sexta-feira, 29 de abril de 2016

Nunca tivemos uma geração tão triste


Augusto Cury, o famoso psiquiatra que tem livros publicados em mais de 70 países e dá palestras para multidões no Brasil e lá fora, lançou recentemente uma versão para crianças e adolescentes do seu best-sellerAnsiedade – Como Enfrentar o Mal do Século. 
O autor conversou com a gente sobre os desafios de se criar os filhos hoje e não poupou críticas à maneira como a família e a escola têm educado os pequenos. Confira!

Excesso de estímulos
“Estamos assistindo ao assassinato coletivo da infância das crianças e da juventude dos adolescentes no mundo todo. 
Nós alteramos o ritmo de construção dos pensamentos por meio do excesso de estímulos, sejam presentes a todo momento, seja acesso ilimitado a smartphones, redes sociais, jogos de videogame ou excesso de TV. Eles estão perdendo as habilidades sócio-emocionais mais importantes: se colocar no lugar do outro, pensar antes de agir, expor e não impor as ideias, aprender a arte de agradecer. 
É preciso ensiná-los a proteger a emoção para que fiquem livres de transtornos psíquicos. Eles necessitam gerenciar os pensamentos para prevenir a ansiedade. Ter consciência crítica e desenvolver a concentração. 
Aprender a não agir pela reação, no esquema ‘bateu, levou’, e a desenvolver altruísmo e generosidade.”




Geração triste

“Nunca tivemos uma geração tão triste, tão depressiva. Precisamos ensinar nossas crianças a fazerem pausas e contemplar o belo. 
Essa geração precisa de muito para sentir prazer: viciamos nossos filhos e alunos a receber muitos estímulos para sentir migalhas de prazer.
O resultado: são intolerantes e superficiais. O índice de suicídio tem aumentado. A família precisa se lembrar de que o consumo não faz ninguém feliz.
Suplico aos pais: os adolescentes precisam ser estimulados a se aventurar, a ter contato com a natureza, se encantar com astronomia, com os estímulos lentos, estáveis e profundos da natureza que não são rápidos como as redes sociais.”

Dor compartilhada
“É fundamental que as crianças aprendam a elaborar as experiências.
Por exemplo, diante de uma perda ou dificuldade, é necessário que tenham uma assimilação profunda do que houve e aprender com aquilo.
Como ajudá-las nesse processo?
Os pais precisam falar de suas lágrimas, suas dificuldades, seus fracassos. 
Em vez disso, pai e mãe deixam os filhos no tablet, no smartphone, e os colocam em escolas de tempo integral.
Pais que só dão produtos para os seus filhos, mas são incapazes de transmitir sua história, transformam seres humanos em consumidores. 
É preciso sentar e conversar: ‘Filho, eu também fracassei, também passei por dores, também fui rejeitado. Houve momentos em que chorei’.
Quando os pais cruzam seu mundo com os dos filhos, formam-se arquivos saudáveis poderosos em sua mente, que eu chamo de janelas light: memórias capazes de levar crianças e adolescentes a trabalhar dores perdas e frustrações.”

Intimidade

“Pais que não cruzam seu mundo com o dos filhos e só atuam como manuais de regras estão aptos a lidar com máquinas. É preciso criar uma intimidade real com os pequenos, uma empatia verdadeira.
A família não pode só criticar comportamentos, apontar falhas. A emoção deve ser transmitida na relação. Os pais devem ser os melhores brinquedos dos seus filhos. 
A nutrição emocional é importante mesmo que não se tenha tempo, o tempo precisa ser qualitativo. 
Quinze minutos na semana podem valer por um ano. 
Pais têm que ser mestres da vida dos filhos. As escolas também precisam mudar. 
São muito cartesianas, ensinam raciocínio e pensamento lógico, mas se esquecem das habilidades sócio-emocionais.”

Mais brincadeira, menos informação

“Criança tem que ter infância. Precisa brincar, e não ficar com uma agenda pré-estabelecida o tempo todo, com aulas variadas. É importante que criem brincadeiras, desenvolvendo a criatividade.
Hoje, uma criança de sete anos tem mais informação do que um imperador romano. São informações desacompanhadas de conhecimento.
Os pais podem e devem impor limites ao tempo que os filhos passam em frente às telas. Sugiro duas horas por dia.
Se você não colocar limite, eles vão desenvolver uma emoção viciante, precisando de cada vez mais para sentir cada vez menos: vão deixar de refletir, se interiorizar, brincar e contemplar o belo.”

Parabéns!

“Em vez de apontar falhas, os pais devem promover os acertos. Todos os dias, filhos e alunos têm pequenos acertos e atitudes inteligentes.
Pais que só criticam e educadores que só constrangem provocam timidez, insegurança, dificuldade em empreender. 
Os educadores precisam ser carismáticos, promover os seus educandos. Assim, o filho e o aluno vão ter o prazer de receber o elogio. Isso não tem ocorrido. 
O ser humano tem apontado comportamentos errados e não promovido características saudáveis.”


