segunda-feira, 1 de agosto de 2016

VOCÊ SABE OUVIR A VOZ DE DEUS?


Você já ouviu Deus falar contigo? Eu já!
São nesses momentos que eu não sinto mais meus medos, as batalhas estão ali, mas Ele está do meu lado me segurando para seguir em frente e me diz sussurrando ao pé do ouvido “Vai filho, você é capaz”.

Quando sinto que Deus fala comigo, eu apenas fecho os olhos e sinto a sua paz, bem-estar que só Ele sabe dar. 
Você é teimoso? Eu também! Mas mesmo quando teimo em não ouvir, sei que Deus fala comigo. Vejo em cada ato, que Ele está me dizendo “Pode estar difícil, mas acredite, vai melhorar”. 

Deus me faz ver que não preciso ser melhor do que ninguém, eu só preciso ser melhor que eu mesma. E não tem problema se eu tropeçar e cair, Deus me segura, não me abandona nas fraquezas, está sempre pronto a ouvir os meus problemas. 

Deus é o único caminho, a única direção. 
Dele vem à mão que ajuda a levantar, Dele é o seio que nos acolhe ao chorar. 

Quando Deus fala comigo, sinceramente não sei o que dizer, eu só sei agradecer. Ele é o único que você pode contar o que quiser, Ele não te julga apenas de escuta. 
Sua infinita bondade permite que recomecemos, mas também nos ensina que colhemos aquilo que plantamos e que somos responsáveis pelas escolhas que fazemos permitindo que aprendamos com os nossos erros. 

Deus não fala só comigo, fala contigo também! Deus é onipotente, está sempre presente, ao seu lado e dentro de você. 
Mas apesar de estar sempre presente ele não grita para que possamos ouvir, por isso temos que prestar atenção. 
Deus fala com todos, mas ele só consegue entender quem sabe ouvir com o coração.

Escrito por: Camila Quintili -25, Estudante de Direito, apaixonada por leitura e descobrindo que escrever é uma das melhores formas de abrir a alma, falar com Deus e colocar tudo o que te prende para fora.

domingo, 31 de julho de 2016

Ei qual o problema de eu ser solteira?




As pessoas confundem estar solteira com estar carente ou estar sozinha. Acham que todo mundo que não está em um relacionamento necessariamente sente falta de ter alguém.

Vem cá, deixa eu te falar uma coisa: Há um verso bíblico que diz: ” Tudo tem o seu tempo determinado” – Eclesiastes 3:1 . E eu juro, esse não é tempo de me relacionar com ninguém. Como posso querer entrar em um relacionamento desacreditando tanto do amor desse jeito? Cansada de olhar ao meu redor e ver relacionamentos fracassados por falta de fidelidade, pessoas trocando joias por bijuterias, trocando um amor de verdade por uma atração fajuta.

Como posso pensar em entrar em um relacionamento vendo tanta gente machucada por esse legado do “amor”? Vendo gente sendo enganada, corações sendo destruídos sem dó… Sério, como eu posso entrar em um relacionamento vendo tanta gente confundindo amor com apego, desistindo do amor por qualquer coisa, trocando gente de valor por gente que não valoriza.

Eu sei, eu posso não tem nada a ver com isso, mas eu já fui atingida por mentiras, meu coração já foi alvo e já o quebraram, deixaram em pedaços e eu me recompus. Não foi fácil, acredite. Levei fama de durona, coração de pedra e diziam que eu escolhia demais. Mas ninguém conseguiu ver a dor que estava por detrás de tudo isso, ninguém viu o coração que embora pulsava estava quebrado, tentando se recompor em passos lentos. Ninguém entendia que esse lance de não querer ninguém era uma forma de me defender da dor. Que não querer se envolver era uma forma de não me decepcionar. Ninguém viu que eu precisava desse tempo com Deus, só eu e Ele.

Não é fácil ter um coração quebrado, não é fácil se recompor. Tem dias que a dor faz morada e joga a chave fora, não conseguimos sair. Tem dias que você chora sozinho e tem medo de não conseguir viver nunca uma história dessas bonitas que vemos por aí. Dessas histórias que tem respeito, que tem amor, que tem paciência e lealdade e que a gente acaba achando ser apenas histórias, distantes da nossa realidade.

Pra você que não entende o porque de eu estar solteira, está aí um dos meus poucos motivos. Não posso curar minha dor machucando outra pessoa, criando novas feridas. Não posso tornar isso um ciclo vicioso de tentar, tentar, machucar, reparar o erro. É preciso sabedoria.

Sabe esse tempo pra mim está me fazendo tão bem. Estou lendo livros novos, descobrindo umas séries incríveis, descobrindo novas aptidões, vendo o quanto eu sou forte e capaz de alcançar os meus sonhos e de como a caminhada até o sucesso é longa. Eu estou tendo um relacionamento com Deus como nunca tive antes e tenho conseguido escutar a sua voz. E Ele ainda me diz: “Ei menina, espere, se acalme, o melhor está por vir. Aquieta a sua ansiedade e deixe Eu agir.”

E eu realmente estou deixando, e não estar com ninguém por medo de ficar só ou por carência é a prova disso. Não eu não vou aceitar qualquer coisa, eu não vou me entregar ao primeiro abraço, não vou aceitar o primeiro convite para um jantar… eu não quero ser guiada pelo coração, eu não quero me deixar levar pela aparência, eu não quero viver uma mentira e sofrer as consequências dos meus enganos. Eu não quero um amor raso, dessa vez eu quero mergulhar. E sim, enquanto eu não sentir que posso dar um passo em frente eu vou permanecer aqui, como estou. Primeiro eu preciso conhecer a mim, antes de conhecer alguém, primeiro eu preciso estar inteira não posso ser metade, primeiro eu preciso estar segura para depois poder confiar em alguém.

Sabe quando aquele vendedor passa e você diz: Hoje não, obrigada? Quando me falam de relacionamento eu digo o mesmo: Hoje não, obrigada. Mas, se você quiser, volte amanhã. Não há nenhum erro em não ter ninguém, mas há todo erro do mundo em ter alguém só pra preencher vazio, só pra matar a carência, e se for pra viver uma história de erros eu prefiro viver a minha, assim.

Escrito por: Thamilly Rozendo

domingo, 3 de julho de 2016

O jardim da nossa alma



Ele não podia deixar escapar esta oportunidade. Finalmente tinha encontrado o que procurara com tanto empenho. O preço era fantástico e a casa estava em boas condições. O jardim abandonado fê-lo sonhar com um trabalho que muito o repousava. 

Tinha aprendido, desde pequeno, que cuidar das plantas era o mesmo que descansar. Sempre desejara viver numa casa com jardim, por muito pequeno que ele fosse. Logo que pôde, começou a trabalhar. 

Transformou aquele monte de mato, de pedras e de espinhos num pequeno “oásis”. Que gosto lhe deu esse trabalho! É verdade que tinha demorado o seu tempo. Mas também é verdade que tudo o que vale a pena nesta vida só se consegue com uma generosa dedicação de esforço e de tempo.

Certo dia, enquanto trabalhava na manutenção do seu jardim, passou pela rua uma senhora. Parou e pôs-se a olhar atentamente para as diversas plantas. Enquanto olhava, saiu-lhe um comentário como um suspiro: «Que maravilha! Que coisas tão bonitas faz Deus!». 
Ao ouvir isto, o “jardineiro” não conteve uma observação que, naquele momento, lhe pareceu muito oportuna: «A senhora devia ter visto o aspecto do jardim quando era Ele quem cuidava disto sozinho».

