domingo, 23 de março de 2014

Irradiar otimismo


Provavelmente, é um relato inventado. 
Há uns anos atrás, andou a circular pelo ciberespaço. Confortou umas pessoas, encheu outras de esperança, animou alguns ― coisa que sempre se agradece! 

O conteúdo da história era mais ou menos o seguinte: «Sempre estava de bom humor e as suas palavras eram positivas e animadoras. Motivava aqueles que tínhamos a sorte de estar ao seu lado. Irradiava optimismo e, por isso, era muito agradável trabalhar com ele. Se alguém tinha alguma dificuldade, animava aquele que a padecia a ver o lado positivo da situação.

«Certo dia, sem meia tinta, perguntei-lhe abruptamente: “Como é possível que estejas sempre optimista? Como consegues ver a realidade constantemente de um modo tão positivo? Onde vais buscar essa alegria que irradias à tua volta?”. 
A sua resposta ― que me ficou gravada na memória ― ainda hoje tem influência no meu modo de encarar a vida: “Todos os dias, quando me levanto de manhã, digo a mim próprio que tenho duas opções para esse dia: deixar-me levar pelo mau humor ou, pelo contrário, esforçar-me por estar de bom humor. 
Como sou livre, escolho conscientemente a segunda opção”.

«Quando me acontece algo de mal durante o dia, digo a mim próprio que tenho duas opções: escolher o papel de vítima ou, pelo contrário, esforçar-me por aprender alguma coisa com aquilo que me aconteceu. Como sou livre, escolho conscientemente a segunda opção. 
Quando ouço alguém a queixar-se da vida, digo a mim próprio que tenho duas opções: associar-me às suas lamentações ou, pelo contrário, esforçar-me por ver o lado positivo de cada situação. 
Como sou livre, escolho conscientemente a segunda opção.

«Mas isso não é tão fácil assim ― respondi-lhe. “Também não é tão difícil como parece” ― foi a sua contestação imediata. E continuou: A vida é uma escolha constante. As atitudes que tomamos diante dela também o são. É uma decisão de cada um de nós escolher como viver a nossa vida. 
E também é uma decisão de cada um de nós escolher a atitude que vamos ter diante daquilo que nos acontece na nossa vida. 
Como somos livres, temos de escolher conscientemente a melhor opção».

É verdade que esta história é demasiadamente fantasiosa. No entanto, é um relato que nos faz pensar em que a nossa vida é, de algum modo, uma escolha constante. 
Um cristão é chamado por Deus a irradiar um verdadeiro otimismo à sua volta. Um otimismo que procede da fé ― não de uma simples escolha livre da melhor opção.

Não façamos tragédias por tudo e por nada! 
A vida não é tão má como, às vezes, gostamos de a pintar! 
Se há coisas que não nos correm bem, também há outras que são maravilhosas e que nem nos damos conta disso. 
Ao olhar para o mundo que nos rodeia, não nos esqueçamos dessa bondade natural que possui por ter sido criado por Deus. 
Se a aceitarmos, desaparecerão muitos desânimos no nosso viver quotidiano, mesmo no meio das dificuldades. 
E as pessoas à nossa volta nos agradecerão por serem contagiados por essa alegria de viver.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

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