A solidão sempre tem sempre dois lados: um triste e nostálgico e outro profundo e vital.
Você, certamente, já fez a experiência da solidão necessária e revitalizadora, quando entrou em casa, fechou a porta e disse: “como é bom estar aqui sozinho”.
Depois de tanta agitação, de tantas conversas, de tantos ruídos, você sentiu a necessidade de ouvir o próprio coração na paz da sua casa.
Por isso, sábios são aqueles que dão tempo e condições de solidão a si mesmos. Só assim é possível ouvir as emoções.
Nesse silêncio solitário é, enfim, possível encontrar a si mesmo.
É verdade, também, que nada nesse mundo tem favorecido o encontro pessoal.
Ainda mais que o fato de alguém ficar sozinho tem sido associado ao conceito de tristeza e de abandono. Que pena!
Ter momentos de solidão é dar a si uma oportunidade de mergulho interior.
Veja que nenhuma pessoa profunda e verdadeiramente sábia vive apenas de ritmos alucinantes e baladas frenéticas.
Todas as pessoas que me inspiram profundidade e confiança têm seus momentos de silêncio e de meditação. Muitas vezes, elas se isolam, fugindo ao barulho.
Eu levei muitos anos para não mais temer a solidão e perceber o quanto ela nos amadurece e nos coloca em contato com a essência humana. Esse caminho exige disposição, vontade e determinação.
E mesmo assim, em muitos momentos, eu me sinto tentado ao mergulho no barulho de um mundo alucinado.
Aí eu me recolho no silêncio das noites e me vejo a contemplar a calma das estrelas.
E volto à vida.
E por falar nisso, há quanto tempo você não pára e olha atentamente o céu estrelado?
Lembre-se: “a solidão que nos amadurece nas noites é bênção para um novo dia”.
Dalcides Biscalquin
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