É verdade que Deus faz coisas maravilhosas na nossa vida. Mas também é verdade que Ele conta com a nossa colaboração. 
Ele deseja que o jardim da nossa alma esteja sempre belo e limpo, e dá-nos todas as ajudas necessárias para que isso seja possível. Mas se nós não colaborarmos, respeita a nossa decisão. Se fizesse o contrário, passaria por cima de um dom que foi Ele próprio quem nos deu: a liberdade. 

Por isso, se o jardim da nossa alma está sujo e desleixado, não podemos dizer que a culpa é de Deus. Nem podemos dizer que, ao contrário das outras pessoas, nós não temos jeito para cuidar dele.

Nos dias de hoje, existe um paradoxo muito grande em relação ao modo como se entende a liberdade. Por um lado, exalta-se este dom como se fosse algo absoluto e sem limites. 
Algo que permite ao homem fazer tudo aquilo que lhe apetece sem que ninguém o possa limitar. 

Por outro lado, custa a muitas pessoas aceitar a verdade evidente de que, porque somos livres, somos também responsáveis. 
Somos donos do nosso destino, tanto para o bem como para o mal. É verdade que a liberdade não é absoluta e está condicionada por muitos fatores. Mas também é verdade que ela continua a ser uma liberdade real.

Por isso, negar a existência de dois destinos eternos diferentes – em nome da bondade infinita de Deus – é, na prática, negar a existência da liberdade. 

É verdade que Deus quer que todos os homens se salvem – mas Deus criou o homem livre e responsável. 

Portanto, é o próprio homem quem, com plena autonomia, se exclui voluntariamente da salvação de Deus. Se persistir assim até ao fim, Deus respeitará a sua decisão.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria

sábado, 2 de julho de 2016

Como uma frase ajudou a salvar meu casamento

A vida familiar nem sempre é feliz e despreocupada. No entanto, todos podem fazer algo para melhorá-la, acredita o escritor norte-americano Richard Paul Evans.




— Minha filha mais velha Jenna me disse recentemente:

«Quando eu era pequena, meu maior medo era que você e minha mãe se divorciassem. No entanto, quando fiz 12 anos, pensei que pudesse ser a melhor escolha, pois sempre brigavam!» E depois acrescentou com um sorriso: «Estou contente que agora se deem bem».

Por muitos anos, minha esposa Keri e eu brigamos muito. Olhando para trás, não entendo muito bem como foi que nos casamos, nossas personalidades não eram muito compatíveis. Quanto mais tempo ficávamos casados, mais profundas pareciam ser as nossas diferenças. 
A fortuna e a fama não fizeram a nossa vida mais fácil. Ao contrário, parecia que os problemas foram ficando piores. 
Nossas brigas se tornaram constantes e era difícil até imaginar uma relação pacífica. Estávamos sempre na defensiva, criando fortalezas emocionais em torno de nossos corações. Estávamos prestes a nos divorciar e repetidamente discutimos o assunto.

Estava numa turnê promovendo o meu livro, quando as coisas chegaram ao extremo. Tivemos outra briga séria pelo telefone e Keri desligou na minha cara. Estava sozinho e me sentia sozinho, frustrado e irritado. Tinha atingido o meu limite. 
Estava no chuveiro, em Buckhead, Atlanta Ritz-Carlton, gritando que meu casamento fora um grande erro e que eu já não aguentava mais. Odiava a ideia do divórcio, mas seguir assim me machucaria muito. 
Estava confuso e não conseguia entender por que meu casamento com Keri era tão difícil. No meu coração, sabia que Keri era uma boa pessoa. E eu também era. Então, por que não nos dávamos bem? Por que eu me casei com alguém tão diferente de mim? Por que ela não podia mudar?

No final, rouco e com o coração partido, sentei-me no chuveiro e comecei a chorar. De repente, no fundo do meu ser veio a inspiração. Você não pode mudá-la, Rick. Você só pode mudar a si mesmo. 

No dia seguinte, voltei para casa. Minha esposa mal me cumprimentou. Naquela noite, quando fomos para a cama dormir, os centímetros que nos separavam pareciam quilômetros. Eu sabia que tinha de fazer algo.

Na manhã seguinte, perguntei a Keri: «O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

Keri olhou para mim com raiva: «O que?»

«O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

«Nada», disse ela. «Por que você pergunta?»

«Porque eu realmente quero isso», disse. «Eu só quero saber o que eu posso fazer para tornar o seu dia melhor».

Ela olhou para mim com ironia. «Você quer fazer alguma coisa? Bem, vá limpar a cozinha».

Certamente pensava que eu ficaria bravo. Em vez disso, apenas assenti. «Ok». Levantei-me e limpei a cozinha.

No dia seguinte, perguntei a mesma coisa. «O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

«Limpe a garagem».

Respirei profundamente. Tive um dia agitado e sabia que ela só disse isso para me irritar. Mas somente disse: «Ok». Levantei-me e passei duas horas seguidas limpando a garagem. Keri não sabia o que pensar.

Na manhã seguinte perguntei: «O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

«Nada!», ela disse. «Você não pode fazer nada. Por favor, pare de perguntar».

«Desculpe», respondi. «Mas não posso. Fiz uma promessa a mim mesmo. O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

«Porque você faz isso?»

«Porque eu me importo», lhe disse. «E eu me preocupo com o nosso casamento».

Na manhã seguinte, perguntei novamente. E continuei perguntando. 
Na segunda semana, um milagre aconteceu. Quando fiz a mesma pergunta, os olhos de Keri se encheram de lágrimas. Começou a chorar. 
Quando conseguiu falar, disse: «Por favor, pare de me perguntar. Você não é o problema. Sou eu. Sou uma pessoa difícil de aguentar. Não sei por que você ainda está comigo».

Gentilmente levantei seu queixo para que pudesse me olhar nos olhos. «Porque eu amo você», eu disse. «O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

«Eu é quem devia lhe perguntar isso».

«Certo», eu disse. «Mas não agora. Agora eu preciso mudar. Quero que você saiba o quanto significa para mim».

Ela colocou a cabeça no meu peito. «Perdoe-me por me comportar tão mal».

«Eu amo você», eu disse.

Eu amo você«, respondeu.

«O que posso fazer para melhorar o seu dia?»

Ela me olhou com carinho.

«Podemos simplesmente sair juntos?»

Sorri, «Adoraria!».

Continuei perguntando por mais de um mês. E as coisas realmente mudaram. As brigas acabaram. Em seguida, Keri começou a perguntar: «O que eu posso fazer para ser uma boa esposa?»

O muro entre nós caiu, começamos a ter conversas profundas e significativas sobre o que queríamos da vida e como poderíamos nos fazer felizes. Não, nós não resolvemos todos os nossos problemas. Não posso dizer que nunca mais voltamos a brigar. Mas a natureza de nossas discussões mudou. Não só se tornaram menos frequentes, mas também lhes faltava força. Cortamos o seu oxigênio. Paramos de permitir que nos feríssemos.

Keri e eu estamos há mais de trinta anos casados. Não só amo minha esposa, mas gosto de estar com ela. Preciso dela. Adoro ela. Muitas das nossas diferenças se tornaram nossos pontos fortes. Aprendemos como cuidar um do outro e, o mais importante, temos vontade disso.

O casamento é difícil. Mas ser pai, fazer exercício, escrever livros e tudo o mais que importa na vida também. Ter uma parceira é um presente significativo. Eu também aprendi que o casamento pode ajudar-nos a aceitar as características que não gostamos em nós.