Conselho final para os pais

“Vejo pais que reclamam de tudo e de todos, não sabem ouvir não, não sabem trabalhar as perdas.
São adultos, mas com idade emocional não desenvolvida. Para atuar como verdadeiros mestres, pai e mãe precisam estar equilibrados emocionalmente.
Devem desligar o celular no fim de semana e ser pais. Muitos são viciados em smartphones, não conseguem se desconectar. 
Como vão ensinar os seus filhos e fazer pausas e contemplar a vida?
Se os adultos têm o que eu chamo de síndrome do pensamento acelerado, que é viver sem conseguir aquietar e mente, como vão ajudar seus filhos a diminuírem a ansiedade?”


Escrito por Liliane Prata – Via MdeMulher
https://osegredo.com.br/2015/09/nunca-tivemos-uma-geracao-tao-triste/

domingo, 24 de abril de 2016

Apreciemos A Vida Até Que Morte Chegue


Um homem, viajando pelo campo, encontrou um tigre. Ele correu, o tigre em seu encalço. Aproximando-se de um precipício, tomou as raízes expostas de uma vinha selvagem em suas mãos e pendurou-se na beira do abismo.

O tigre o farejava acima. Tremendo, o homem olhou para baixo e viu, no fundo do precipício, um outro tigre a espera-lo. Apenas a vinha o sustinha. Mas, ao olhar para a planta, viu dois ratos, um negro e outro branco, roendo aos poucos sua raiz.

Nesse momento, seus olhos perceberam um belo morango vicejando perto. Segurando a vinha com uma mão, ele pegou o morango com a outra e o comeu.

– Que delícia! – ele disse.

***
Essa é uma das analogias sobre a vida humana. Estamos fugindo de um animal que pode nos matar, presos por um fio – o qual está sendo roído pela morte e pelo dia (os ratos branco e preto) -, e apreciamos a doçura do momento. O que mais haveria para ser feito?

A morte é certa, mas até morrer podemos apreciar a vida.

Você aprecia a sua existência? Mesmo com dificuldades, problemas, insatisfações, doenças e mortes? Percebe também a doçura de um nascer do sol, de uma flor ou de uma criança?

Sorri à lua e às estrelas? Reconhece o som dos pássaros e da alegria?

Não veja apenas o lado sombrio, veja a luz, pois sem ela nem a sombra existiria.

Monja Coen

Por Portal Raízes

“Dia desses, ainda viro mar”

“Há uma santidade nas lágrimas. 
Não são marcas de fraqueza, mas de força. 
São mensageiras da dor incontrolável e de amor indescritível.” Washington Irving


Daqui, ando com um choro pouco religioso. Meu choro é calado, mora apertado no peito. 
Tem momentos que eu o sinto revirando-se desajeitado, procurando um lugar mais confortável para ficar. Porém não escorre. É choro acrobata, conhece a complexidade da vida, contorce-se, mas não fica onde deveria estar e não encontra o caminho do rio onde as lágrimas vão de encontro ao sol.

Somos amigos antigos e ele se lembra de cada dia em que a vida o fez pulsar e aumentar seu volume. Ele é sensível, é poeta que rima dentro de mim.

Às vezes luto para que ele se vá, encontre as portas do olhar que lhe abrirão horizontes, mas meu choro é confuso, teme o abismo da liberdade que a expressão do sentimento proporciona.

Ah, choro carente, não percebe que sua gota é semente, que seu sal é força e que sua queda pode ser voo?

Mas hei de me programar e guia de um choro perdido serei. E chorarei. Por três dias e três noites em tempestade e calmaria. Até que a pressão termine, até que o coração se acalme, até que a vida se lembre que ser sensível para fora também é uma opção.

Um dia desses, ainda viro mar.

Josie Conti


domingo, 3 de abril de 2016

GRATIDÃO: UMA PONTE ENTRE NÓS E TODO O UNIVERSO!


Hoje meditei sobre a gratidão, e como ela influencia em vários aspectos de nossa vida. A gratidão tem um poder enorme em nossa vida, de transformar em plenitude e abundância. Atrai pensamentos e energias positivas, e traz leveza ao coração.

Quantas e quantas vezes dedicamos horas a sofrer com algum problema, algo que deu errado. Quantas vezes dedicamos uma postagem em uma rede social, a reclamar de um dia de chuva, ou de sol, ou de nuvens. 

O ser humano muitas vezes não sabe para onde quer ir, aonde quer chegar, gasta energia com situações que o levarão a lugar nenhum.

Não temos tempo para nada, para nossa família, amigos. 
Não temos tempo para ler um livro, assistir a um filme, ou qualquer situação que nos conecte com nos mesmos. 
Passamos nossos dias justificando nossas ações, encontrando culpados, se vitimizando quando nos colocam contra a parede. 
Quando somos vítimas, somos automaticamente ingratos com todo o sistema. 
Nos colocamos em posição de coitados, não enxergando um palmo de ante do nariz.

