Mostrando postagens com marcador Marla de Queiroz. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Marla de Queiroz. Mostrar todas as postagens

domingo, 2 de junho de 2013

Ele não sabe


Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos, mas que tenho estado quieta, calada, concentrada numa vida prática e sem aquela necessidade toda de ser amada.

Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos. Ele não sabe que a cada dia eu penso menos nele, mas que conservo alguma curiosidade em saber se o seu coração está mais tranqüilo, se seu cabelo mudou, se o seu olhar continua inquieto.

Ele nem imagina quanta coisa pude planejar durante esses dias todos e como me isolei pra tentar organizar todos os meus projetos. Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Que tenho sentido mais sono e ainda assim, dormido pouco. Que tenho escrito mais no meu caderno de sonhos. Que aqui faz tanto frio, ele não sabe por mim.

Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que eu entendi que se eu resolver a minha dor, ainda assim, poderei criar através da dor alheia sem precisar sofrer junto pra conceber um poema de cura.

Hoje foi um dia em que percebi quanta coisa em mim mudou e ele não sabe sobre nada disso. Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria.”

Marla de Queiroz

terça-feira, 7 de maio de 2013

Que...


Que na esquina de todas as dores, o amor seja o aconchego, o colo de que se necessita. 

Que na travessia da solidão, haja o preenchimento de nós mesmos por dentro como a melhor companhia. 

Que não falte amparo quando o abraço esperado estiver longe. 

E que nossa rotina de dores e amores que ficam e vão, que mesmo com todas as lacunas e vãos, possamos cumprir, nesta existência, lindamente a nossa missão.

Marla de Queiroz

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Pessoas se vão...

Pessoas vão embora de todas as formas: vão embora da nossa vida, do nosso coração, do nosso abraço, da nossa amizade, da nossa admiração, do nosso país. 
E, muitas a quem dedicamos um profundo amor, morrem. 
E continuam imortais dentro da gente. 
A vida segue: doendo, rasgando, enchendo de saudade... 
Depois nos dá aceitação, ameniza a falta trazendo apenas a lembrança que não machuca mais: uma frase engraçada, uma filosofia de vida, um jeito tão característico, aquela peculiaridade da pessoa. 
Mas pessoas vão embora. 
As coisas acabam. 
Relações se esvaem, paixonites escorrem pelo ralo, adeuses começam a fazer sentido. 
E se a gente sente com estas idas e também vindas, é porque estamos vivos. 
Cuidemos deste agora. 
Muitos já se foram para nos ensinar que a vida é só um bocado de momento que pode durar cem anos ou cinco minutos. 
E não importa quanto tempo você teve para amar alguém, mas o amor que você investiu durante aquele tempo. 
Segundos podem ser eternidades... ou não. 
Depende da ocasião."

Marla de Queiroz

domingo, 23 de setembro de 2012

Dança do Universo


.... o que posso fazer é desejar que vocês tenham uma vida tão plena de tudo que é tão maravilhoso e que desejo para mim também. 
Inspiração para a vida, criatividade para encontrar caminhos até então inexistentes, muita sabedoria para conduzir as coisas, um coração sossegado, uma alma livre, uma mente aberta, uma sensibilidade aflorada, generosidade para estender a mão para o outro, capacidade de perdoar a si e a todos, força para não se deixarem ferir, disposição para serem produtivos e alegres. 
Estejam inteiros, libertem-se de quaisquer coisas que amarrem seus sonhos. 
Sejam originais, não temam o que os outros vão pensar se forem exuberantes e brincarem. 
Divirtam-se sem fogos de artifícios. 
Façam da felicidade um ofício, uma represa. 
Vocês podem jorrar de entusiasmo, vocês podem conquistar qualquer coisa com abundância desde que seus desejos sejam justos. 
Vivam com honestidade e transparência apesar da malícia de alguns, da maldade de outros, contaminem com o otimismo, não se deixem ser contaminados pelo pessimismo. 
Ditem suas próprias regras do jogo, não joguem, seduzam só o que lhes interessar, não economizem elogios, julguem a ação, não a pessoa inteira_ não sejam críticos demais. 
Lembrem-se do dinamismo de tudo, da mudança perene. 
Sejam gratos, reclamem menos, percebam as conquistas diárias, valorizem-se! 
Respeitem, cobrem o mesmo. 
Busquem assertividade e posicionamento sem agressividade. 
Aprendam a receber amor, a pedir ajuda, a doar sem doer. 
Ensinem o que aprenderem de positivo. 
E sejam tão felizes, meus amores, tão amados, tão desapegados do sofrimento, tão inteligentes a ponto de se darem mordomias emocionais quando estiverem melancólicos. 
Apaixonem-se, façam sexo com verdade e vontade, sejam boas companhias para si mesmos, se estiverem em solitude, aproveitem para crescer e fazer por vocês o que gostariam que outros fizessem. 
Não celebrem a vida só em datas comemorativas. 
Nós temos uma dádiva nas mãos. 
E somos muito maiores do que o nosso tamanho. 
Então... tudo é possível nesta Dança do Universo!

Marla de Queiroz

domingo, 25 de março de 2012

Cansaço...

E bateu o cansaço de me cansar com as mesmas coisas, pessoas, situações.

Não sou mais a mesma, eu não mudei apenas o meu cenário e os meus personagens, eu mudei a mim, mudei meus hábitos e comportamentos.

Decidi seguir adiante, me lançar no desconhecido, nada e ninguém me pertencem, mas muitos me interessam, e nisso encontrei minha libertação.

Então pode ser que a gente se encontre: eu serei a tempestade, o dia de sol, o céu azul, a nuvem negra, a ressaca do mar, o arranha céu de concreto , os faróis acesos dos carros, o solo do violino, o choro da gaita, a partitura vazia, a música que preenche seu coração, a lembrança desavisada sem saudade, o voo de um pássaro ou de uma borboleta... mesmo com a asa quebrada.

Marla de Queiroz