Com o tempo eu aprendi que a nossa experiência foi uma ilustração de outra lição, ainda maior do que o casamento. A pergunta que todos aqueles que estão em um relacionamento devem fazer a seus parceiros é a seguinte: «O que posso fazer para melhorar a sua vida?» É o amor. 

Os romances (escrevi alguns) são sobre o desejo e têm sempre um final feliz, mas esse «final feliz» não vem do desejo. 
O verdadeiro amor não se trata de desejar a pessoa, mas honestamente desejar que seja feliz, às vezes às custas de nossa própria felicidade. 

O verdadeiro amor não é conseguir uma cópia de você como companheiro. É expandir nossas habilidades de tolerância e procurar fazer com que seu parceiro se sinta bem. O resto é apenas uma farsa de interesse egoísta.

Eu não quero dizer a minha experiência funcione para todas as relações. Nem dizer que todos os casamentos no mundo devem ser salvos. Mas eu, pessoalmente, sou incrivelmente grato pela inspiração dada a mim naquele dia. 
Sou grato à vida porque minha família ainda está intacta e ainda tenho a minha esposa, minha melhor amiga na cama todas as manhãs ao acordar. E estou feliz porque, mesmo agora, décadas depois, ainda nos perguntamos: «O que posso fazer para melhorar o seu dia?» Isso faz com que valha a pena acordar de manhã.


Autor: Richard Paul Evans
Tradução e adaptação: Incrível.club

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Melhor ainda é ter raízes

 Que lindo texto, nossa vida é tão passageira não vale a pena viver de aparências... que as raízes do nosso viver sejam profundas para que nada possa abalar o nosso viver.


Um pouco pensativo, como sempre...

Não é distração... Como é bom provocar o encontro da emoção com a razão! 

“Talvez você esteja buscando nos galhos o que só encontramos nas raízes.” (Rumí). 

Voltar o olhar à vida é uma tarefa corriqueira, para quem decidiu não viver de qualquer jeito. Reservar um tempo diário para dar contorno aos pensamentos é uma maneira interessante de equilibrar a pressa com o desejo de viver intensamente. 

Nenhuma vida deveria ficar mais tempo na superficialidade e pouco tempo na interioridade. Um tanto impossível identificar, ao longo da história, quem foi o iniciador desse movimento que quase obriga as pessoas a investir exageradamente na aparência. 

Olhar atentamente para os galhos, não é nada exigente, não requer esforço. Dar-se conta de que o essencial está nas raízes, deixou de ser uma reflexão filosófica para tornar-se meta, objetivo, busca profunda. As raízes escondem o segredo, aquele algo a mais que os galhos não conseguem demonstrar. 

A superficialidade é atraente, aproxima do fascínio, cria padrões, determina gostos. Enquanto isso, as raízes fornecem a seiva necessária para restabelecer a paz e impulsionar a esperança. 

Quem permanece nos galhos está mais próximo da fragilidade. Não são poucos os galhos que se quebram com pequenos movimentos. 

As raízes são determinadas: buscam as profundezas, desconhecem barreiras. 

A grande maioria, que prova diariamente da insatisfação, ainda não se deu conta de que é possível chegar às raízes. 
A vida só é verdadeiramente vida quando experimenta o que vai nas profundezas do existir. O cansaço visita frequentemente quem fica nos galhos, isto é, na superficialidade. 
Bom mesmo é ir às raízes, melhor ainda é ter raízes.

Frei Jaime Bettega

sábado, 11 de junho de 2016

O DIA EM QUE EU MORRI…


Estranho? Nem tanto. Se depois de ler esse texto você achar que ainda está vivo, ótimo!

Caso contrário, é bom repensar se ainda existe algum sopro de vida aí dentro. Vou contar como tudo aconteceu.

A minha primeira parcela de morte aconteceu quando acreditei que existiam vidas mais importantes e preciosas do que a minha. O mais estranho é que eu chamava isso de humildade. Nunca pensei na possibilidade do auto abandono.

Morri mais um pouquinho no dia em que acreditei em vida ideal, estável, segura e confortável.

Passei a não saber lidar com as mudanças. Elas me aterrorizavam.

Depois vieram outras mortes. Recordo-me que comecei a perder gotículas de vida diária, desde que passei a consultar os meus medos ao invés do meu coração. Daí em diante comecei a agonizar mais rápido e a ser possuída por uma sucessão de pequenas mortes.

Morri no dia em que meus lábios disseram, não. Enquanto o meu coração gritava, sim! Morri no dia em que abandonei um projeto pela metade por pura falta de disciplina. Morri no dia em que me entreguei à preguiça. No dia em que decidir ser ignorante, bulímica, cruel, egoísta e desumana comigo mesma. Você pensa que não decide essas coisas? Lamento. Decide sim! Sempre que você troca uma vida saudável por vícios, gulodice, sedentarismo, drogas e alienação intelectual, emocional, espiritual, cultural ou financeira, você está fazendo uma escolha entre viver e morrer.


Morri no dia em que decidi ficar em um relacionamento ruim, apenas para não ficar só. Mais tarde percebi que troquei afeto por comodismo e amor por amargura. Morri outra vez, no dia em que abri mão dos meus sonhos por um suposto amor. Confundi relacionamento com posse e ciúme com zelo.

Morri no dia em que acreditei na crítica de pessoas cruéis. A pior delas? Eu mesma. Morri no dia em que me tornei escrava das minhas indecisões. No dia em que prestei mais atenção às minhas rugas do que aos meus sorrisos. Morri no dia que invejei , fofoquei e difamei. Sequer percebi o quanto havia me tornado uma vampira da felicidade alheia. Morri no dia que acreditei que preço era mais importante do que valor. Morri no dia em que me tornei competitiva e fiquei cega para a beleza da singularidade humana.

Morri no dia em que troquei o hoje pelo amanhã. Quer saber o mais estranho? O amanhã não chegou. Ficou vazio… Sem história, música ou cor. Não morri de causas naturais. Fui assassinada todos os dias. As razões desses abandonos foram uma sucessão de desculpas e equívocos. Mas ainda assim foram decisões.

O mais irônico de tudo isso?
As pessoas que vivem bem não tem medo da morte real.
As que vivem mal é que padecem desse sofrimento, embora já estejam mortas. É dessas que me despeço.

Assinado,

A Coragem

Fonte: Escrito por Lígia Guerra
https://osegredo.com.br

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Cuida de mim, mesmo que às vezes eu pareça não precisar


Cuida um pouquinho de mim, porque eu ando meio esquecida de como fazer isso.

Cuida um pouquinho de mim, mesmo que eu pareça não precisar.
Eu tenho esse jeito de quem dá conta de tudo. E dou conta de muita coisa mesmo. Só que não é de tudo, não. E muita coisa eu até posso dar conta, mas careço de algum gesto de carinho na alma. Porque tenho sido muito dura comigo, e o teu cuidado ajuda-me a amolecer um pouco quando eu mais preciso.

Diz-me que o meu cabelo está bonito, enrosca os teus dedos entre os fios e podes demorar-te à vontade, deixa eu saber que tu gostas de me dar carinho, porque gostas da textura que eu tenho, do meu cheiro e da temperatura de nós dois juntos.

Pergunta como foi o meu dia e se eu não disser muito, pergunta algo mais e continua com os olhos em mim, com aquele silêncio cheio de presença.

Quando eu estiver cansada abre os braços e convida-me para me aninhar.

Diz que viste algo que te fez lembrar de mim. Alguém que deu uma risada solta, uma folha leve a cair de uma árvore, uma música que tocou no rádio.

Traz aquele chocolate que eu amo, observa-me a fazer festa enquanto tu sorris e me dizes que só o trouxeste porque adoras ver-me assim.

