sábado, 20 de fevereiro de 2016
Em que silêncio tens procurado?
Antes de dizer à vida o que queremos, importa escutar o nosso íntimo, para que, em silêncio, o coração e a razão nos indiquem o sentido que escolheriam para a nossa vida.
Há o silêncio da coragem daquele que luta, mas está em paz... e o silêncio da derrota daquele que se cala, cultivando ódios e fermentando vinganças, a propósito de maldades que, tantas vezes, nem sequer existiram...
Há o silêncio da contemplação e o do desprezo...
Há o silêncio dos segredos e mistérios, e o silêncio onde tudo se descobre...
Há o silêncio em que com alegria se espera, e aquele em que se desespera, numa angústia onde a ansiedade semeia pesadelos e dores…
Há o silêncio da pureza que se guarda para o momento certo e o silêncio de quem, arrependido, empregou a sua pureza no tempo errado...
Há o silêncio de quem se esforça, o de quem descansa, mas também o de quem finge...
O silêncio é a luz das grandes obras. Só quando nos fazemos pequenos podemos compreender a grandeza do que nos ultrapassa. Só o silêncio permite que vejamos com atenção. Admirando como quem escuta.
Notas soltas não são melodia... É preciso calar as inutilidades se se quer chegar mais fundo. É tão heroico dizer o que se deve, quando se deve, como é calar o que não acrescenta nem faz bem algum.
Estamos aqui de passagem, mas com o dever de fazer algo com sentido. Só no silêncio da fé se abraçam a paixão e a razão.
Há quem viva uma vida inteira sem nunca querer saber a verdade… um dia de cada vez, como se pudesse começar e acabar quando lhe parece bem... mas escolher uma vida assim é como decidir coser sem linha.
Há um silêncio em que tudo se entrelaça, em que se desfazem os nós, se fecham as feridas e se cosem todos os pedaços... tecendo um eu, inteiro... uma obra perfeita, cheia de imperfeições.
JOSÉ LUÍS NUNES MARTINS
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
Por que a pressa?
Por que a pressa, se “a gente só chega ao fim quando o fim chega”?
Quando o meu coração se soube eterno, fiz as pazes com o Tempo. Esse assunto é de grande importância porque desequilibramos a balança das prioridades e, hoje, importa-nos mais a habilidade de nossas asas que a profundidade de nossas raízes.
Eis o meu pacto com o Tempo: eu não o esbanjo em entreveros desnecessários, tarefas infrutíferas, discussões inócuas ou com qualquer coisa que, não sendo absolutamente necessária, venha causar-me desprazer ou desconforto. Ele, por sua vez, entrega-me as 24 horas do dia como uma fatia da Eternidade e, nela, tento espelhar não o caos do mundo qual estou inserida, mas a paz do meu mundo interior.
A vida aqui fora é uma vertigem, mas o Homem, nauseado e tonto, caminha sem direção e nem o percebe. Ele precisa adestrar as asas… Importa é a pressa com que vai adiante, a rapidez das realizações, a facilidade com que se adapta ao novo. Importa não parar. E assim, reciclamo-nos, compramos novos equipamentos, adquirimos o domínio de novas tecnologias, e estudamos manuais, novos cursos, especializamo-nos e adaptamo-nos sob pena de quedarmos à margem da pós-Modernidade de hoje.
É assim que o Homem se faz escravo de suas próprias asas, embora desconheça essa sua condição. Ignorante, adoece: depressão, ansiedades, pânico, síndromes de diversas ordens dão a tônica das emoções humanas…
Já estive entre aqueles que se ocupavam de estampas e valoravam rótulos. Já tive pressa de vencer. Já tive vaidades de sobrepujar adversários ou de ostentar riquezas e glórias. Eu queria o máximo da agilidade das asas. Então um dia eu desobedeci a ordem das coisas, e parei.
Muitos se assustaram. A família, os amigos, eles pouco entenderam, mas eu estava entabulando uma conversa com o Tempo. Era preciso fazer as pazes com ele para que a asa se exercitasse lá fora enquanto as minhas raízes se aprofundavam aqui dentro.
