quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Pais, não irriteis vossos filhos

Pais, não irriteis vossos filhos.
Pelo contrário, criai-os na educação e doutrina do Senhor" (Ef 6,4).
 São Paulo pede que os pais não irritem os filhos, mas os criem na educação e doutrina do Senhor, isto é, criem os filhos na lei do amor e da misericórdia. 
Podemos citar algumas atitudes que deixam os filhos profundamente machucados e plantam neles o sentimento de insegurança, inferioridade.

Esquecer os acertos, lembrar os erros: é necessário corrigir, mas o elogio estimula, reforça as qualidades.
Os pais resolverem suas diferenças com discussões: os filhos precisam mais de pais que se amem do que de pais que os amem.

Apelar para a "honra" da família: às vezes, na melhor das intenções, diante do erro do filho vem o lamento "Meu filho, você estragou o nome da família!".
Pouco importa o sofrimento de quem errou: conta mais o nome da família.

Comparar os filhos entre si: sem querer, os pais elegem um filho como alegria da casa, modelo para os outros, os desmancha-prazeres.

Comparar os filhos com os filhos dos outros: os filhos do vizinho parecem sempre ser melhores. 
Então as comparações, como se as pessoas fossem feitas em série. 
Filho não é artigo de comparação, mas projeto de pessoa, de vida.

Sonhar o futuro para os filhos: em vez de a criança amadurecer, descobrir sua vocação, seu gosto profissional, os pais passam a fazer as escolhas em seu lugar, geralmente achando que aquilo que acham o melhor também o seja para os filhos. 
Uma coisa é abrir perspectivas, horizontes, outra é tomar o lugar de quem deve decidir.

Cobrar o sucesso material, esquecendo os valores humanos, espirituais: numa época marcada pelo valor do dinheiro, do poder e do prestígio, os pais preferem orientar os filhos para aquilo que dá sucesso, garantia financeira, o tal do “futuro garantido”. 
O que realiza mesmo o ser humano são os valores humanos (verdade, lealdade, sinceridade, honestidade, espírito comunitário) e espirituais (o amor a Deus, a capacidade de perdoar, ser fraterno).

Não admitir que o filho está crescendo em idade, sabedoria e graça: o filho não nasce pronto, nem é um baú onde os pais depositam suas certezas. 
O filho é um projeto em desenvolvimento. 
Normalmente aprende-se errando, o que é desagradável, mas é assim mesmo. 
Se os pais se recordassem mais de sua infância e juventude, seriam muito mais compreensíveis...

Querer que a criança e o jovem já sejam adultos: não se pode pular etapas, exigir o que o filho ainda não pode dar. Criança-adulta não é normal!

Não amar o filho como ele é: o filho não é aquele que a gente sonha, mas o que se tem. 
E, sem dúvida, boa parte dele, de seu temperamento, qualidades e manias é herança dos pais. 
O fruto cai perto da árvore! 
Ama-se alguém não porque seja bom, mas se ama para que seja sempre melhor.

Uma palavra final: quando amam de verdade, os pais podem muito mais do que todas as pedagogias e psicologias. 
Só o amor constrói!

Pe. José Artulino Besen

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