Diz que vai ficar tudo bem, se eu acordar a chorar por um pesadelo que eu não sei explicar.

Podes ligar-me a meio do dia para me contares alguma história à toa ou só para ouvires a minha voz e deixares eu ouvir a tua.

Presta atenção no que eu digo e no que eu não digo, e conta-me de vez em quando que tu estás sempre aqui, ao meu lado, para me apoiar.

Quando eu estiver irritada, podes dizer-me que preciso respirar, que o jeito com que eu estou a levar as coisas não é o mais correto, traz-me para a realidade, porque às vezes eu viajo mesmo.

Dá um sorrisão para mim, dá a mão, dá o teu ombro, dá abrigo, dá o teu beijo, dá um cheiro e um abraço, dá silêncio e dá as tuas histórias.

Cuida um pouquinho de mim, porque eu ando meio esquecida de como fazer isso.

Porque mesmo que não pareça, há momentos em que tudo o que eu preciso é só de um gesto teu que me mostre que tu me vês, que estás comigo nessa e que eu posso ser quem eu sou. 

Porque, de verdade, há momentos em que eu me esqueço de oferecer isso para mim. 
Podes dar-me esse lembrete, levantar-me o queixo, suavemente, olhar-me nos olhos e relembrar-me o gosto bom do amor que vem de mansinho e nos aquece por dentro.

TEXTO DEPatrícia Lemos
http://www.sabiaspalavras.com

terça-feira, 7 de junho de 2016

DEIXEM-ME ENVELHECER


Deixem-me envelhecer sem compromissos e cobranças,

Sem a obrigação de parecer jovem e ser bonita para alguém,

Quero ao meu lado quem me entenda e me ame como eu sou,

Um amor para dividirmos tropeços desta nossa última jornada,

Quero envelhecer com dignidade, com sabedoria e esperança,

Amar minha vida, agradecer pelos dias que ainda me restam,

Eu não quero perder meu tempo precioso com aventuras,

Paixões perniciosas que nada acrescentam e nada valem.

Deixem-me envelhecer com sanidade e discernimento,

Com a certeza que cumpri meus deveres e minha missão,

Quero aproveitar essa paz merecida para descansar e refletir,

Ter amigos para compartilharmos experiências, conhecimentos,

Quero envelhecer sem temer as rugas e meus cabelos brancos,

Sem frustrações, terminar a etapa final desta minha existência,

Não quero me deixar levar por aparências e vaidades bobas,

Nem me envolver com relações que vão me fazer infeliz.

Deixem-me envelhecer, aceitar a velhice com suas mazelas,

Ter a certeza que minha luta não foi em vão: teve um sentido,

Quero envelhecer sem temer a morte e ter medo da despedida,

Acreditar que a velhice é o retorno de uma viagem, não é o fim,

Não quero ser um exemplo, quero dar um sentido ao meu viver,

Ter serenidade, um sono tranquilo e andar de cabeça erguida,

Fazer somente o que eu gosto, com a sensação de liberdade,

Quero saber envelhecer, ser uma velha consciente e feliz!!!

Silvana Freygang

terça-feira, 3 de maio de 2016

Mães E Filhas: O Vínculo Que Cura, O Vínculo Que Fere


Cada filha leva consigo a sua mãe. É um vínculo eterno do qual nunca poderemos nos desligar. Porque, se algo deve ficar claro, é que sempre teremos algo de nossa mãe.

Para termos saúde e sermos felizes, cada uma de nós deve conhecer de que maneira nossa mãe influenciou nossa história e como continua influenciando.

Ela é a que, antes de nascermos, ofereceu nossa primeira experiência de carinho e de sustento. 
E é através dela que compreendemos o que é ser mulher e como podemos cuidar ou descuidar do nosso corpo.
“Nossas células se dividiram e se desenvolveram ao ritmo das batidas do coração; nossa pele, nosso cabelo, coração, pulmões e ossos foram alimentados pelo sangue, sangue que estava cheio de substâncias neuroquímicas formadas como resposta a seus pensamentos, crenças e emoções. 

Quando sentia medo, ansiedade, nervosismo, ou se sentia muito aborrecida pela gravidez, nosso corpo se inteirou disso; quando se sentia segura, feliz e satisfeita, também notamos”.
Christiane Northrup


O legado que herdamos de nossas mães

“A maior herança de uma mãe para uma filha é ter se curado como mulher”.
Christiane Northrup

Qualquer mulher, seja ou não seja mãe, leva consigo as consequências da relação que teve com sua progenitora. 
Se ela transmitiu mensagens positivas sobre seu corpo feminino e sobre a maneira como devemos trabalhá-lo e cuidá-lo, seus ensinamentos sempre irão fazer parte de um guia para a saúde física e emocional.

No entanto, a influência de uma mãe também pode ser problemática quando o papel exercido for tóxico, devido a uma atitude negligenciada, ciumenta, chantagista ou controladora.

Quando conseguimos compreender os efeitos que a criação teve sobre nós, começamos a compreender a nós mesmas, a nos curarmos, e a sermos capazes de assimilar o que pensamos de nosso corpo ou a explorar o que consideramos possível conseguir na vida.
A atenção materna, um nutriente essencial para toda a vida
Quando uma câmera de TV filma alguém do público em algum evento esportivo ou qualquer outro acontecimento… O que as pessoas costumam gritar? “Oi, mãe!”

Quase todos nós temos a necessidade de sermos vistos por nossas mães, buscamos sua aprovação. 
Na origem, esta dependência obedece às questões biológicas, pois precisamos delas para sub existir durante muitos anos; no entanto, a necessidade de afeto e de aprovação é forjada desde o primeiro minuto, desde que olhamos nossa mãe para sabermos se estamos fazendo algo certo ou se somos merecedores de uma carícia.

Assim como indica Northrup, o vínculo mãe-filha está estrategicamente desenhado para ser uma das relações mais positivas, compreensivas e íntimas que teremos na vida. 
No entanto, isso nem sempre acontece assim…

Com o passar dos anos, esta necessidade de aprovação pode se tornar patológica, gerando obrigações emocionais que propiciam que nossa mãe tenha o poder sobre nosso bem-estar durante quase toda a nossa vida.
O fato de que nossa mãe nos reconheça e nos aceite é um sede que temos que saciar, mesmo que tenhamos que sofrer para conseguir isso. Isso supõe uma perda de independência e de liberdade que nos apaga e nos transforma.

Não podemos escapar desse vínculo, pois seja ou não saudável, sempre estará ali para observar nosso futuro.

Por Portal Raízes
http://www.portalraizes.com/1maes-e-filhas-o-vinculo-que-cura-o-vinculo-que-fere/

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Nunca tivemos uma geração tão triste


Augusto Cury, o famoso psiquiatra que tem livros publicados em mais de 70 países e dá palestras para multidões no Brasil e lá fora, lançou recentemente uma versão para crianças e adolescentes do seu best-sellerAnsiedade – Como Enfrentar o Mal do Século. 
O autor conversou com a gente sobre os desafios de se criar os filhos hoje e não poupou críticas à maneira como a família e a escola têm educado os pequenos. Confira!

Excesso de estímulos
“Estamos assistindo ao assassinato coletivo da infância das crianças e da juventude dos adolescentes no mundo todo. 
Nós alteramos o ritmo de construção dos pensamentos por meio do excesso de estímulos, sejam presentes a todo momento, seja acesso ilimitado a smartphones, redes sociais, jogos de videogame ou excesso de TV. Eles estão perdendo as habilidades sócio-emocionais mais importantes: se colocar no lugar do outro, pensar antes de agir, expor e não impor as ideias, aprender a arte de agradecer. 
É preciso ensiná-los a proteger a emoção para que fiquem livres de transtornos psíquicos. Eles necessitam gerenciar os pensamentos para prevenir a ansiedade. Ter consciência crítica e desenvolver a concentração. 
Aprender a não agir pela reação, no esquema ‘bateu, levou’, e a desenvolver altruísmo e generosidade.”




