domingo, 14 de abril de 2013

A dor


Há dor de todo tipo:

– de amor não correspondido,

– do corpo, dos órgãos, dos sentidos.

– de banzo não explicado, nostalgia indefinível

– de inveja,

– de covardia,

– de ciúmes,

– pela traição de amigos,

– por paralisia, impotência,

– de arrependimento,

– por um revés econômico,

– pela separação, amputação de sonhos,

– de saudades,

– de remorso pela dor infligida ao Outro,

– por uma injustiça injustificável,

– por ausência de fé em si mesmo,

– por ressentimento, cancro mortal que estanca a fluência,

– por sabermos que não somos o que pensávamos ser,

– por sofrer preconceito, de qualquer ordem,

– de ódio,

– por se sentir excluído,

– pela morte de alguém muito íntimo,

– por não alcançar o próximo mais próximo.

O coração mói

a dor

(ou muitas).

Cada uma (espera-se),

ensacada e armazenada,

não seja nascida

em vão.


Nossas Letras > Letras, Arte e Cia > Maria Luiza Salomão

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