sexta-feira, 28 de junho de 2013

Da cobra


Muitas vezes procuramos conscientemente algo que irá nos causar sérios problemas.

Eduardo Vieira conta uma interessante fábula a respeito.

Um homem cruzando uma tempestade de neve escuta um ruído. Vê uma cobra, ferida e quase morta de frio. “Me ajuda!”, diz ela.

“Você é perigosa”, responde o homem. “Não vê que estou quase morrendo, e não posso lhe fazer mal nenhum?”, implora a serpente.

Compadecido, o homem a recolhe, e a leva para sua casa. Durante algum tempo convivem em harmonia. Mas um dia, enquanto acariciava a cabeça da cobra, ele recebe uma mordida fatal. 

“O que é isso?”, diz o homem, a beira da morte. “Salvei sua vida, lhe dei comida, carinho – e agora você me envenena?” 

E a serpente respondeu: “Mas você sabia que eu era uma cobra, não sabia?”

Paulo Coelho

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