segunda-feira, 9 de março de 2015

Amor

“A beleza das pessoas está na capacidade de amar e encontrar no próximo a continuidade de seu ser.” 

Alguém afirmou que a vida é um somatório de passagens. Uma etapa se despede para a outra ser iniciada. 

A cada ano a idade vai construindo passagens. Seria interessante internalizar que tudo passa. Uma nova experiência: ou se acha que não se deveria passar ou que está demorando para passar. 

Se existe ainda algum segredo, este tem uma denominação inspiradora: amar. 

O amor não passa. Pelo contrário, constrói passagens. 

A beleza das pessoas está para além da aparência e do físico. 
A capacidade de amar é o maior critério de estética. 

Quando uma pessoa ama, tudo nela se harmoniza e se adequa ( ajusta). 
Quem ama nunca se aquieta. Está sempre em movimento. Pois, é próprio do amor construir saídas: sair de si para ir ao encontro do outro. 

Quem ama verdadeiramente descobre no outro a continuidade de seu ser. 
Quem ama permanece vivo na existência do outro. 

Enquanto o egoísmo leva ao fechamento, o amor provoca libertação. A liberdade é a expressão mais saliente da expansividade do amor. 

Continuar vivo nos outros não é uma ambição. É a normalidade do amor. 

Acontece que o egoísmo tem recebido uma certa maquiagem de amor. 

Nem todos sabem distinguir amor de egoísmo. 
A bondade parece ser o braço visível do amor. Onde está a bondade, o amor se faz construção. 

É simplesmente maravilhosa a vida de quem sai de si e se prolonga na vida dos outros, exercitando a caridade. 
Que a estética alcance a profundidade: lá onde o amor se faz essência!


Frei Jaime Bettega 

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