Geração triste

“Nunca tivemos uma geração tão triste, tão depressiva. Precisamos ensinar nossas crianças a fazerem pausas e contemplar o belo. 
Essa geração precisa de muito para sentir prazer: viciamos nossos filhos e alunos a receber muitos estímulos para sentir migalhas de prazer.
O resultado: são intolerantes e superficiais. O índice de suicídio tem aumentado. A família precisa se lembrar de que o consumo não faz ninguém feliz.
Suplico aos pais: os adolescentes precisam ser estimulados a se aventurar, a ter contato com a natureza, se encantar com astronomia, com os estímulos lentos, estáveis e profundos da natureza que não são rápidos como as redes sociais.”

Dor compartilhada
“É fundamental que as crianças aprendam a elaborar as experiências.
Por exemplo, diante de uma perda ou dificuldade, é necessário que tenham uma assimilação profunda do que houve e aprender com aquilo.
Como ajudá-las nesse processo?
Os pais precisam falar de suas lágrimas, suas dificuldades, seus fracassos. 
Em vez disso, pai e mãe deixam os filhos no tablet, no smartphone, e os colocam em escolas de tempo integral.
Pais que só dão produtos para os seus filhos, mas são incapazes de transmitir sua história, transformam seres humanos em consumidores. 
É preciso sentar e conversar: ‘Filho, eu também fracassei, também passei por dores, também fui rejeitado. Houve momentos em que chorei’.
Quando os pais cruzam seu mundo com os dos filhos, formam-se arquivos saudáveis poderosos em sua mente, que eu chamo de janelas light: memórias capazes de levar crianças e adolescentes a trabalhar dores perdas e frustrações.”

Intimidade

“Pais que não cruzam seu mundo com o dos filhos e só atuam como manuais de regras estão aptos a lidar com máquinas. É preciso criar uma intimidade real com os pequenos, uma empatia verdadeira.
A família não pode só criticar comportamentos, apontar falhas. A emoção deve ser transmitida na relação. Os pais devem ser os melhores brinquedos dos seus filhos. 
A nutrição emocional é importante mesmo que não se tenha tempo, o tempo precisa ser qualitativo. 
Quinze minutos na semana podem valer por um ano. 
Pais têm que ser mestres da vida dos filhos. As escolas também precisam mudar. 
São muito cartesianas, ensinam raciocínio e pensamento lógico, mas se esquecem das habilidades sócio-emocionais.”

Mais brincadeira, menos informação

“Criança tem que ter infância. Precisa brincar, e não ficar com uma agenda pré-estabelecida o tempo todo, com aulas variadas. É importante que criem brincadeiras, desenvolvendo a criatividade.
Hoje, uma criança de sete anos tem mais informação do que um imperador romano. São informações desacompanhadas de conhecimento.
Os pais podem e devem impor limites ao tempo que os filhos passam em frente às telas. Sugiro duas horas por dia.
Se você não colocar limite, eles vão desenvolver uma emoção viciante, precisando de cada vez mais para sentir cada vez menos: vão deixar de refletir, se interiorizar, brincar e contemplar o belo.”

Parabéns!

“Em vez de apontar falhas, os pais devem promover os acertos. Todos os dias, filhos e alunos têm pequenos acertos e atitudes inteligentes.
Pais que só criticam e educadores que só constrangem provocam timidez, insegurança, dificuldade em empreender. 
Os educadores precisam ser carismáticos, promover os seus educandos. Assim, o filho e o aluno vão ter o prazer de receber o elogio. Isso não tem ocorrido. 
O ser humano tem apontado comportamentos errados e não promovido características saudáveis.”


Conselho final para os pais

“Vejo pais que reclamam de tudo e de todos, não sabem ouvir não, não sabem trabalhar as perdas.
São adultos, mas com idade emocional não desenvolvida. Para atuar como verdadeiros mestres, pai e mãe precisam estar equilibrados emocionalmente.
Devem desligar o celular no fim de semana e ser pais. Muitos são viciados em smartphones, não conseguem se desconectar. 
Como vão ensinar os seus filhos e fazer pausas e contemplar a vida?
Se os adultos têm o que eu chamo de síndrome do pensamento acelerado, que é viver sem conseguir aquietar e mente, como vão ajudar seus filhos a diminuírem a ansiedade?”


Escrito por Liliane Prata – Via MdeMulher
https://osegredo.com.br/2015/09/nunca-tivemos-uma-geracao-tao-triste/

domingo, 24 de abril de 2016

Apreciemos A Vida Até Que Morte Chegue


Um homem, viajando pelo campo, encontrou um tigre. Ele correu, o tigre em seu encalço. Aproximando-se de um precipício, tomou as raízes expostas de uma vinha selvagem em suas mãos e pendurou-se na beira do abismo.

O tigre o farejava acima. Tremendo, o homem olhou para baixo e viu, no fundo do precipício, um outro tigre a espera-lo. Apenas a vinha o sustinha. Mas, ao olhar para a planta, viu dois ratos, um negro e outro branco, roendo aos poucos sua raiz.

Nesse momento, seus olhos perceberam um belo morango vicejando perto. Segurando a vinha com uma mão, ele pegou o morango com a outra e o comeu.

– Que delícia! – ele disse.

***
Essa é uma das analogias sobre a vida humana. Estamos fugindo de um animal que pode nos matar, presos por um fio – o qual está sendo roído pela morte e pelo dia (os ratos branco e preto) -, e apreciamos a doçura do momento. O que mais haveria para ser feito?

A morte é certa, mas até morrer podemos apreciar a vida.

Você aprecia a sua existência? Mesmo com dificuldades, problemas, insatisfações, doenças e mortes? Percebe também a doçura de um nascer do sol, de uma flor ou de uma criança?

Sorri à lua e às estrelas? Reconhece o som dos pássaros e da alegria?

Não veja apenas o lado sombrio, veja a luz, pois sem ela nem a sombra existiria.

Monja Coen

Por Portal Raízes

“Dia desses, ainda viro mar”

“Há uma santidade nas lágrimas. 
Não são marcas de fraqueza, mas de força. 
São mensageiras da dor incontrolável e de amor indescritível.” Washington Irving


Daqui, ando com um choro pouco religioso. Meu choro é calado, mora apertado no peito. 
Tem momentos que eu o sinto revirando-se desajeitado, procurando um lugar mais confortável para ficar. Porém não escorre. É choro acrobata, conhece a complexidade da vida, contorce-se, mas não fica onde deveria estar e não encontra o caminho do rio onde as lágrimas vão de encontro ao sol.

Somos amigos antigos e ele se lembra de cada dia em que a vida o fez pulsar e aumentar seu volume. Ele é sensível, é poeta que rima dentro de mim.

Às vezes luto para que ele se vá, encontre as portas do olhar que lhe abrirão horizontes, mas meu choro é confuso, teme o abismo da liberdade que a expressão do sentimento proporciona.

Ah, choro carente, não percebe que sua gota é semente, que seu sal é força e que sua queda pode ser voo?

Mas hei de me programar e guia de um choro perdido serei. E chorarei. Por três dias e três noites em tempestade e calmaria. Até que a pressão termine, até que o coração se acalme, até que a vida se lembre que ser sensível para fora também é uma opção.

