sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Uma borboleta e o tempo…

“Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo a mata.
Quem tenta ajudar o broto a sair da semente o destrói.
Há certas coisas que têm de acontecer de dentro para fora.”
Rubem Alves

Às vezes fazemos pelo outro mais do que deveríamos. É claro que a bondade e a disponibilidade são virtudes das mais belas, mas temos que ter junto a sabedoria para discernir até onde devemos ir. 
Fazer tudo pelo outro pode torná-lo infantil, frágil, impotente e irresponsável por seus próprios atos.

Obstáculos, dificuldades e sofrimento fazem parte da vida. 
Todos eles, quando aceitos e enfrentados trazem crescimento. 
Ser feliz não é não ter problemas e sim enfrentá-los sem perder a estrutura. Algumas dificuldades são verdadeiros presentes.

Então vamos à história da borboleta:

“Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo. Um homem sentou-se e passou a observar a borboleta que, por várias horas, se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco. 
Então, em certo momento, pareceu que ela parou de fazer qualquer progresso, parecia que ela tinha ido o mais longe que podia e não conseguia mais continuar nessa sua missão de deixar o seu casulo.
Então o homem decidiu ajudar a borboleta. 

Ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. 
A borboleta então saiu facilmente, mas seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as asas amassadas, atrofiadas. 

O homem então continuou a observar porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo, que iria se afirmar a tempo. 

Nada aconteceu. Na verdade, a borboleta passou o resto de seus dias rastejando com um corpo murcho e as asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar. 

O que o homem, em sua gentileza, em sua vontade de ajudar, não compreendia, era que o casulo apertado e o esforço necessário para a borboleta passar através de sua pequena abertura, era o modo com que a natureza agia para que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de modo que ela estaria pronta para voar, uma vez que estivesse livre do casulo.”

                                  

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