sábado, 9 de novembro de 2013

Respirar a noite


Às vezes é preciso ir ver as estrelas, respirar a noite.
Sentir que nem tudo é aquilo que não queremos...olhar em frente e ter a certeza de que sabemos dirigir os passos que dermos no escuro.

As mãos geladas levam o medo, as pernas trémulas a angústia de não saber...
E o vazio espraia-se na pele de quem caminha sem vontade, como o ar pesado nas noites em que nos deitamos com o nó na garganta de quem não disse tudo o que tinha a dizer.
A certeza de que o amanhã será só mais um pôr-do-sol, só mais um arco-íris passageiro, uma corda de água que deixa a vida cinzenta. 
Porque às vezes é assim, temos que dar a pele à chuva e sentir o frio lavar-nos de tudo o que nos faz chorar. 
E ficar de olhar fixo num ponto longínquo, esperar pelas palavras que nem sempre vêm.
Permanecer naquele esquecimento precoce e sonhar com tudo o que desejamos em segredo.
Às vezes é preciso inspirar profundamente, aprender a querer um novo dia. 
É preciso saber respirar a noite para podermos acordar no dia seguinte e sermos capazes de sorrir.

desconheço a autoria

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