Um dia desses, ainda viro mar.

Josie Conti


domingo, 3 de abril de 2016

GRATIDÃO: UMA PONTE ENTRE NÓS E TODO O UNIVERSO!


Hoje meditei sobre a gratidão, e como ela influencia em vários aspectos de nossa vida. A gratidão tem um poder enorme em nossa vida, de transformar em plenitude e abundância. Atrai pensamentos e energias positivas, e traz leveza ao coração.

Quantas e quantas vezes dedicamos horas a sofrer com algum problema, algo que deu errado. Quantas vezes dedicamos uma postagem em uma rede social, a reclamar de um dia de chuva, ou de sol, ou de nuvens. 

O ser humano muitas vezes não sabe para onde quer ir, aonde quer chegar, gasta energia com situações que o levarão a lugar nenhum.

Não temos tempo para nada, para nossa família, amigos. 
Não temos tempo para ler um livro, assistir a um filme, ou qualquer situação que nos conecte com nos mesmos. 
Passamos nossos dias justificando nossas ações, encontrando culpados, se vitimizando quando nos colocam contra a parede. 
Quando somos vítimas, somos automaticamente ingratos com todo o sistema. 
Nos colocamos em posição de coitados, não enxergando um palmo de ante do nariz.

Certa vez li um trecho do encontro de Alexandre, o grande, e o mendigo nu. Refleti sobre a gratidão e plenitude na vida de uma pessoa, veja:

“Alexandre, o grande, encontrou Diógenes que era um mendigo nu, com apenas uma lâmpada, sua única posse. E mantinha sua lâmpada acesa mesmo durante o dia. 
Ele se comportava de maneira muito estranha, e Alexandre teve de lhe perguntar: – Por que está mantendo essa lâmpada acesa durante o dia? Diógenes levantou sua lâmpada, olhou para o rosto de Alexandre e disse: – Estou procurando pelo homem de verdade dia e noite e não o encontro.

Alexandre ficou chocado por um mendigo nu poder dizer esse tipo de coisa a ele, um conquistador do mundo. No entanto ele notava que Diógenes era muito belo em sua nudez. 
Os olhos eram tão serenos, o rosto tão pacifico, suas palavras tinham tanta autoridade, sua presença era tão tranqüila, que o próprio Alexandre parecia um mendigo ao lado dele. 
Ele escreveu em seu diário: ‘ Pela primeira vez senti que a riqueza é algo diferente de ter dinheiro. Eu vi um homem rico.”
E se você acordasse hoje apenas com as coisas as quais agradeceu ontem? 

Eu te faço essa pergunta e peço que reflita um pouco sobre a história de Alexandre, o grande, conquistador do mundo, e Diógenes que foi um grande filosofo que perambulava por Atenas apenas com uns trapos e sua lâmpada.

Note que ser ele como é simples diante dos olhos dos outros, mas há uma linha de pensamento grandiosa. 
Observe que estar grato é muito maior que simplesmente agradecer ao porteiro do prédio, por abrir a porta do elevador para você. 

Estar, ser grato é maior que tudo isso. É ser e agradecer pelo que tem, e pelo que é. 
Nós usamos nossa energia para pedir, reclamar, justificar. 

E eu te pergunto, se dedicássemos a mesma energia da ingratidão, na gratidão?

Para que nossos desejos sejam manifestados, precisamos estar em sincronicidade com as leis universais. A sincronicidade não é um fenômeno que apresenta somente soluções grandiosas, espetaculares. 
Ela se apresenta no dia a dia em nossa vida, com pequenos detalhes, como aquele chinelo “esquecido” na porta de casa, bem naquele dia chuvoso em que tudo que você precisava era tirar os sapatos. 
Ou como aquele abraço apertado, vindo de uma pessoa querida, naquele dia em que parece que tudo deu errado.


Agradecer é a forma mais limpa e forte de se conectar com o Divino. 
Tenha certeza de que quanto maior nossa gratidão, mais bênçãos de amor, alegria, paz, virtudes positivas e prosperidade ele nos enviará.

A gratidão tem o poder de transformar nossa vida, desbloqueando-a em plenitude.

As pessoas costumam procurar a fórmula da felicidade, e não sabem que ela existe! Veja: quando agradecemos cada momento feliz e dedicamos ao menos 5 minutos a este momento, acabamos por cultivar a felicidade, abrindo espaço para que ela seja parte de nossa vida. 

Quando buscamos uma vida plena, precisamos dedicar tempo a ela, o mesmo tempo que normalmente dedicamos a reclamações e justificativas, poderia ser colocado nos momentos de plenitude e felicidade. Para que ser torne parte de nosso dia a dia.
...

A gratidão transforma negação em aceitação, caos em ordem, confusão em clareza, transforma uma refeição em um banquete, uma casa em um lar, um estranho em um amigo.

Para citar Brian Tracy, “Desenvolva uma atitude de gratidão e dê graças por tudo o que acontece com você, sabendo que cada passo em frente é um passo para alcançar algo maior e melhor do que a sua situação atual”.


Queli Rodrigues
https://osegredo.com.br/2016/01/gratidao-uma-ponte-entre-nos-e-todo-o-universo/

Apreciemos a vida até que a morte chegue


Um homem, viajando pelo campo, encontrou um tigre. Ele correu, o tigre em seu encalço. Aproximando-se de um precipício, tomou as raízes expostas de uma vinha selvagem em suas mãos e pendurou-se na beira do abismo.

O tigre o farejava acima. Tremendo, o homem olhou para baixo e viu, no fundo do precipício, um outro tigre a espera-lo. Apenas a vinha o sustinha. Mas, ao olhar para a planta, viu dois ratos, um negro e outro branco, roendo aos poucos sua raiz.

Nesse momento, seus olhos perceberam um belo morango vicejando perto. Segurando a vinha com uma mão, ele pegou o morango com a outra e o comeu.

– Que delícia! – ele disse.

***

Essa é uma das analogias sobre a vida humana. Estamos fugindo de um animal que pode nos matar, presos por um fio – o qual está sendo roído pela morte e pelo dia (os ratos branco e preto) -, e apreciamos a doçura do momento. O que mais haveria para ser feito?

A morte é certa, mas até morrer podemos apreciar a vida.

Você aprecia a sua existência? Mesmo com dificuldades, problemas, insatisfações, doenças e mortes? Percebe também a doçura de um nascer do sol, de uma flor ou de uma criança?

Sorri à lua e às estrelas? Reconhece o som dos pássaros e da alegria?

Não veja apenas o lado sombrio, veja a luz, pois sem ela nem a sombra existiria.

Texto da Monja Coen

sexta-feira, 11 de março de 2016

O camponês e o burro


Era uma vez um camponês que tinha um burro. 
Um dia o animal caiu acidentalmente num poço e não conseguia sair de lá. O camponês tentou várias vezes libertar o burro, mas não era possível. 

Pediu ajuda a uns amigos, mas mesmo assim não conseguiram nada. Ao fim de vários dias desistiu. 
O poço estava seco, o burro estava velho e a única solução era enterrá-lo lá.

Pegou numa pá e começou a deitar terra no poço. O burro ficou desesperado ao aperceber-se do que estava a acontecer. 
Começou a zurrar cheio de amargura. Fazia dó ao camponês, mas ele não via outra solução. Até que num momento determinado deixou de ouvir o animal. 
Aproximou-se com temor da boca do poço para contemplar o cemitério. Com espanto viu algo insólito. 
Cada vez que o burro recebia a terra em cima, sacudia-a com decisão e pisava sobre ela. Com esta operação, na qual estava profundamente concentrado, já tinha subido mais de um metro dentro do poço. 
O camponês sorriu. Continuou a deitar terra e em pouco tempo o burro estava cá fora.