Manoel de Barros, poeta cuja filosofia nos leva a valorar as insignificâncias e a questionar as opulências, dizia dar mais importância aos passarinhos que aos senadores. Ele se apercebeu dessa e de muitas outras verdades quando ficou pasmo diante da velocidade do avião (máquina avoadora). Logo ele, que tinha cisma com lesma por achar que ela anda muito depressa.
Nesse mesmo poema, o Barros nos diz uma verdade inquestionável que deveria penetrar a nossa alma e acalmar-nos de sorte a permitir que nossas raízes de fato ganhem profundidade e força:
“A gente só chega ao fim quando o fim chega!
Então pra que atropelar?”
Por Nara Rúbia Ribeiro
Advogada, poeta, escritora, idealizadora e responsável pela edição geral da Revista Pazes.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
Tarefa aos alunos
Um professor deixa uma tarefa aos seus alunos e, em razão disso, se torna internacionalmente conhecido
As tarefas ganharam grande repercussão nas redes sociais e o professor, além de ganhar o coração de seus alunos, conquistou-nos a todos. Todas as tarefas são simples, o que nos faz recordar que é na simplicidade que reside a maior sabedoria.
Foi a melhor tarefa de verão que eles poderiam ter realizado.
Segue a lista:
1 – Passeie pela manhã ao longo da costa, em total solidão, olhe para o brilho do sol sobre a água e pense nas coisas que fazem você feliz.
2 – Procure usar palavras novas que aprendeu neste ano. Quando mais puder usá-las, mais interessante poderá pensar e, quanto mais pensamentos tiver, mais livre será.
3 – Leia! Tudo o que puder. Mas não por obrigação. Leia porque o verão inspira sonhos e aventuras e a leitura é como voar. Leia porque é a melhor forma que existe para se rebelar (me procure, se precisar de conselhos sobre o que exatamente ler).
4 – Evite tudo o que provoque negatividade e lhe gere uma sensação de vazio (tanto coisas, como situações e/ou pessoas). Busque inspiração e amigos que lhe enriqueçam e entendam e que gostem de você pelo que você é.
5 – Se sente tristeza e medo, não se preocupe, o verão, como qualquer outra coisa maravilhosa da vida, pode levar a alma a se confundir. Leve sempre com você um diário e descreva como se sente (no outono, se quiser, podemos lê-lo juntos).
6 – Dance e não pare. Em todas as partes, em qualquer lugar: numa pista de dança, em seu quarto sozinho. O verão é um baile e é um desperdício não participar dele.
7 – Ao menos um vez, veja o nascer do sol e desfrute. Permaneça em silêncio e respire profundamente. Feche os olhos e sinta gratidão.
8 – Pratique muito esporte.
9 – Se está com alguém que gosta, diga isso a ela ou a ele da maneira mais bela e convincente possível. Não tenha medo de ser mal interpretado. Se não acontecer nada, então não é seu destino, mas se vocês se entenderem então o verão lhe pertencerá e será uma época de ouro (Se falhar, retorne ao ponto 8).
10 – Leia as anotações de nossas aulas, compare tudo o que lemos com o que está acontecendo em sua vida.
11 – Seja tão feliz como a luz do sol, livre e indomável como o mar.
12 – Por favor, não utilize palavras inadequadas. Seja cortês e amável.
13 – Assista a bons filmes com um diálogo emocional profundo (se puder, em Inglês, já que ajuda a melhorar o idioma e a desenvolver a capacidade de sentir e sonhar). Imagine que o filme não termina para você, mesmo aparecendo os créditos no final, viva-o uma vez mais e o inclua em sua experiência deste verão.
14 – O verão é magia. A luz do sol brilhante das manhãs e as tardes cálidas do verão é um clima ideal para sonhar com o que pode e deve ser a vida. Faça tudo o que depende de você para nunca desistir do caminho até os seus sonhos.
15 – Seja bom.
Retirado da Revista Pazes
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