terça-feira, 18 de março de 2014

Onde estão as mulheres?


Onde estão as mulheres inspiradoras de nossa história e de nossa literatura?

Cadê a fidelidade da Penélope de Homero? A paixão da Marília de Dirceu? O poder da Helena de Tróia e de Cleópatra do Egito? Por onde andará a força da Dalila de Sansão ou da Maria Bonita de Lampião? Onde estão as mulheres?

Por onde andarão as musas inspiradoras de nossas músicas?

A Amélia de Mário Lago, a Rita de Chico Buarque, a Madalena do Ivan Lins, a Lady Laura do Roberto, a gatinha manhosa do Tremendão, a Marina de Caymmi, a Luiza do Tom Jobim, a garota de Ipanema do Vinicius, a Michelle dos Beatles, a Rosa do Gonzagão?

É. Músicas enaltecendo grandes mulheres viraram coisas do passado, peças de museu. Mais do que triste isso é preocupante; temo que, mais do que talento, faltem musas na atualidade para inspirarem nossos artistas.

E , novamente pergunto. Onde estão as mulheres?

Não acredito, mas não acredito mesmo que; depois que há alguns anos o Cumpade Washington do Grupo É O Tchan decretou: ORDINÁRIA! Tudo na música moderna, sobretudo a sertaneja e o medonho funk, “homenageiam” a mulher com inspirados adjetivos como: safada, cachorra, vagabunda e por ai vai.

Novamente pergunto, serão estas as mulheres da atualidade? As musas inspiradoras de nossa arte? Não, com certeza não são.

Quero minhas mulheres de volta, quero expressões artísticas que as representem de volta; porque se elas continuarem a ser representadas e apresentadas como cachorras, ordinárias, vagabundas muitos acreditarão que elas assim o são.

Onde estão vocês mulheres? Apareçam e, por favor, coloquem-se no lugar que vocês merecem, dentro de uma bela poesia, dentro de uma linda canção.


Paulo Rubens Gimenes, publicitário e ex-conselheiro do Comércio da Franca

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