Todos nós temos dificuldades na vida. A diferença está no modo como reagimos diante delas. 

Existem pessoas que passam a existência a queixar-se, deixando-se soterrar pelas contrariedades. São pessimistas por natureza. 
Olham com ironia para aqueles que parecem felizes. Pensam que são ingênuos, doidos, que ainda não descobriram que esta vida não tem nenhum sentido. 

Não respeitam nada. Para eles não há nada que seja sagrado. Tudo se pode banalizar, ridicularizar, porque nada tem sentido. 
E se tem, não pensam dedicar nem cinco minutos a pensar nele. 

Talvez tivessem que mudar de vida, de atitude. Isso exige esforço e dá trabalho. Nada vale a pena, porque a alma é pequena.

Um cristão sabe que isso não é verdade. 
Sabe que foi criado por Deus por amor e que está chamado a viver com Ele para sempre na eternidade. 
Sabe que a sua vida tem um sentido e que as dificuldades que lhe surgem também. 

Tem uma profunda confiança em Deus e não duvida que, como diz São Paulo, “tudo é para bem”. 

Esta certeza fá-lo encarar as contrariedades como aquilo que são: uma oportunidade para crescer. 
Crescer no amor a Deus e crescer no amor ao próximo. 

Por isso, quando as dificuldades aparecem, sacode-as de cima com oração, esforço e otimismo. 

Também com a serenidade de quem sabe que a felicidade em plenitude não pode ser alcançada nesta vida. Está reservada para a futura.

E depois pisa essas dificuldades e assim robustece a sua fé e aproxima-se mais da vida que não terá fim. 

Diante das contradições não perde a paz, porque sabe que tudo procede do amor. Tudo está ordenado à salvação do homem, e Deus, que é Amor, não permite nada que não seja com essa finalidade.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

A voz da avó



Entrei no pequeno apartamento, gostava dele. Apanhava bastante luz do sol, tinha uma vista incrível da basílica, especialmente ao entardecer.

Aos poucos, fui tornando-o meu. Porta-retratos carregados de amores, sapatos espalhados, livros abertos no chão, temperinhos na cozinha. Depois de uma semana, já era a minha casa.

Noite fria, sentei-me em frente ao computador, santo Skype, tocou, tocou e ela atendeu. No primeiro “alô”, senti como se sua voz, tão doce quanto esganiçada, começasse a se espalhar pelo piso e subisse lentamente pelas paredes, como uma tinta coral aveludada, impregnando cada um daqueles poucos metros quadrados com sua presença, que mais se parecia com um abraço quente.

Não importava o quanto eu gastasse com a decoração. Foi a voz dela que finalmente transformou aquela casa num lar.

A voz da avó. Coisa poderosa. Não importa qual é o timbre, se é estridente, rouca ou tremida. Não importa se é mansa ou gritada. Não importa se é ou não capaz de entoar canções de ninar.

A voz da avó pode dizer tudo o que quiser sem que soe como exigência, afronta ou desaforo. A voz da avó tem carta branca e livre trânsito, não nos acua e mesmo quando pergunta o que não deve, não provoca qualquer sentimento de reprovação.

A voz da avó soa sempre como cuidado, como demonstração genuína de afeto, ainda que, às vezes, por vias tortas.

A mesma frase, na voz da mãe e na voz da avó soa completamente diferente.

“Você não comeu?”

Na voz da mãe é cobrança, na voz da avó é oferta. Na voz da mãe é preocupação, na voz da avó é cuidado. Na voz da mãe é ordem, na voz da avó é doce.

“Você está sem casaco?”

Na voz da mãe, vem bronca, na voz da avó, vem lã. Na voz da mãe é gripe, na voz da avó é chocolate quente. Na voz da mãe é “eu canso de falar pra você se agasalhar”, na voz da avó nunca tem cansaço, mesmo com as cordas vocais já tão gastas.

Longe de ser uma acusação às mães. Muito pelo contrário. Mães são o que tem que ser: educação, firmeza, base. Já avós, podem se dar o luxo de ser o que querem ser: delícia, leveza, afago.

Nem sempre elas dirão coisas boas. Às vezes vão dar seus gritos, seus resmungos, suas reclamadas. Porque são humanas. Aliás, são deliciosamente humanas.

Um dia, quando criança, fiz qualquer bobagem e minha avó me chamou de “sua merdinha”. 
Achei a maior graça. Acabei até gostando. Incrível como até merda, na voz da avó, vira amor. Incrível como só elas podem dizer certas coisas.

Feche os olhos, ouça sua voz.

Faça uma gravação imaginária. Guarde na sua melhor gaveta. Ouça de novo. Garanta que não esquece. Elas não duram para sempre. Mas a voz delas sim. A voz delas marca- e fica. 
Ouça enquanto pode e guarde naquela sua gaveta. 
Na melhor gaveta de todas, já que não podemos simplesmente atracá-las ao peito.

RUTH MANUS

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Em que silêncio tens procurado?


Antes de dizer à vida o que queremos, importa escutar o nosso íntimo, para que, em silêncio, o coração e a razão nos indiquem o sentido que escolheriam para a nossa vida.

Há o silêncio da coragem daquele que luta, mas está em paz... e o silêncio da derrota daquele que se cala, cultivando ódios e fermentando vinganças, a propósito de maldades que, tantas vezes, nem sequer existiram...

Há o silêncio da contemplação e o do desprezo...

Há o silêncio dos segredos e mistérios, e o silêncio onde tudo se descobre...

Há o silêncio em que com alegria se espera, e aquele em que se desespera, numa angústia onde a ansiedade semeia pesadelos e dores…

Há o silêncio da pureza que se guarda para o momento certo e o silêncio de quem, arrependido, empregou a sua pureza no tempo errado...

Há o silêncio de quem se esforça, o de quem descansa, mas também o de quem finge...

O silêncio é a luz das grandes obras. Só quando nos fazemos pequenos podemos compreender a grandeza do que nos ultrapassa. Só o silêncio permite que vejamos com atenção. Admirando como quem escuta.

Notas soltas não são melodia... É preciso calar as inutilidades se se quer chegar mais fundo. É tão heroico dizer o que se deve, quando se deve, como é calar o que não acrescenta nem faz bem algum.

Estamos aqui de passagem, mas com o dever de fazer algo com sentido. Só no silêncio da fé se abraçam a paixão e a razão.

Há quem viva uma vida inteira sem nunca querer saber a verdade… um dia de cada vez, como se pudesse começar e acabar quando lhe parece bem... mas escolher uma vida assim é como decidir coser sem linha.

Há um silêncio em que tudo se entrelaça, em que se desfazem os nós, se fecham as feridas e se cosem todos os pedaços... tecendo um eu, inteiro... uma obra perfeita, cheia de imperfeições.

JOSÉ LUÍS NUNES MARTINS

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Por que a pressa?

Por que a pressa, se “a gente só chega ao fim quando o fim chega”?


Quando o meu coração se soube eterno, fiz as pazes com o Tempo. Esse assunto é de grande importância porque desequilibramos a balança das prioridades e, hoje, importa-nos mais a habilidade de nossas asas que a profundidade de nossas raízes.

Eis o meu pacto com o Tempo: eu não o esbanjo em entreveros desnecessários, tarefas infrutíferas, discussões inócuas ou com qualquer coisa que, não sendo absolutamente necessária, venha causar-me desprazer ou desconforto. Ele, por sua vez, entrega-me as 24 horas do dia como uma fatia da Eternidade e, nela, tento espelhar não o caos do mundo qual estou inserida, mas a paz do meu mundo interior.

