempre, respeitar o próprio desejo e
não se deixar violentar somente para agradar o outro.
E não esquecer, jamais, que relacionamentos são construções
delicadas e que demandam muito carinho e sobretudo respeito mútuo.
Não importa o que se diga, ando mesmo defendendo que
cuidemos bem mais do recheio.
Sem esquecer, claro, do bumbum, nem pensar deixá-lo
despencar deliberadamente!
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