Pelo contrário, criai-os na educação e doutrina do
Senhor" (Ef 6,4).
São Paulo pede que os pais não irritem os filhos, mas os
criem na educação e doutrina do Senhor, isto é, criem os filhos na lei do amor
e da misericórdia.
Podemos citar algumas atitudes que deixam os filhos
profundamente machucados e plantam neles o sentimento de insegurança,
inferioridade.
Esquecer os acertos, lembrar os erros: é necessário
corrigir, mas o elogio estimula, reforça as qualidades.
Os pais resolverem suas diferenças com discussões: os filhos
precisam mais de pais que se amem do que de pais que os amem.
Apelar para a "honra" da família: às vezes, na melhor
das intenções, diante do erro do filho vem o lamento "Meu filho, você
estragou o nome da família!".
Pouco importa o sofrimento de quem errou:
conta mais o nome da família.
Comparar os filhos entre si: sem querer, os pais elegem um
filho como alegria da casa, modelo para os outros, os desmancha-prazeres.
Comparar os filhos com os filhos dos outros: os filhos do
vizinho parecem sempre ser melhores.
Então as comparações, como se as pessoas
fossem feitas em série.
Filho não é artigo de comparação, mas projeto de
pessoa, de vida.
Sonhar o futuro para os filhos: em vez de a criança
amadurecer, descobrir sua vocação, seu gosto profissional, os pais passam a
fazer as escolhas em seu lugar, geralmente achando que aquilo que acham o
melhor também o seja para os filhos.
Uma coisa é abrir perspectivas,
horizontes, outra é tomar o lugar de quem deve decidir.
Cobrar o sucesso material, esquecendo os valores humanos,
espirituais: numa época marcada pelo valor do dinheiro, do poder e do
prestígio, os pais preferem orientar os filhos para aquilo que dá sucesso,
garantia financeira, o tal do “futuro garantido”.
O que realiza mesmo o ser
humano são os valores humanos (verdade, lealdade, sinceridade, honestidade,
espírito comunitário) e espirituais (o amor a Deus, a capacidade de perdoar,
ser fraterno).
Não admitir que o filho está crescendo em idade, sabedoria e
graça: o filho não nasce pronto, nem é um baú onde os pais depositam suas
certezas.
O filho é um projeto em desenvolvimento.
Normalmente aprende-se
errando, o que é desagradável, mas é assim mesmo.
Se os pais se recordassem
mais de sua infância e juventude, seriam muito mais compreensíveis...
Querer que a criança e o jovem já sejam adultos: não se pode
pular etapas, exigir o que o filho ainda não pode dar. Criança-adulta não é
normal!
Não amar o filho como ele é: o filho não é aquele que a
gente sonha, mas o que se tem.
E, sem dúvida, boa parte dele, de seu
temperamento, qualidades e manias é herança dos pais.
O fruto cai perto da
árvore!
Ama-se alguém não porque seja bom, mas se ama para que seja sempre
melhor.
Uma palavra final: quando amam de verdade, os pais podem
muito mais do que todas as pedagogias e psicologias.
Só o amor constrói!
Pe. José Artulino Besen
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