A vida aqui fora é uma vertigem, mas o Homem, nauseado e tonto, caminha sem direção e nem o percebe. Ele precisa adestrar as asas… Importa é a pressa com que vai adiante, a rapidez das realizações, a facilidade com que se adapta ao novo. Importa não parar. E assim, reciclamo-nos, compramos novos equipamentos, adquirimos o domínio de novas tecnologias, e estudamos manuais, novos cursos, especializamo-nos e adaptamo-nos sob pena de quedarmos à margem da pós-Modernidade de hoje.

É assim que o Homem se faz escravo de suas próprias asas, embora desconheça essa sua condição. Ignorante, adoece: depressão, ansiedades, pânico, síndromes de diversas ordens dão a tônica das emoções humanas…

Já estive entre aqueles que se ocupavam de estampas e valoravam rótulos. Já tive pressa de vencer. Já tive vaidades de sobrepujar adversários ou de ostentar riquezas e glórias. Eu queria o máximo da agilidade das asas. Então um dia eu desobedeci a ordem das coisas, e parei.

Muitos se assustaram. A família, os amigos, eles pouco entenderam, mas eu estava entabulando uma conversa com o Tempo. Era preciso fazer as pazes com ele para que a asa se exercitasse lá fora enquanto as minhas raízes se aprofundavam aqui dentro.

Manoel de Barros, poeta cuja filosofia nos leva a valorar as insignificâncias e a questionar as opulências, dizia dar mais importância aos passarinhos que aos senadores. Ele se apercebeu dessa e de muitas outras verdades quando ficou pasmo diante da velocidade do avião (máquina avoadora). Logo ele, que tinha cisma com lesma por achar que ela anda muito depressa.

Nesse mesmo poema, o Barros nos diz uma verdade inquestionável que deveria penetrar a nossa alma e acalmar-nos de sorte a permitir que nossas raízes de fato ganhem profundidade e força:
“A gente só chega ao fim quando o fim chega!
Então pra que atropelar?”

Por Nara Rúbia Ribeiro
Advogada, poeta, escritora, idealizadora e responsável pela edição geral da Revista Pazes.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Tarefa aos alunos

Um professor deixa uma tarefa aos seus alunos e, em razão disso, se torna internacionalmente conhecido

Cesare Catà leciona numa cidade costeira da Itália. No verão passado, ele orientou os seus alunos a cumprirem 15 tarefas que valeriam 15 pontos.

As tarefas ganharam grande repercussão nas redes sociais e o professor, além de ganhar o coração de seus alunos, conquistou-nos a todos. Todas as tarefas são simples, o que nos faz recordar que é na simplicidade que reside a maior sabedoria.

Foi a melhor tarefa de verão que eles poderiam ter realizado.

Segue a lista:

1 – Passeie pela manhã ao longo da costa, em total solidão, olhe para o brilho do sol sobre a água e pense nas coisas que fazem você feliz.

2 – Procure usar palavras novas que aprendeu neste ano. Quando mais puder usá-las, mais interessante poderá pensar e, quanto mais pensamentos tiver, mais livre será.

3 – Leia! Tudo o que puder. Mas não por obrigação. Leia porque o verão inspira sonhos e aventuras e a leitura é como voar. Leia porque é a melhor forma que existe para se rebelar (me procure, se precisar de conselhos sobre o que exatamente ler).

4 – Evite tudo o que provoque negatividade e lhe gere uma sensação de vazio (tanto coisas, como situações e/ou pessoas). Busque inspiração e amigos que lhe enriqueçam e entendam e que gostem de você pelo que você é.

5 – Se sente tristeza e medo, não se preocupe, o verão, como qualquer outra coisa maravilhosa da vida, pode levar a alma a se confundir. Leve sempre com você um diário e descreva como se sente (no outono, se quiser, podemos lê-lo juntos).

6 – Dance e não pare. Em todas as partes, em qualquer lugar: numa pista de dança, em seu quarto sozinho. O verão é um baile e é um desperdício não participar dele.

7 – Ao menos um vez, veja o nascer do sol e desfrute. Permaneça em silêncio e respire profundamente. Feche os olhos e sinta gratidão.

8 – Pratique muito esporte.

9 – Se está com alguém que gosta, diga isso a ela ou a ele da maneira mais bela e convincente possível. Não tenha medo de ser mal interpretado. Se não acontecer nada, então não é seu destino, mas se vocês se entenderem então o verão lhe pertencerá e será uma época de ouro (Se falhar, retorne ao ponto 8).

10 – Leia as anotações de nossas aulas, compare tudo o que lemos com o que está acontecendo em sua vida.

11 – Seja tão feliz como a luz do sol, livre e indomável como o mar.

12 – Por favor, não utilize palavras inadequadas. Seja cortês e amável.

13 – Assista a bons filmes com um diálogo emocional profundo (se puder, em Inglês, já que ajuda a melhorar o idioma e a desenvolver a capacidade de sentir e sonhar). Imagine que o filme não termina para você, mesmo aparecendo os créditos no final, viva-o uma vez mais e o inclua em sua experiência deste verão.

14 – O verão é magia. A luz do sol brilhante das manhãs e as tardes cálidas do verão é um clima ideal para sonhar com o que pode e deve ser a vida. Faça tudo o que depende de você para nunca desistir do caminho até os seus sonhos.

15 – Seja bom.


Retirado da Revista Pazes

domingo, 24 de janeiro de 2016

Onde está Deus?


Onde está Deus?


Perguntam tantos,
Quando vêem a terra tremer,
As águas a chover,
E os ventos a rugirem,
Contra as casas,
Contra as árvores.
Onde está Deus?
Perguntam tantos
Quando desperta a dor,
Acontece a adversidade,
Os olhos se enchem de água,
E a morte traz a saudade.
Onde está Deus?
Perguntam tantos,
Quando nos batem e ofendem,
Nos pisam e humilham,
Mesmo que façamos o bem,
Mesmo sem olhar a quem.
Onde está Deus?
Perguntam tantos,
Quando predomina a guerra,
Os homens se dão à morte
E parece que sobre a terra,
Já não há sul, já não há norte.
Onde está Deus?
Perguntam tantos,
Quando a criança tem fome,
E aos olhos suplicantes,
Parece que nada responde,
Nem mesmo por um instante.
Onde está Deus?
Perguntam tantos,
Porque têm os olhos fechados,
O coração encarcerado,
Num peito que o aperta,
Os braços sempre cruzados,
Num pensamento encerrado.
Onde está Deus?
Perguntam tantos,
Temendo que Ele os ouvisse!
E Ele sempre presente,
Em todo e cada momento,
Em cada um,
Em toda a gente.
Vai-se dando e entregando,
Assim todo e só amor,
Na tempestade
E na bonança,
No vento forte
E na brisa,
Em cada momento de dor,
Em cada morte,
Dando vida.
Sendo batido e ofendido,
Espezinhado e humilhado,
Mas dando sempre a mão
Fazendo-se sempre alcançado.
Está na guerra,
Pela paz,
E ilumina e conduz,
Cada homem sobre a terra.
Está no coração das crianças,
Em cada olhar suplicante,
A todos abraça e conforta,
Sobretudo ao homem errante.
E para O ver e sentir,
É preciso pouca coisa:
Descruzar os braços e sorrir,
Libertar o pensamento,
Deixar o seu coração voar,
Nas asas do eterno amor,
Acolher cada irmã
Abraçar cada irmão,
E amar, amar, amar….

Joaquim Mexia Alves