segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O que é Sabedoria?


Há dias venho refletindo sobre a definição de sabedoria motivada por um determinado estudo. 
Seria sabedoria a arte do discernimento? 
Seria sabedoria a arte de não sucumbir às emoções? 
Ou seria sabedoria uma mistura de destreza mental, controle afetivo e experiência de vida?

Para se ter sabedoria de fato são necessários anos vividos. 
Um adulto pode ser mais sábio que um adolescente. Um idoso provavelmente será mais sábio do que todos eles.
Deve haver uma parcela de pessoas que envelheceram naturalmente, valorizando as experiências pelas quais passaram durante a vida e visualizando o engrandecimento pessoal através delas. 
Penso assim, pois venho conhecendo algumas dessas pessoas. 
Demonstram se aborrecer menos, são mais alegres, menos ansiosas e mais saudáveis.

Encontramos na Wikipédia que agir com sabedoria, nos dias de hoje é:
• “fazer o certo na hora certa” – demonstrando experiência e conhecimento sobrepostos
• “respeitar o pensamento alheio” – demonstrando segurança em si
• “ser gentil para com as pessoas” – demonstrando paciência
• “ser humilde” – demonstrando autoconfiança
• “tratar o outro como gostaria de ser tratado” – demonstrando visão de igualdade
• “enxergar o dia-dia, não o seu, e sim ao redor, de situações das mais diversas, e observá-las” – demonstrando entusiasmo pela aprendizagem constante.
William James disse ser sabedoria “a arte de saber o que deixar de lado”. 
Visualizo aqui assertividade, respeito, gentileza, humildade, igualdade e entusiasmo juntos!

Parece-nos ser sabedoria algo bem diferente de inteligência ou esperteza, mas certo “jeito” de lidar com o meio social, com as coisas que movimentam a vida através de um traquejo, sutileza, perspicácia e assertividade que leva a pessoa a manter seu estado de felicidade ou de paz. 

A pessoa sábia também nos inspira à calma, tranquilidade por não se exaltar, pois aparenta já conhecer o caminho, já saber do desenrolar da história por ter vivido algo semelhante, por ter adquirido experiência e assim não se surpreende com as situações.

A pessoa sábia nos passa segurança e confiança no processo, pois não teme perder algo seja moral, seja material ou relacionamento pelo simples fato de conhecer suas capacidades, limitações, fragilidades, condições e de forma natural se envolver apenas com situações que lhes dizem respeito ou para a qual é chamada a colaborar. 
Este “conhecimento de si” é o seu maior tesouro e por sorte ele jamais pode ser roubado. 
É a única coisa que levará consigo eternamente!

Mesmo com a morte, a pessoa sábia lida com total confiança de que encerra seu processo de vida com missão cumprida, entendendo que mesmo não tendo feito coisas que um dia desejou fazer, foi porque tal desejo não lhe pertencia. 
Tal desejo foi um “engano”, portanto a morte não lhe representa perda, mas compleição!

Uma questão curiosa: se temos a chance de nos tornar mais sábios ao percorrer de forma natural nosso processo de vida, se podemos nos tornar mais sábios à medida que vivemos e colecionamos experiências as quais um belo dia se transformam em sabedoria, o que pode nos levar a desenvolver ansiedade na idade madura, a ponto de deixarmos de fazer coisas por medo e de nos sentir diminuídos pelas limitações que podem surgir nesta fase?

O que de fato nos influencia a tal ponto de desistirmos da esperança em que dias melhores virão após os 60, 70, 80 anos de vida?
O que podemos fazer para mudar esta situação? 
Considero que tudo começa no “meu olhar”! 

No meu olhar:
para mim
para minha história
para a minha meta maior
para meu propósito maior
para minhas escolhas
para minha forma de se relacionar com o outro
para minhas habilidades e capacidades...
Por que o olhar?

Porque é para onde olho que vão meus pensamentos. 

São meus pensamentos que me guiam. 
E todo pensamento produz um sentimento. 
E sentimentos são de mais difícil controle do que os pensamentos. 

Logo, ao “olhar” para uma situação de forma equivocada, bagunço meus sentimentos e perco o controle sobre minhas ações. 

O descontrole gera novos maus sentimentos e em poucos segundos posso me ver armadilhado pela minha própria “falta de visão”. 
A falta de visão aqui referida é a falta de visão interna, ou seja, a falta da participação da consciência nas situações.

Se para a sabedoria é necessário movimentar “diversas habilidades” internas, logo preciso conhecer tais habilidades. E para conhecer tais habilidades preciso estar conectado comigo, com meus pensamentos, meus sentimentos e então minhas ações. 

Para exercitar tal conexão é preciso experimentar amor próprio de forma tão profunda que se compreenda a importância de cada passo dado ao escrever sua história pessoal e a relação que esta história tem com a sua eternidade. 

Uma vez que você não corrige os erros agora, eles sempre existirão pra você, eternamente, enquanto a felicidade estará longe, também eternamente!

Sendo assim também contribuo para a definição do conceito de sabedoria, parafraseando Sócrates: "Sabedoria nada mais é do que o resultado de “conhecer-te a ti mesmo”. 
De fato esta é a maior garantia para uma vida mais feliz e tranquila!

Gal Rosa Terapeuta ocupacional em geriatria e gerontologia.


Nenhum comentário:

Postar um comentário