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sábado, 11 de junho de 2016

O DIA EM QUE EU MORRI…


Estranho? Nem tanto. Se depois de ler esse texto você achar que ainda está vivo, ótimo!

Caso contrário, é bom repensar se ainda existe algum sopro de vida aí dentro. Vou contar como tudo aconteceu.

A minha primeira parcela de morte aconteceu quando acreditei que existiam vidas mais importantes e preciosas do que a minha. O mais estranho é que eu chamava isso de humildade. Nunca pensei na possibilidade do auto abandono.

Morri mais um pouquinho no dia em que acreditei em vida ideal, estável, segura e confortável.

Passei a não saber lidar com as mudanças. Elas me aterrorizavam.

Depois vieram outras mortes. Recordo-me que comecei a perder gotículas de vida diária, desde que passei a consultar os meus medos ao invés do meu coração. Daí em diante comecei a agonizar mais rápido e a ser possuída por uma sucessão de pequenas mortes.

Morri no dia em que meus lábios disseram, não. Enquanto o meu coração gritava, sim! Morri no dia em que abandonei um projeto pela metade por pura falta de disciplina. Morri no dia em que me entreguei à preguiça. No dia em que decidir ser ignorante, bulímica, cruel, egoísta e desumana comigo mesma. Você pensa que não decide essas coisas? Lamento. Decide sim! Sempre que você troca uma vida saudável por vícios, gulodice, sedentarismo, drogas e alienação intelectual, emocional, espiritual, cultural ou financeira, você está fazendo uma escolha entre viver e morrer.


Morri no dia em que decidi ficar em um relacionamento ruim, apenas para não ficar só. Mais tarde percebi que troquei afeto por comodismo e amor por amargura. Morri outra vez, no dia em que abri mão dos meus sonhos por um suposto amor. Confundi relacionamento com posse e ciúme com zelo.

Morri no dia em que acreditei na crítica de pessoas cruéis. A pior delas? Eu mesma. Morri no dia em que me tornei escrava das minhas indecisões. No dia em que prestei mais atenção às minhas rugas do que aos meus sorrisos. Morri no dia que invejei , fofoquei e difamei. Sequer percebi o quanto havia me tornado uma vampira da felicidade alheia. Morri no dia que acreditei que preço era mais importante do que valor. Morri no dia em que me tornei competitiva e fiquei cega para a beleza da singularidade humana.

Morri no dia em que troquei o hoje pelo amanhã. Quer saber o mais estranho? O amanhã não chegou. Ficou vazio… Sem história, música ou cor. Não morri de causas naturais. Fui assassinada todos os dias. As razões desses abandonos foram uma sucessão de desculpas e equívocos. Mas ainda assim foram decisões.

O mais irônico de tudo isso?
As pessoas que vivem bem não tem medo da morte real.
As que vivem mal é que padecem desse sofrimento, embora já estejam mortas. É dessas que me despeço.

Assinado,

A Coragem

Fonte: Escrito por Lígia Guerra
https://osegredo.com.br

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Momentos especiais


A vida presenteia a todos nós com momentos especiais, únicos!

Alguns não percebem quando eles chegam e simplesmente os ignoram, perdendo a alquimia existencial. 
Outros os vivem profundamente, sabendo o quanto eles deixarão saudades... 

Todos têm momentos mágicos que podem ser vividos em janeiro, junho, julho ou em um doce novembro. 
Independente de datas eles surgirão e se estivermos despertos os guardaremos, feito tesouros, para todo o sempre! 

Essa é a grande diferença entre quem vê a vida em preto e branco e quem a vê colorida, com poesia, perfume e música...

Lígia Guerra

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Espelho, espelho meu

 Um dia destes uma paciente falou um pensamento de Érico Veríssimo que diz o seguinte: “No fim tudo acaba bem, se não acabou bem, é porque ainda não acabou.” Naquele exato momento eu disse a ela: Isso vai dar um artigo para a minha coluna, você me inspirou! Ela soltou um belo sorriso e aqui estou eu, tentando falar para você da nossa responsabilidade frente aquilo que falamos ao mundo...

Aquilo que você vê é aquilo que você recebe. Olhe ao seu redor. Você gosta do que vê ? O quanto você é responsável pelo que vê ? Nós fazemos o nosso mundo sem álibis, sem desculpas. Ninguém é mais responsável por você, do que você mesmo. A cor do nosso mundo íntimo é escolhida a partir dos nossos referenciais pessoais.

