quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

"Viver o Natal com a humildade de Nossa Senhora"

O anjo convidou a Virgem a se alegrar, chamando-a “cheia de graça”.
Tal saudação anuncia o fim da tristeza que existe no mundo diante dos limites da vida, do sofrimento, da morte, da maldade, das trevas do mal que parece obscurecer a luz da bondade divina. 
“É uma saudação que marca o início do Evangelho, da Boa Nova”

“A fonte da alegria de Maria é a graça, a comunhão com Deus. Ela é a criatura que, mediante sua atitude de escuta da palavra e da obediência, abriu de modo único as portas a seu Criador, colocando-se nas suas mãos, sem limites”.

“Assim como Abraão, Nossa Senhora também confiou plenamente na divina Palavra, convertendo-se em modelo e Mãe de todos os cristãos. E do mesmo modo, a sua fé também incluiu um momento de incerteza - as trevas da crucificação de seu Filho – antes de chegar à luz da Ressurreição”.

No caminho de fé de cada um de nós: existem momentos de luz e passagens onde parece que Deus está ausente; seu silêncio pesa nos nossos corações e a sua vontade não corresponde à nossa. 
“Mas, quanto mais nos abrirmos a Deus, acolhermos o dom da fé e depositarmos Nele a nossa confiança – como fizeram Abraão e Maria – mais Ele nos ajudará a viver as situações da vida em paz e com a certeza de sua fidelidade e de seu amor.
Isto acarreta que saiamos de nós mesmos e de nossos projetos e deixemos que a Palavra de Deus seja a lâmpada que guie nossos pensamentos e ações”.

“A fé sólida de Maria foi possível graças à sua atitude constante de diálogo íntimo com a Palavra de Deus, à sua humildade profunda e obediente, que aceitou tudo, até o que não compreendia da ação de Deus” – recordou o Papa.

A solenidade do Natal nos convida a viver esta mesma humildade e obediência de fé. 
“A glória de Deus não se manifesta no triunfo e no poder do Rei, não resplandece numa cidade famosa, num suntuoso palácio, mas habita no ventre de uma virgem, se revela na pobreza de um menino”.

“No caminho do Advento, ocupa um lugar especial a Virgem Mãe, que acolheu na fé e na carne Jesus, o Filho de Deus. N’Ela vemos a criatura que, de modo incomparável, abriu de par em par as portas ao seu Criador, submetendo-Se livremente à vontade divina na obediência da fé: adere com plena confiança à palavra que Lhe anuncia o Mensageiro de Deus. 
E este «sim» de Maria à vontade divina repete-se ao longo de toda a sua vida até ao momento mais difícil: o da Cruz. 
Ela não se contenta com uma percepção imediata e superficial do que sucede na sua vida, mas entra em diálogo íntimo com a Palavra de Deus e deixa-se interpelar pelos acontecimentos, procurando a compreensão que só a fé pode garantir. 
Maria acolhe mesmo aquilo que não compreende do agir divino, deixando que seja Deus a abrir-Lhe o coração e a mente. 
Assim se tornou modelo e mãe de todos os crentes. Pela sua fé, todas as gerações A chamarão bem-aventurada”.

Papa Bento XVI

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