quinta-feira, 25 de abril de 2013

Verdadeiro amor

Existe verdadeiro amor ou amor verdadeiro? Acredito que sim. Tenho sido agraciado com experiências profissionais e pessoais gratificantes em todos os sentidos.

No domingo de manhã fui para a Capela Rosa Mística, onde ocorria evento promovido por grupo de terço e para onde fui convidado para falar sobre violência doméstica.

Cheguei mais cedo para estar com os organizadores e conhecer o evento. Deparei-me com músicas, exames de saúde, consultas com advogados, palestras, manicures, podólogos, cabeleireiros, enfim, muitas pessoas trabalhando como voluntárias em prol da comunidade.

Participei de palestra com uma dentista, que ensinava crianças e adultos os procedimentos adequados para cuidar da higiene bucal. Diverti-me. A dentista utilizou didática bem acessível, e, com isso, motivou os presentes a cuidarem dos dentes, do sorriso. Ao final todos ganharam escovas e creme dental.

Enquanto, isso, arrumava-se cabelos com técnicas de escovas e cortes, outros cuidavam dos pés e mãos, e alguns, relaxavam o corpo. Depois que falei sobre violência doméstica, aconteceu mais uma comunicação com psicóloga.

Além da organização, chamou minha atenção o preço que as pessoas pagaram para se beneficiar de tudo isso. Sabe quanto? Nada!!!

Tudo foi promovido por causa do verdadeiro amor, aquele que se dá sem esperar nada em troca. Todos os que trabalharam em pleno domingo, lá estavam como voluntários, dedicando seus conhecimentos para permitir que os presentes, naquele dia, sentirem-se pessoas melhores, mais bonitas e alegres. Todos puderam compartilhar amor, amor puro e sem condições, pois tudo estava disponível para quem quisesse.

Coloquei-me a refletir sobre o quanto as pessoas podem ser felizes e amadas. Basta saberem onde estar e com quem estar. O ser humano necessita amar e ser amado, mas esse sentimento vem sendo deturpado. Muitas vezes amamos o que não deve ser amado, mas, uma coisa é certa: se queremos ser amados, devemos amar e doar, fazer do nosso precioso tempo, um tempo de amor, amor a si e ao próximo.

No voluntariado o pagamento é em amor, ‘moeda’ de valor imensurável. Estar disponível lá, me trouxe sentimento de gratidão por estar falando sobre assunto delicado, mas, atual e corriqueiro, que é a violência doméstica, mas também, por tudo que a vida me permite ter e ser. Cada um que ali esteve, que ouviu as palestras, vivenciou o ambiente, certamente transformou-se.

Acredito que quem ouviu sobre cuidados bucais terá saúde melhor e mais sorrisos poderá distribuir. Da mesma forma, a reflexão sobre violência, os possíveis modos de prevenção e os mecanismos legais, processuais e psicológicos que discutimos, ajudarão a repensar valores até então cristalizados em nossa sociedade.

Todos nós ganhamos, lá. O verdadeiro amor existe e pode ser encontrado no amor verdadeiro de cada voluntário. Só não ama e é amado quem é egoísta. Amor exige doação. Sem amor o homem se torna bruto e perverso. Olhando para a nossa sociedade, com o aumento da criminalidade, podemos questionar: o que estamos fazendo com o amor verdadeiro? E você, já amou hoje?

Acir de Matos Gomes
Advogado, professor universitário - Comércio da Franca

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