sábado, 24 de março de 2012

A solidão necessária

A solidão sempre tem sempre dois lados: um triste e nostálgico e outro profundo e vital.

Você, certamente, já fez a experiência da solidão necessária e revitalizadora, quando entrou em casa, fechou a porta e disse: “como é bom estar aqui sozinho”.

Depois de tanta agitação, de tantas conversas, de tantos ruídos, você sentiu a necessidade de ouvir o próprio coração na paz da sua casa.

Por isso, sábios são aqueles que dão tempo e condições de solidão a si mesmos. Só assim é possível ouvir as emoções.

Nesse silêncio solitário é, enfim, possível encontrar a si mesmo.

É verdade, também, que nada nesse mundo tem favorecido o encontro pessoal.

Ainda mais que o fato de alguém ficar sozinho tem sido associado ao conceito de tristeza e de abandono. Que pena!

Ter momentos de solidão é dar a si uma oportunidade de mergulho interior.

Veja que nenhuma pessoa profunda e verdadeiramente sábia vive apenas de ritmos alucinantes e baladas frenéticas.

Todas as pessoas que me inspiram profundidade e confiança têm seus momentos de silêncio e de meditação. Muitas vezes, elas se isolam, fugindo ao barulho.

Eu levei muitos anos para não mais temer a solidão e perceber o quanto ela nos amadurece e nos coloca em contato com a essência humana. Esse caminho exige disposição, vontade e determinação.

E mesmo assim, em muitos momentos, eu me sinto tentado ao mergulho no barulho de um mundo alucinado.

Aí eu me recolho no silêncio das noites e me vejo a contemplar a calma das estrelas.
E volto à vida.

E por falar nisso, há quanto tempo você não pára e olha atentamente o céu estrelado? 

Lembre-se: “a solidão que nos amadurece nas noites é bênção para um novo dia”.

Dalcides Biscalquin

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