Todos os nossos pensamentos e atitudes são como uma
encomenda anônima que a gente faz pro destino. Inconscientemente, queremos que
nossas ações desencadeiem uma série de acontecimentos cujo roteiro já foi
definido na nossa cabeça.
Antes dos dez anos a gente aprende: não é assim.
A gente costuma achar que o mundo inteiro pensa da mesma
forma que a gente.
A gente costuma achar que somos amados pelos mesmos motivos
pelos quais amamos.
Mas se as rosas que eu jogo ao vento te ferem como flechas,
de quem é a culpa? Minha que não é.
Por essas e outras é que as pessoas vivem doentes, na
incessante busca pelos cem por cento de satisfação.
A gente apelida essa utopia de ‘amor perfeito’, de ‘amor de
verdade’ e de inúmeras coisas, como se o amor – puro e simples – não fosse o
bastante.
E o amor – simples, sem adereços – já é tão complexo, tão
raro, que muitos que conheço já se aproximam dos trinta sem saber o que é.
A gente ama e, inconscientemente, encomenda um amor igual.
O que nos bate a porta não é menor, não é pior, é diferente.
É o amor que um outro alguém construiu, esperando receber em
troca um espelho do que sentia.
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Eu sei muito bem, a
raiva que dá
A gente soca as
paredes sem se importar
Mas o que é que nos
faz quebrar a cara de novo,
e de novo, sem jamais
desistir?
Eu sei muito bem, mas
não sei procurar,
A gente compra, troca,
finge, mas jamais quer ficar...
Olhamos pra quem nos
quer como quem já não quer mais
E tudo que a gente
quer é ser deixado em paz.
Mas a noite vem,
E tira de nós
Lágrimas dos olhos, e
o brilho da voz
De tanto gritar até a
garganta sangrar
A gente fecha os
ouvidos
pra voz que não quer
calar, e ela diz:
Eu preciso, você
também.
Todo mundo precisa de
alguém.
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