Certa vez li um trecho do encontro de Alexandre, o grande, e o mendigo nu. Refleti sobre a gratidão e plenitude na vida de uma pessoa, veja:

“Alexandre, o grande, encontrou Diógenes que era um mendigo nu, com apenas uma lâmpada, sua única posse. E mantinha sua lâmpada acesa mesmo durante o dia. 
Ele se comportava de maneira muito estranha, e Alexandre teve de lhe perguntar: – Por que está mantendo essa lâmpada acesa durante o dia? Diógenes levantou sua lâmpada, olhou para o rosto de Alexandre e disse: – Estou procurando pelo homem de verdade dia e noite e não o encontro.

Alexandre ficou chocado por um mendigo nu poder dizer esse tipo de coisa a ele, um conquistador do mundo. No entanto ele notava que Diógenes era muito belo em sua nudez. 
Os olhos eram tão serenos, o rosto tão pacifico, suas palavras tinham tanta autoridade, sua presença era tão tranqüila, que o próprio Alexandre parecia um mendigo ao lado dele. 
Ele escreveu em seu diário: ‘ Pela primeira vez senti que a riqueza é algo diferente de ter dinheiro. Eu vi um homem rico.”
E se você acordasse hoje apenas com as coisas as quais agradeceu ontem? 

Eu te faço essa pergunta e peço que reflita um pouco sobre a história de Alexandre, o grande, conquistador do mundo, e Diógenes que foi um grande filosofo que perambulava por Atenas apenas com uns trapos e sua lâmpada.

Note que ser ele como é simples diante dos olhos dos outros, mas há uma linha de pensamento grandiosa. 
Observe que estar grato é muito maior que simplesmente agradecer ao porteiro do prédio, por abrir a porta do elevador para você. 

Estar, ser grato é maior que tudo isso. É ser e agradecer pelo que tem, e pelo que é. 
Nós usamos nossa energia para pedir, reclamar, justificar. 

E eu te pergunto, se dedicássemos a mesma energia da ingratidão, na gratidão?

Para que nossos desejos sejam manifestados, precisamos estar em sincronicidade com as leis universais. A sincronicidade não é um fenômeno que apresenta somente soluções grandiosas, espetaculares. 
Ela se apresenta no dia a dia em nossa vida, com pequenos detalhes, como aquele chinelo “esquecido” na porta de casa, bem naquele dia chuvoso em que tudo que você precisava era tirar os sapatos. 
Ou como aquele abraço apertado, vindo de uma pessoa querida, naquele dia em que parece que tudo deu errado.


Agradecer é a forma mais limpa e forte de se conectar com o Divino. 
Tenha certeza de que quanto maior nossa gratidão, mais bênçãos de amor, alegria, paz, virtudes positivas e prosperidade ele nos enviará.

A gratidão tem o poder de transformar nossa vida, desbloqueando-a em plenitude.

As pessoas costumam procurar a fórmula da felicidade, e não sabem que ela existe! Veja: quando agradecemos cada momento feliz e dedicamos ao menos 5 minutos a este momento, acabamos por cultivar a felicidade, abrindo espaço para que ela seja parte de nossa vida. 

Quando buscamos uma vida plena, precisamos dedicar tempo a ela, o mesmo tempo que normalmente dedicamos a reclamações e justificativas, poderia ser colocado nos momentos de plenitude e felicidade. Para que ser torne parte de nosso dia a dia.
...

A gratidão transforma negação em aceitação, caos em ordem, confusão em clareza, transforma uma refeição em um banquete, uma casa em um lar, um estranho em um amigo.

Para citar Brian Tracy, “Desenvolva uma atitude de gratidão e dê graças por tudo o que acontece com você, sabendo que cada passo em frente é um passo para alcançar algo maior e melhor do que a sua situação atual”.


Queli Rodrigues
https://osegredo.com.br/2016/01/gratidao-uma-ponte-entre-nos-e-todo-o-universo/

Apreciemos a vida até que a morte chegue


Um homem, viajando pelo campo, encontrou um tigre. Ele correu, o tigre em seu encalço. Aproximando-se de um precipício, tomou as raízes expostas de uma vinha selvagem em suas mãos e pendurou-se na beira do abismo.

O tigre o farejava acima. Tremendo, o homem olhou para baixo e viu, no fundo do precipício, um outro tigre a espera-lo. Apenas a vinha o sustinha. Mas, ao olhar para a planta, viu dois ratos, um negro e outro branco, roendo aos poucos sua raiz.

Nesse momento, seus olhos perceberam um belo morango vicejando perto. Segurando a vinha com uma mão, ele pegou o morango com a outra e o comeu.

– Que delícia! – ele disse.

***

Essa é uma das analogias sobre a vida humana. Estamos fugindo de um animal que pode nos matar, presos por um fio – o qual está sendo roído pela morte e pelo dia (os ratos branco e preto) -, e apreciamos a doçura do momento. O que mais haveria para ser feito?

A morte é certa, mas até morrer podemos apreciar a vida.

Você aprecia a sua existência? Mesmo com dificuldades, problemas, insatisfações, doenças e mortes? Percebe também a doçura de um nascer do sol, de uma flor ou de uma criança?

Sorri à lua e às estrelas? Reconhece o som dos pássaros e da alegria?

Não veja apenas o lado sombrio, veja a luz, pois sem ela nem a sombra existiria.

Texto da Monja Coen