O tempo passou.
A distância entre eles aumentou.
Os compromissos sempre em primeiro lugar.
A falta de tempo era a desculpa mais usada para justificar a ausência.
Culpa de quem? Da modernidade? Dele? Dela?
Não sei dizer. Só sei que o coração já estava aflito, muito aflito. Ela já não tinha forças para fazer mais nada.
Estava cansada de lutar. Falar mais o quê? Sentimentos não podem ser cobrados como se fossem contas a pagar.
Aonde foi parar aquele amor? Aonde será que se escondeu aquele homem por quem ela se apaixonara? E a euforia dos reencontros? A ansiedade pela chegada dele?
A saudade estava doendo tanto que até lhe faltava o ar.
Era uma saudade de momentos que se perderam no tempo.
Fisicamente, ele estava ali, mas o olhar não a buscava mais com a mesma urgência de antes.
A razão o fez cego.
Ela se deixou levar pelas ocasiões e foi conivente com o comodismo. O amor?
Este pede pausa para descanso.
Preferiu esperar pela recuperação da morada: o coração.
Os mortais tentam se reencontrar nesse caos.
Lutam para desembaraçar os seus caminhos. Desistir? Jamais!
Desistir de nós mesmos, do amor é o mesmo deixar de viver.
Respire, levante o olhar e permita que a vida retire o véu que confunde sua alma.
Aline Cabral - Nossas Letras
Aline Cabral - Nossas Letras
Nenhum comentário:
Postar um comentário