Conta- se que uma certa vez um ancião descansava em um tosco banco à sombra de uma árvore, quando foi abordado pelo motorista de um automóvel que estacionou a seu lado:

- Bom dia !
 - Bom dia !
 - Mora aqui ?
 - Sim, há muitos anos...
 - Venho de mudança. Gostaria de saber como é o povo.
 - Fale antes da cidade de onde vem.
 - Ótima. Maravilhosa ! Gente boa, fraterna... Fiz muitos amigos. Só a deixei por imperativos da profissão.
 - Pois bem meu filho. Esta cidade é exatamente igual . Vai gostar daqui.

- O forasteiro agradeceu e partiu. Minutos depois apareceu outro motorista:

- Estou chegando para morar aqui. O que me diz do lugar ?
 - Como é a cidade de onde saiu ?
 - Horrível ! Povo orgulhoso, cheio de preconceitos, arrogante ! Não fiz um único amigo !
 - Sinto muito meu filho, pois aqui você encontrará o mesmo ambiente.

A vida é como um computador. Estamos constantemente programando- a para melhor ou para pior. Aquilo com que a alimentamos acaba voltando para nós. Sempre temos uma escolha. Se você entra numa floricultura, pede uma dúzia de rosas mas não gosta de sua aparência, pode mudar de idéia e trocá-las por tulipas, sem problemas. A vendedora pode até lançar- lhe um olhar atravessado, mas você trará as tulipas. Você pede o que quiser.

Na sua vida sempre existem caminhos diferentes, talvez inicialmente não sejam os caminhos dos seus sonhos, mas ainda assim, são os seus caminhos, e deles podem surgir surpresas incríveis, que se você simplesmente tivesse desistido antes de trilhá-lo, jamais teria encontrado. Cada manhã é um recomeço. Cada dia surge novinho em folha !

O entusiasmo é o motor possante do sucesso. A palavra entusiasmo vem do grego en-theos que significa “estar em Deus”. Não refiro- me aqui ao Deus religioso, mas ao Deus íntimo de cada um. Essa energia que nos diz a cada dia que de alguma forma a vida vale a pena. É o Deus da vida , das realizações, da energia que brota de cada um de nós. É a cor que imprimimos em nosso mundo.

Se o seu caminho hoje não é aquele com o qual você sonhou... Lembre- se do pensamento de Érico Veríssimo: é sinal que ainda há muito pela frente, você ainda está na “trama” da história, o final dela ainda não está escrito! 

Lígia Guerra


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Fazendo-se indiferente


Quantas vezes fingi que não me importava...
Que não ligava para ausência de algumas pessoas em minha vida...
Embora quase asfixiasse sem compartilhar o mesmo ar com elas. Inúmeras vezes fingi ser forte enquanto quebrava por dentro...

Não foram poucas, também, as vezes em que reprimi um beijo, um abraço e a enorme vontade de dizer: Fique, não vá, não me deixe...

Quantas vezes baixei o olhar para que eles, os meus olhos, não me traíssem e de fato dissessem o que os meus lábios secretamente trancafiavam.

Já me retorci de vontade de tocar as mãos de alguém...
Já afirmei que nada sentia enquanto o meu coração gritava: Eu te amo, você é tudo para mim!

Assim segue a vida de todos nós...

Deixamos pessoas que amamos partirem...
Damos importância a bobagens...
E dessa forma, sem nada dizer, escondendo-nos dos outros...
Acabamos por nos perder de nós mesmos.

Por isso lhe digo: Não traia os seus sentimentos, as suas verdades ou o seu amor...
Eles podem até não dar certo, mas ainda assim serão seus, pois você os assumiu,vivenciou!
Certo ou errado?
Paixão vivida ou abandono assumido?
Tristeza diante da decepção ou alegria na conquista?
Como saber sem arriscar, sem assumir?
Você atropelou a vida? Muito melhor do que ser atropelado por ela...

Tudo menos a indiferença diante daquilo que você mais anseia por viver...

Seja um amor...
Um sonho...
Ou a loucura de viver as maiores insanidades...

Tudo menos olhar para um espelho e enxergar um fantasma.

Lígia Guerra